#023 – Siga Sua Curiosidade

Uma chama, ardente e viva, é isso que cada um de nós carrega dentro de si desde o momento em que nascemos. Essa chama é a curiosidade, a força motriz por trás de cada descoberta, cada inovação, cada conexão humana.

Mas o que acontece com essa chama ao longo de nossas vidas? Por que tantos de nós a deixam se extinguir, reduzida a meras brasas, enquanto outros a mantêm ardendo intensamente até o fim?

Em um mundo repleto de respostas prontas e caminhos pré-definidos, essa chama sagrada da curiosidade é muitas vezes sufocada, esquecida, perdida.

Todo ser humano nasce curioso, mas raro são aqueles que morrem curiosos. Entre o nascimento e a morte existe um processo que mata aquilo que nos torna mais humanos, a curiosidade.

Neste episódio, vamos explorar o que alimenta essa chama e o que a apaga. Vamos descobrir como podemos manter nossa curiosidade viva e ardente, como uma tocha que ilumina nosso caminho através da escuridão do desconhecido.

Porque a curiosidade não é apenas uma parte de nós; é o que nos define como seres humanos. E eu acredito que a jornada para entender e nutrir essa chama é um chamado que todos nós devemos aceitar.

Então vamos lá?

Nascemos Curiosos, Morremos Desinteressados

Todos nós nascemos curiosos. A curiosidade é algo inato em nós. É uma força que nos impulsiona desde os primeiros anos de vida. Cada criança é um explorador nato, um cientista em miniatura, um filósofo em formação.

Se você já teve a honra de estar na presença de uma criança, deve se lembrar de como são curiosas. Elas colocam tudo na boca, pegam tudo o que seus bracinhos gordinhos alcançam, e quando aprendem a falar, então? Elas perguntam tudo. Tudo mesmo.

Meus pais frequentemente me lembram de como eu era curioso. Eu questionava tudo, desde o azul do céu até a verde da grama. E a famosa pergunta: de onde vêm os bebês?

Para mim, falaram que era uma sementinha que o papai colocava na barriga da mamãe. Com minha imaginação fértil, eu achava que meu pai havia colocado uma semente de girassol na barriga da minha mãe pelo umbigo. Lembro que ficava com medo quando caíam sementes na minha barriga enquanto comia laranja ou melancia. Imagina só, eu podia ficar grávido de uma laranja ou uma melancia! Vai saber o que ia nascer de mim, um “Alancia” ou um “Laranjalan.”

Quando olhava para o céu e via passarinhos, eu sempre perguntava como eles conseguiam voar. Às vezes, questionava por que a gente não conseguia. Cheguei até a pegar objetos que pareciam asas grandes e pulava batendo para ver se eu também conseguiria voar. Nem preciso dizer que além de não funcionar eu me machuquei muitas vezes fazendo isso, fora que lembro de ter apanhado por ter quebrado algumas coisas da mãe, mas era uma dor que valia a pena sofrer, afinal eu podia aprender a voar, quer um spoiler? Eu não aprendi a voar, mas os experimentos cientificos foram válidos, aprendi muita coisa, inclusive qual a distância segura eu pular batendo os braços segurando dois espanadores. E que diferente de desenhos, não adiatava pular com um guarda chuva aberto. Ele não amortecia a queda e ainda fazia um estranho do bêlo, como eu chavama a parte da minha cabeça que tinha cabelo.

E como eu desenhava passarinhos apenas com as asas no caderno, como um “M” gordo, eu não imaginava que eles tinham cabeça. Então, imagina a minha surpresa quando minha mãe comprou uma galinha? Eu fiquei o dia todo observando aquela galinha, jogando-a para cima para ver se ela conseguia voar.

Nem preciso dizer que acabei todo sujo de cocô de galinha, mas era um pequeno preço a pagar para entender como aquele ser tão fascinante funcionava. Ainda mais depois de descobrir que ela tinha cabeça e era bem diferente da minha ou do Tarzan, o meu cachorro. Às vezes, eu sentava por horas olhando a Chiquinha, aqueles olhos divididos, aquela crista vermelha na cabeça dela que parecia dura e rachada, igual ao pé da minha avó.

Quando somos crianças, tudo é novo, tudo é um chamado para explorar e questionar. Garanto que você também fazia perguntas bem curiosas e interessantes. Se você não se lembra, pergunte a algum familiar que cuidou de você quando criança. Você vai se surpreender com o quão curioso era nos seus primeiros anos de vida.

Uma pesquisa da George Mason University revelou algo que talvez não nos surpreenda, mas que certamente nos faz refletir: crianças de 4 anos fazem em média 76 perguntas por dia. Isso mesmo, setenta e seis!

Isso pode parecer muito, mas pesquisadores na área de desenvolvimento infantil de uma empresa privada na Inglaterra descobriram que esse número é ainda maior quando as crianças começam a falar, ficando na média de 300 perguntas por dia.

É uma busca incansável por entender o mundo, por desvendar seus mistérios, por aprender e crescer.

Mas então, o que acontece quando crescemos? Por que essa chama se apaga? Por que essa mesma pesquisa constatou que os adultos fazem em média apenas 6 perguntas por dia?

Vivemos em um mundo onde as respostas estão sempre ao alcance de um clique. Um mundo onde os caminhos são muitas vezes pré-definidos, onde a conformidade é incentivada, onde a curiosidade é vista como uma distração, e não como uma virtude.

Como a curiosidade morre

A curiosidade, em vez de ser incentivada, é punida na nossa sociedade atual. E a minha começou a morrer quando entrei na escola.

Até a escola, eu podia questionar tudo. Meus pais, na maioria das vezes, não sabiam as respostas e muitas vezes respondiam com estorinhas, como a semente na barriga da minha mãe ou a ameaça de não receber presente do Papai Noel. Mas mesmo essas inverdades incentivavam minha imaginação e me faziam questionar mais. Na escola, bom, lá já era bem diferente.

Na escola, eu tinha que decorar verdades inquestionáveis, e quando começava a questionar muito eu era repreendido, algumas vezes até mandado ficar de castigo no canto da sala olhando para parede, o que era além de extremamente tedioso, mas também vergonhoso, afinal eu estava sendo punido na frente de todos por fazer algo que era considerado idiota naquele espaço: fazer perguntas demais.

A escola mata a criatividade. E, lentamente, mata a nossa vontade de aprender.

Até porque a escola ensina mais sobre obediência do que sobre responsabilidade, mais sobre conformidade do que sobre inovação.

As escolas têm cortado as asas da curiosidade, tirando as asas de muitas crianças que poderiam se tornar pensadores independentes e voar muito alto. O verdadeiro aprendizado acontece através da curiosidade e uma vez arrancada a curiosidade, resta apenas a doutrinação.

Como Einstein disse: “A educação é o que resta depois de ter esquecido tudo o que se aprendeu na escola.”

Achei que seria diferente quando começasse a trabalhar, mas em todos os trabalhos que tive, tinha pouca liberdade para expressar minha curiosidade. Quando era professor, era obrigado a seguir exatamente o que estava nos livros. Quando queria fazer algo diferente, bastava um aluno reclamar para a direção, e eu era repreendido e até ameaçado de demissão.

Quando trabalhei com consertos de equipamentos eletrônicos, não podia dar palpites sobre melhoria no processo, afinal, era só um estagiário e estava lá para seguir ordens.

Eu sempre fui uma criança muito curiosa, comecei a falar precocemente com apenas 9 meses. Devia estar curioso sobre tudo e queria começar a fazer perguntas o quanto antes. Quando tinha 4 anos, me irritava por não conseguir ler as placas dos prédios na rua e acabava irritando meus pais, porque pedia para eles lerem todas as placas que apareciam na minha frente. Obviamente, uma hora eles cansavam e paravam de responder, então, com quase 5 anos, pedi para minha tia me ensinar a ler. A minha vontade era tanta de aprender que em menos de 6 horas, já conseguia ler e compreender a maioria das palavras.

Para praticar, peguei um livro de engenharia mecânica para ler. O livro ainda era divertido porque tinha vários desenhos de motores nele. Minha mãe ficou toda orgulhosa, achou que o filho dela ia se tornar engenheiro. Coitada, acabei não me formando em nenhuma faculdade, muito menos engenharia.

Mas como pode ver, eu era uma criança com alto potencial. Poderia ter me tornado um gênio e contribuído muito para a sociedade se tivesse minha curiosidade e habilidades de rápida aprendizagem desenvolvidas e encorajadas.

Mas não foi só batendo as asas com os espanadores que me fizeram cair um tombo. Meu maior tombo foi ter as asas da minha imaginação cortadas pela escola e meus primeiros empregos.

A sociedade, em muitos aspectos, não valoriza a curiosidade. Ela prefere a conformidade, a obediência, a repetição do que já foi feito. A curiosidade, essa chama que nos faz humanos, que nos faz explorar e descobrir, é muitas vezes vista como uma ameaça, algo a ser controlado e contido.

E é exatamente essa a principal função da escola, como gado preparado para o abate, nós somos doutrinados para sermos bons empregados e obedientes cidadãos. Todos que estão no poder se beneficiam disso, grandes empresários tem uma força de trabalho padronizada e políticos tem uma massa para poder manipular facilmente, afinal todos ali aprenderam que questionar e pensar por si próprio é errado, e não é permitido questionar as verdades absolutas.

A filósofa social Hannah Arendt uma vez escreveu que “o objetivo da educação totalitária nunca foi incutir a convicção, mas sim destruir a capacidade de formá-la”.

Inclusive já se questionou sobre a palavra que usamos quando concluímos a educação em uma escola convencional? Como eu imagino que eles cortaram sua capacidade de questionar acho mais provável que você nunca tenha se questionado, mas porque quando alguém finaliza os estudos dizemos que aquela pessoa “Se formou”?

A expressão “se formou” quando alguém conclui seus estudos em uma escola convencional tem origens que remontam à história das universidades medievais. No passado, a palavra “formar” era utilizada para se referir ao processo de moldar ou esculpir algo, assim como um artesão molda uma peça de cerâmica. Nas universidades, os estudantes eram vistos como aprendizes que estavam sendo moldados intelectualmente.

Ou seja, quando você se forma, você está pronto para ir para o mercado de trabalho, pois está formado, colocado em uma forma, padronizado. E aqueles que não se encaixam no sistema comum de ensino, como eu e talvez você, o que acontece com eles? Esses são sucateados.

Suas notas baixas por não se encaixar neste tipo ensino ultrapassado que foi financiado pelos capitães da indústria e foi explicitamente projetado para garantir uma mão-de-obra dócil e maleável, capaz de satisfazer as demandas crescentes e dinâmicas do século passado, serão vistas com desprezo e te jogarão na lista dos fracassados.

Como li recentemente no livro Emburrecimento Programado:

“A Liga precisa de adultos burros; então ela garante sua demanda emburrecendo crianças. O que a Liga precisa, acima de tudo, é de atendentes do Walmart, montadores de lanches, e dedicados, porém mal pagos, “colonizadores” contratados pelo governo e orgulhosos de seus títulos de professores que impeçam que os nativos agitados se rebelem enquanto a extração de recursos e capital, humano ou não, permaneça intocada. E, em última análise, enquanto ela emprega os mais extraordinários lobistas e apologistas, a Liga não faz nenhuma concessão, não faz nenhum prisioneiro, não até que tenha colonizado cada terminação nervosa, cada minúscula parte e cada habito da mente — e tenha passado por cima de cada centímetro quadrado desta boa terra.”

A Liga, a que John Gatto se refere, é o que no filme “Tropa de Elite” foi chamado de sistema. Se você viu o filme, deve lembrar da frase do Capitão Nascimento: “O Sistema é foda.”

E se você está se perguntando o que é essa Liga, ou esse Sistema, são aqueles que detêm o poder: grandes e antigas corporações, governo, mídia, e inclusive as facções do crime organizado. Eles formam um sistema que possibilita alguns poucos no poder e que esse poder não seja contestado.

Nesse sistema, pessoas como eu e você somos vistas como ervas daninhas brotando nas rachaduras do asfalto que devem ser arrancadas.

Não é à toa que em toda distopia ficcional, como em “1984” de George Orwell, ou filmes como “Jogos Vorazes”, “Divergente”, “Fahrenheit 451”, ou até na atual série que estou assistindo, “O Silo”, as elites estão sempre destruindo livros, controlando a narrativa, e sufocando a curiosidade e o pensamento crítico.

Essas obras não são apenas ficção. Elas são um espelho, um aviso, uma chamada à ação. Elas nos mostram um mundo onde a curiosidade é punida, onde o pensamento independente é suprimido, onde a conformidade é recompensada, e onde a verdadeira educação é substituída por uma lavagem cerebral disfarçada de aprendizado.

Mas nós não precisamos aceitar esse destino.

Nós não precisamos ser as ervas daninhas que são arrancadas e descartadas.

Nós podemos ser curiosos.

Nós podemos questionar.

Nós podemos aprender.

Nós podemos crescer.

Nós podemos, e devemos, lutar contra esse sistema que busca nos emburrecer, que busca nos tornar obedientes e conformados, que busca nos transformar em meros peões em um jogo de poder.

Porque a curiosidade é a nossa arma.

Ela é a nossa força.

E assim como em “Matrix” e “Alice no País das Maravilhas”, seguir o coelho é o único caminho para encontrar nossa liberdade.

Como diria Mandalorian de Star Wars: This is the way.

Este é o único caminho.

Porque se você acha que saíndo da escola ou da faculdade você estará livre, sinto em te informar, mas como diria o capital nascimento: o sistema é foda irmão.

A Armadilha da Falsa Liberdade

Assim como em ‘Matrix’, onde a realidade é uma ilusão criada para manter as pessoas sob controle, a falsa liberdade de hoje é uma programação cuidadosamente orquestrada. Somos levados a acreditar que temos escolhas, mas muitas vezes essas escolhas são vazias, desprovidas de significado e propósito.

A verdadeira liberdade não é apenas a capacidade de escolher, mas a capacidade de escolher com significado e propósito. Hoje, somos bombardeados com opções, mas muitas delas são ilusórias, projetadas para nos manter em um estado de conformidade. A curiosidade é sufocada, e somos direcionados para trabalhos que, em sua essência, são instrumentos de tortura.

A origem da palavra “trabalho” remonta ao latim “tripalium”, que era um instrumento de tortura composto por três estacas de madeira. Essas estacas eram usadas para imobilizar animais ou até mesmo escravos durante os castigos. Com o tempo, o termo passou a ser associado à ideia de esforço, cansaço e sofrimento.

Mas a verdade é que nunca deixamos de ser escravos. A escravidão moderna se manifesta na necessidade constante de trabalhar para sobreviver, na luta para pagar as contas, na insatisfação crônica no trabalho.

Eles nos endividaram para nos manter lutando pelas necessidades básicas. Assim nunca ascendemos na Pirâmide de Maslow para alcançar a autorrealização.

Eles sabem… quando estamos lutando para comer, nossa chama da curiosidade é sufocada. Nos tornamos zumbis conformistas incapazes de questionar nossa condição.

Essa é a genialidade maléfica da falsa liberdade.

Somos enganados com a ilusão da escolha, mas a verdade é que somos marionetes, dançando conforme nossas cordas são puxadas.

A Lei Áurea que aboliu a escravidão foi assinada em 1888, mais de 135 anos atrás, e ainda assim, todo dia 7 de maio, comemoramos o Dia do Trabalho, literalmente celebrando uma palavra que define tortura.

E de forma inocente, para não dizer burra, achamos que somos livres, enquanto ainda temos uma bola de ferro presa no tornozelo e chicotadas em forma de boletos todos os meses. Vivemos num circo e nós somos palhaços os que recebem tortas na cara todos os dias dos filhos gordos dos criminosos que formam A Liga.

Essa é a armadilha da falsa liberdade.

Somos incentivados a seguir objetivos vazios, a nos contentar com trabalhos que não alimentam nossa alma, mas apenas nos mantêm ocupados. A curiosidade, essa chama que nos faz humanos, é sufocada, e somos mantidos em um estado de transe, incapazes de questionar, explorar e crescer.

A insatisfação no trabalho é generalizada, forçando as pessoas a buscarem conforto em válvulas de escape banais como discutir política, a cervejinha, o futebolzinho e festinha.

É a estratégia do pão e circo, usada desde os tempos antigos, que continua até hoje, distraindo a massa ignorante com entretenimento barato enquanto os poderosos mantêm o controle.

O endividamento é outra forma de controle. No Brasil, 78,3% das famílias estão endividadas, e a inadimplência atinge 29,1% da população. Os bancos se beneficiam de juros exorbitantes, explorando os mais pobres e ignorantes. Isso gera um ciclo de dívida, onde as pessoas são forçadas a trabalhar mais para pagar suas dívidas, apenas para se encontrar ainda mais endividadas.

Não é tão diferente das Minas de Carvão na Revolução Industrial, onde os trabalhadores eram explorados e controlados através de um sistema próprio de moeda. As empresas aumentavam os preços das mercadorias, prendendo as pessoas em um ciclo de dívida, impedindo que qualquer um conseguisse sair.

A bola de ouro

E se engana você que dirige um carro novinho ou importado e que está na classe média ou até mesmo alta e acha que está fora desse sistema.

Se tem uma coisa que temos que reconhecer é que esse sistema é muito bem pensado. Porque ele não foi criado só para os pobres não.

A principal diferença do pobre para o rico no Brasil é o tamanho do boleto, mas ambos são escravos. O pobre corre em uma rodinha de ratos toda enferrujada, caindo aos pedaços, o rico corre em uma gaiola dourada com diamantes pendurados, mas mesmo assim precisa correr todos os dias para pagar o boleto no final do mês.

Mais da 2/3 dos 10% mais ricos, que são famílias com 5 salários mínimos ou mais, estão endividados no Brasil.

O sistema atual incentiva o consumismo desenfreado, forçando as pessoas a correrem atrás de desejos vazios e passageiros. A mídia e as grandes empresas, inclusive as de tecnologia, promovem uma cultura de “ter” em vez de “ser”, deixando as pessoas presas em ciclos sem fim.

A busca por status, a necessidade de ter o último gadget, o carro mais novo, a casa maior, tudo isso alimenta uma insatisfação constante. E essa insatisfação é explorada pelos bancos e instituições financeiras, que oferecem crédito fácil a juros exorbitantes, aprisionando os mais riscos também em um ciclo de dívida.

Eu já conheci pessoas que sacavam mensalmente mais de 200mil de suas empresas e estavam atoladas em dívidas. Como eu falei no episódio 007 – Uma Mente Milionária, mais dinheiro não significa liberdade. O tombo é muito mais alto com dinheiro e como falei no episódio 015 – Como Tomar Melhores Decisões eu já conheci muitas pessoas que tiveram esses tombos e não é nada bonito.

Percebe agora que esse buraco é muito mais em baixo?

Mas existe uma saída, independente se você está na gaiola velha e enferrujada ou na gaiola de ouro a chave que pode te libertar dessa gaiola é a mesma: a curiosidade.

Até você perseguir o coelho custe o que custar, você não só é um prisioneiro, mas um agente do sistema, como em Matrix, você pode ser usado a qualquer hora pelo agente Smith para trabalhar para o sistema, isso se você já não faz isso de forma integral.

Agentes do Sistema

Isso mesmo que você ouviu, até sair do sistema, você é um agente que perpetua ele.

Isso vai doer, mas deixa eu te mostrar porque…

Se você é um professor, está participando da doutrinação em massa das futuras gerações. Você pode se enganar pensando que está educando, mas na verdade está apenas moldando mentes jovens para servir obedientemente às engrenagens.

Se você trabalha em um banco: Mesmo em um banco roxinho engraçadinho, seu trabalho é enganar as pessoas, vender o que te beneficia em comissões e empurrar cartões com juros altos e produtos com investimento no mínimo fracos.

Se você é um político: Você pode falar bonito, mas está servindo interesses corporativos e mantendo um status quo que favorece os poderosos. Você é um mestre em manter as coisas como estão.

Se você é um jornalista: Talvez você esteja moldando a narrativa para servir a agendas ocultas, em vez de fornecer informações imparciais. Você é um contador de histórias, mas quais histórias está contando? É bem provável que mesmo inconscientemente você se dobre às pressões editoriais, corporativas, ou de agenda esquerdista ou direitista, relatando notícias tendenciosas ou incompletas, você está moldando a narrativa para servir aos poderosos, em vez de informar o público.

Se você é um médico que prescreve medicamentos desnecessários ou tratamentos caros que beneficiam as empresas farmacêuticas, em vez de buscar a cura e o bem-estar do paciente, você está perpetuando um sistema de saúde falho. Você jurou “não causar dano”, mas causa dano todos os dias.

Se você é um advogado que defende corporações corruptas, usando sua habilidade para contornar a lei em vez de buscar justiça, você está contribuindo para a desigualdade e a impunidade.

Se você é um artista: Promovendo estilos de vida superficiais e materialistas, você pode estar mais interessado em likes e seguidores do que em inspirar e ajudar positivamente as pessoas que te acompanham. Que legado você está deixando?

Se você é um influenciador: e você promove casas de apostas, produtos de qualidade duvidosa, ou simplesmente ecoa agendas sem questionar, você está jogando o jogo do sistema. Você tem uma plataforma, uma voz, mas está usando para enriquecer a si mesmo ou para enriquecer a vida dos outros?

Se você é um executivo de corporação: Focado em lucros e crescimento a qualquer custo, você pode estar esquecendo as pessoas que fazem tudo acontecer. Você é um líder, mas para onde está levando sua equipe?

Se você é um agente imobiliário: Incentivando compras além das possibilidades financeiras dos compradores? Você é um vendedor habilidoso, mas está vendendo sonhos ou pesadelos?

Eu não me orgulho em dizer isso, mas eu já servi ao sistema e o servi muito bem, com direito a prêmio e tudo.

E você também se trabalha em marketing ou publicidade, promovendo produtos que as pessoas não precisam, criando necessidades artificiais e incentivando o consumismo, você está alimentando o ciclo de insatisfação e dívida.

É doloroso dizer isso, mas a maioria de nós nem percebeu, mas trabalhamos para perpetuação deste sistema, um sistema que pensamos e lutar contra, mas essa luta precisa começar dentro de nós.

Estamos tão imersos na matrix que não percebemos nosso papel de “agentes Smith”, trabalhando inconscientemente para fortalecer as correntes que nos prendem.

Saindo da Matrix

Antes de poder lutar contra este sistema, como Neo, você precisa sair dele. E isso não será fácil…

Mas já te aviso, não será fácil sair da Matrix. O sistema foi meticulosamente construído para que ninguém escapasse. Achar uma Trinity ou um Morpheus para te ajudar a escapar da Matrix é mais raro do que encontrar uma agulha em um palheiro.

E cuidado com os falsos profetas. Tem um monte de guru por aí, servindo ao sistema, se dizendo a saída, prometendo a libertação. Você pode perder dinheiro, tempo e o que resta da sua esperança nas garras deles, só para entrar em outro labirinto, outro beco sem saída criado pelo próprio sistema.

Eu estou nessa tentativa de sair do sistema, e após anos de tentativa e erro, agora percebo que a solução estava na minha frente o tempo todo: a curiosidade.

A Curiosidade

A curiosidade é a chave que pode abrir a porta da gaiola, seja ela enferrujada ou dourada. É a faísca que pode incendiar a revolução dentro de você. É a força que pode te levar a questionar, explorar e crescer.

Mas a curiosidade não é um caminho fácil.

Ela exige coragem para questionar o que foi ensinado, para desafiar o status quo, para olhar além das aparências. Ela exige determinação para buscar a verdade, mesmo quando a verdade é desconfortável.A curiosidade é a arma contra a conformidade. É a ferramenta que pode te ajudar a construir uma vida com significado e propósito, em vez de uma vida de ilusões e vazios.

A curiosidade é a arma contra a conformidade. É a ferramenta que pode te ajudar a construir uma vida com significado e propósito, em vez de uma vida de ilusões e vazios.

Eu não sou Morpheus ou Trinity, sou apenas um explorador, um curioso. Como disse Sócrates, “Só sei que nada sei”, e é essa humildade perante o desconhecido que me guia.

Mas antes de avançarmos, preciso te fazer uma pergunta.

Está pronto para seguir o coelho? Está pronto para despertar sua curiosidade e começar a jornada em direção à verdadeira liberdade?

A escolha é sua, mas lembre-se: uma vez que você começa a questionar, não há volta. A curiosidade pode ser o caminho para a liberdade, mas também é o caminho sem retorno. A verdadeira liberdade exige sacrifício, exige enfrentar o desconhecido, exige a coragem de ser diferente.

A pergunta é: você está pronto para pagar o preço?

Se sua resposta for não, recomendo desligar agora esse episódio e voltar para Matrix, pois o que se você seguir o que eu falar aqui, você pode, assim como eu, não conseguir mais se ver fazendo parte dela.

Uma vez visto, não há como desver. Os fatos não deixam de existir só porque são ignorados. Eles te assombrarão e se quer um conselho de amigo, recomendo não avançar, existe um motivo para A Liga, o Sistema, não querer pessoas curiosas.

Mas se você está certo disso, então vamos lá, vou te mostrar que é muito mais simples do que imagina reativar e canalizar o poder da sua curiosidade, mesmo se ela estiver quase apagando ou debaixo de água.

Antes vamos fazer um teste para avaliar o seu nível de curiosidade?

Teste de Curiosidade

Responda com a maior absoluta sinceridade, não precisa nem falar nada, pode ser dentro da sua cabeça mesmo, ninguém vai saber.

Mas o primeiro passo é transparência total, você precisa ser verdadeiro pelo menos consigo mesmo para começarmos.

Categorias de Classificação:

0: O Adormecido – Você está completamente imerso na Matrix, sem nenhum questionamento ou vontade de explorar além do seu mundo conhecido. O primeiro passo é tomar consciência de que mais existe. Apenas comece a prestar mais atenção no que te cerca.

1-2: O Desperto Relutante – Você começa a suspeitar que há mais na vida do que lhe foi apresentado, mas ainda não tem certeza se deve sair da zona de conforto para explorar. Dê os primeiros passos fora da Matrix, mesmo que pequenos, e veja como se sente.

3-5: O Explorador Iniciante – Você engatinha em direção a expandir seus horizontes, mas ainda tem medo do desconhecido. Foque em escolher um interesse e mergulhar fundo nele. Isso desenvolverá seus “músculos” da curiosidade.

6-7: O Aventureiro Curioso – Você já abraçou a jornada do autoconhecimento e está disposto a explorar e experimentar novas ideias. Continue assim, trazendo outros para a jornada e inspirando com seu exemplo.

8-9: O Visionário – Você enxerga além das aparências e busca incessantemente a verdade. Seu desafio agora é encontrar propósito e direção para seu conhecimento, ajudando aos demais no caminho.

10: Neo – Você está completamente desperto e pronto para inspirar uma revolução. E eu espero contar com você compartilhando conteúdos como esse para que mais pessoas saem da Matrix.

Mas como Neos são extremamente raros, eu me considero um eterno aprendiz nessa jornada, sempre buscando expandir minha consciência. Pessoalmente, eu me autoclassifico hoje entre 8 e 9, saindo do casulo, vislumbrando as verdades além da caverna, mas ainda preso aos grilhões da Matrix em muitos aspectos. Não me considero um Neo ainda, posso ter meus momentos de revelação, mas ainda estou longe da total emancipação e despertação.

Mas não se preocupe se você ainda não chegou nesses níveis mais elevados. Lembre do que falei no começo desse episódio, a curiosidade é como uma chama que pode ser reacendida, por menor que pareça agora.

O fundamental é que você está ciente de onde está agora, e pronto para dar os próximos passos. E é exatamente nisso que vou te ajudar.

Vou compartilhar algumas dicas simples, porém poderosas, para você começar a ativar e canalizar todo o potencial da sua curiosidade novamente. São pequenos hábitos e mudanças que, com o tempo, trarão resultados significativos.

Como ativar a chama da sua curiosidade

Ativar a chama da sua curiosidade não é uma tarefa para os fracos de coração. É um chamado para os bravos, os inquisitivos, aqueles que anseiam por mais do que a vida superficial que o sistema oferece.

Eu vou te passar agora 8 hábitos que eu notei em grandes pensadores, pensadores curiosos que deixaram uma grande marca no mundo e conseguiram de uma certa forma sair da Matrix.

1. Questionar Verdades Estabelecidas: Como Sócrates, que é conhecido com a frase “Só sei que nada sei”, e Galileu, que desafiou a visão bem estabelecida e muito aceita da Terra como centro do universo, questione o status quo.

Semanalmente, escolha uma crença comum e investigue-a. Mas lembre-se das palavras de Morpheus em Matrix: “Você tem que entender, a maioria dessas pessoas não está pronta para ser desconectada.”

Você vai perceber que esses questionamentos provocarão as pessoas que estão ao seu redor. Muitas delas podem se sentir extremamente ofendidas quando você desafar o sistema de crenças atual delas, porque o “eu”delas está enraizado nas suas próprias crenças. Então no começo, talvez seja mais tranquilo você manter essas perguntas para si mesmo, pelo menos enquanto estiver fortalecendo esse questionador interno.

Aqui a ideia é realmente resgatar a sua criança curiosa interior, lembra daquela que ficava perguntando tudo? Por que o céu é azul? Por que a grama é verde? Continue fazendo essas perguntas mesmo que você ache que já sabe as respostas, você pode achar que sabe de onde vem os bebês, mas será que realmente sabe? Sabe como e porque o espermatozoide fecunda o óvulo? Sabe como o óvulo funciona? Como o bebê se desenvolve? Quando ele deixa de ser uma célula e passa a ser um ser humano? Por que nossa idade não é contada desde a fecundação, mas a partir do nosso nascimento? Começamos a existir quando? Quando estamos ainda na barriga da mãe ou quando nascemos? Quando começamos a ter um senso de EU? Por que não temos memórias dos nossos primeiros dias, semanas ou meses de vida? Será que poderíamos acessar essas lembranças de alguma forma? Como a vida intrauterina influencia a minha vida até hoje?

Percebe como eu evolui nas perguntas aqui? Uma pergunta foi me levando a outra, que me levou a outra, todas essas perguntas surgiram naturalmente quando me questionei aqui agora sobre de onde vem os bebês, meu senso de curiosidade é tão grande quanto o de uma criança, mas nem sempre foi assim, eu precisei voltar a nutrir isso e é a prova que você também consegue.

Se você quer começar a se questionar com o pé direito recomendo que você escute os episódios 11 e 12, neles eu falo sobre as minhas principais 20 perguntas e elas tem o poder de despertar não só sua curiosidade, mas darão clareza de como usar sua criatividade ao seu favor.

2. Estudar Várias Áreas do Conhecimento: Leonardo Da Vinci, o homem renascentista, explorava tudo, de anatomia a engenharia. Ele era insaciavelmente curioso sobre todos os campos do conhecimento.

Aqui o desafio é a cada mês, mergulhe em uma nova área do conhecimento. Leia sobre física quântica, estude caligrafia, aprenda xadrez, sei lá, apenas siga sua curiosidade.

Lembre-se que novos insights e inovações acontecem na interseção entre disciplinas. Então seja como Da Vinci, absorva conhecimento de todas as áreas. Isso expandirá radicalmente seus horizontes.

Aqui eu tenho mais uma dica. Assista meu vídeo no YouTube, os 12 problemas Favoritos de Feynman, neles eu vou te ensinar a como descobrir e concentrar sua curiosidade naquilo que mais importa para você, assim você não fica tão desperço e pode aproveitar melhor essa segundo hábito.

3. Cultive o Hábito de Leitura Profunda: Mentores como Warren Buffett e Charlie Munger enfatizam a importância de ler os clássicos para obter sabedoria. Albert Einstein certa vez disse: “Investigue sem descanso, mas nunca pare de aprender”.

Eu não sei como é o seu hábito de leitura, estatisticamente o brasileiro médio lê apenas 2 livros por ano.

Eu imagino que você que está me escutando aqui não seja o brasileiro médio, então você provavelmente já lê mais do que isso.

Mas aqui vão algumas dicas caso você tenha dificuldade para ler, ou deseje aumentar a quantidade de leitura:

1. Nem todo livro precisa ser finalizado, isso mesmo, tem livros que são muito vazios, ou simplesmente não são para você, seja pela sua falta de interesse no assunto ou dificuldade de leitura daquele tema. Sempre que fico entediado eu troco de livro, atualmente mesmo estou com uns 10 ou mais livros que comecei e não finalizei, alguns deles são simplesmente ruins e nem irei finalizar, outros pretendo finalizar, mas agora estou seguindo minha curiosidade e lendo outros. Então não se apegue a ter que acabar um livro, o importante é você ler, pode ser gibi, pode ser revista, pode ser jornal, comece de alguma forma, a que for mais fácil para você, mas faça disso uma rotina diária. E isso nos leva à segunda dica.

2. Crie um tempo exclusivo de leitura, o meu tempo de leitura por exemplo é quando eu vou pra cama, eu deixo o celular carregando em outro cômodo da casa e vou apenas com meu iPad para o quarto, nele eu não tenho nenhum aplicativo de redes sociais ou algo que me chame muito a atenção, então eu abro o aplicativo de leitura e simplesmente começo. Eu uso o app Kindle para leitura dos livros que compro na Amazon, o app Livros nativo da Apple para ler os PDFs e livros que baixo da internet e ainda uso um app pago muito bom de resumo de livros chamado ShortForm que consegue sintetizar livros em cerca de 1 hora com várias pesquisas sobre o assunto, normalmente eu leio esse resumo de uma hora antes de ler o livro inteiro. Esse hábito é interessante, porque ele pode começar pequeno e se você tem dificuldade de ler ótimo, porque vai te dar sono e você vai fazer duas coisas ao mesmo tempo, começar a ler criando um hábito e ainda pegar no sono rápido, são 2 em 1.

3. Terceira e última dica é escolha o seu meio preferido, talvez para você não seja iPad, Kindle ou ler no celular, talvez você goste de segurar o livro, sentir o peso dele, sentir o cheiro, ouvir o barulho das páginas virando, poder riscar o livro, colocar o marcador, deixar o livro na cabeceira para poder chegar à noite e pegar ele. Eu entendo, eu também gosto de livros físicos e não tem problema nenhum se você prefere eles, vai naquilo que faz mais sentido pra você, e vou te dizer, pode ser que você nem goste de ler e tá tudo bem também, você pode começar apenas escutando, foi como eu comecei, eu escutava audiobooks, você acha facilmente vários audiobooks inclusive em português no YouTube, comece por eles se você ainda está com dificuldade de leitura. Mas se você fazer isso todo dia antes de dormir, você assim como eu vai querer ir cedo pra cama para ficar lendo, nos dias atuais eu normalmente vou deixar às 9h da noite, porque eu quero ter no mínimo uma hora de leitura, mas confesso que quando o livro é muito bom algumas vezes eu começo e termino ele em uma sentada só, por isso quem me acompanha no Instagram de vez em quando vê uma sequência de stories na madrugada, é porque eu fiquei umas 4 ou 5 horas lendo e finalizei o livro, mas não se preocupe, isso é raro de acontecer e não irá acontecer no começo com você.

Eu poderia dar muitas outras dicas, mas vou deixar isso para um episódio específico que estou planejando, vamos voltar para os hábitos de curiosidade.

Aqui está uma expansão mais profunda para o item 4 sobre debater ideias com outros intelectuais:

4. Conversar e Debater Ideias com Outros Curiosos: Nos diálogos de Platão, vemos o filósofo explorando ideias profundas através de longas discussões com seus alunos.

Conversas estimulantes têm o poder de expandir nossa mente. Quando expomos nossas ideias ao crivo de outras mentes aguçadas, somos forçados a pensar com mais clareza, a encontrar falhas em nosso raciocínio, a rever conceitos.

O desafio aqui é buscar proativamente outros pensadores, pessoas que realmente desafiem suas suposições. Não tenha medo da controvérsia respeitosa. Como diria Nietzsche, “Não há conhecimento sem agonia”. O debate estimulante é agoniante, mas extremamente fértil.

Algumas dicas para ter discussões intelectuais frutíferas:

– Encontre uma comunidade de mentes curiosas, seja presencial ou online, para debater ideias regularmente.

– Inicie conversas profundas tanto com pessoas que concordam quanto discordam de você, para obter insights variados.

– Faça perguntas abertas que não têm respostas fáceis e explorem nuances.

– Tenha humildade intelectual. Esteja aberto a mudar de ideia se os fatos e a lógica demandarem.

– Foque no argumento, não na pessoa. Evite ataques e julgamentos pessoais.

– Dê tempo para reflexão. Não force conclusões precipitadas.

– Sintetize ideias e aprendizados depois, registrando em um diário ou blog.

Encontrar mentores e estabelecer um “conselho de mestres” virtual também é valioso. Por exemplo, sempre que enfrento um dilema, imagino o que grandes pensadores como Aristóteles, Lao Tsé ou Carl Jung diriam a respeito.

Mergulhe no oceano profundo das ideias através do diálogo. Como Sócrates, seja um “parteiro de pensamentos”, estimulando seus interlocutores a ir além do óbvio. É um dos exercícios mais poderosos para uma mente curiosa.

5. Observar Profundamente o Mundo ao Redor: Charles Darwin passou décadas observando meticulosamente a natureza, o que permitiu que ele desenvolvesse a teoria revolucionária da evolução.

A prática da observação profunda e intencional é uma das chaves para uma mente curiosa. Quando mergulhamos nos detalhes do mundo ao nosso redor, com paciência e pré-concepções, descobrimos insights que simplesmente pensar nunca revelaria.

Algumas dicas para aprimorar seus poderes de observação:

– Foque toda sua atenção no objeto/fenômeno que deseja observar. Elimine distrações e acalme sua mente.

– Observe tanto a visão geral quanto os minúsculos detalhes. Não assuma nada como óbvio ou irrelevante.

– Anote suas observações. Faça esboços, colete dados. Registrar solidifica insights.

– Repita a observação em momentos diferentes. Padrões se revelam com o tempo.

– Estimule todos os sentidos. Não apenas veja, mas escute, cheire, sinta, saboreie. Isso traz nuances.

– Converse com outros observadores. Percepções compartilhadas geram novas ideias.

– Tenha perguntas em mente, mas também esteja aberto ao inesperado. A realidade é mais criativa que nossas teorias.

Dedique um tempo semanalmente para observar algo que te interessa: o céu noturno, formigas em uma trilha, suas emoções ao longo do dia.Você se surpreenderá com os insights.

Lembre-se das sábias palavras de Morpheus: “Você tem que ver por si mesmo”. A observação curiosa, sem expectativas, amplia nossos horizontes e compreensão do mundo em formas que meras palavras não alcançam.

6. Fazer Anotações e Registrar Ideias: Thomas Edison, com mais de 3.000 cadernos, documentava meticulosamente seus experimentos e pensamentos. Grandes mentes têm o hábito de registrar seu próprio processo de raciocínio.

Anotar suas ideias, insights, perguntas e aprendizados é um exercício poderoso por vários motivos:

– Solidifica pensamentos difusos, organizando-os.

– Permite capturar inspirações repentinas, antes que se esvaem.

– Facilita fazer conexões entre ideias que estão dispersas.

– Cria um registro que potencializa sua memória e compreensão.

– Revela padrões e progresso quando você relê anotações antigas.

– Estimula o fluxo criativo e o pensamento não-linear.

Aqui a maior dica que eu posso te dar é comece a criar o seu Segundo Cérebro, eu estou falando sobre isso muito nas minhas redes sociais e criando alguns vídeos no YouTube, inclusive criei um curso chamado Mente Lendária, onde ensino a extrair o máximo da sua curiosidade e como intercoter suas ideias com ajuda de IA para criar praticamente seu próprio Jarvis do Homem de Ferro ou Cortana da série Halo.

Então aprenda sobre o segundo cérebro, mesmo que seja para aplicar as técnicas que eu ensino no papel.

O mais importante aqui é cultivar o hábito da escrita reflexiva, como os grandes sábios fizeram. Anotar é pensar por escrito. É essencial para quem busca uma mente aberta e curiosa.

7. Abertura a Novas Experiências: A curiosidade genuína envolve a coragem de explorar o desconhecido. Sair da zona de conforto, arriscar-se, experimentar o novo – isso expande nossa visão e nos conecta a outros modos de ser.

Algumas maneiras de cultivar essa abertura:

– Viaje para novos lugares, especialmente destinos menos turísticos. Emirja-se em novas culturas.

– Converse com pessoas muito diferentes de você. Ouça suas histórias, valores e perspectivas.

– Leia gêneros literários, veja filmes e ouça músicas fora do seu espectro habitual.

– Aprenda habilidades diferentes das suas expertises usuais. Surpreenda-se com novos talentos.

– Visite museus, galerias, apresentações. A arte nos conecta com novas visões de mundo.

– Participe de workshops, retiros, experiências imersivas. Vivencie realidades além do cotidiano.

– Experimente a introspecção. Meditação, ioga, caminhadas na natureza. O autoconhecimento expande os horizontes.

– Pratique a gratidão genuína. Reconhecer o extraordinário no ordinário traz encantamento.

Em essência, trata-se de cultivar a beginner’s mind, a mente de principiante. Encarar a vida com olhos sempre curiosos, jamais saturados ou entediados.

Nas palavras de Marcel Proust, “A verdadeira viagem de descobrimento não consiste em procurar novas paisagens, mas em ter novos olhos”. Que sua sede por novas experiências jamais se esgote. Há um universo a ser explorado, dentro e fora de nós.

Aqui está uma expansão para o item 8 sobre visão holística e pensamento sistêmico:

8. Visão Holística e Pensamento Sistêmico: Mentes brilhantes como Buckminster Fuller e Jane Goodall destacam a importância de desenvolver uma perspectiva sistêmica do mundo. Isso significa entender como todas as partes se conectam e influenciam umas às outras dentro de sistemas complexos.

Algumas dicas para cultivar essa visão:

– Quando analisar qualquer problema ou situação, pense em múltiplos níveis e fatores envolvidos. Não isole variáveis ou eventos.

– Procure padrões e inter-relações, não apenas causalidades lineares. Questione relações de causa-efeito simplistas.

– Leia sobre teoria de sistemas, pensamento abrangente e análise multinível. Aplique essas lentes em seu estudo e reflexões.

– Converse com especialistas de diversas áreas sobre um mesmo problema. Sintetize visões complementares.

– Foque sua atenção nas conexões entre ideias e conceitos aparentemente não relacionados.

– Pratique resolução criativa de problemas. Como melhorar sistemas, não apenas consertar partes quebradas.

Cultivar esse olhar amplo é essencial para uma curiosidade genuína. A curiosidade nos leva não só a explorar detalhes isolados, mas a ligar os pontos, enxergar o cenário geral.

E quanto mais desenvolvemos essa capacidade de conectar pontos aparentemente distantes, mais nossa compreensão aumenta e aprofunda. Conseguimos ver relações e padrões que ficam escondidos para uma mente fragmentada.

É essa visão de conjunto, de unidade por trás da diversidade aparente, que permite à curiosidade vislumbrar possibilidades sem limites, as conexões por trás das divisões.

E desenvolver uma visão holística e um pensamento sistêmico é o ponto alto para mim de uma mente curiosa.

Portanto, para realmente alimentar sua chama sagrada da curiosidade, busque sempre novos ângulos, novas perspectivas. Não se contente com respostas rasas.

Mergulhe fundo e amplie seu foco. Questione sem medo as estruturas que apresentam uma realidade fragmentada. Pois as respostas mais profundas estão nos espaços entre as partes, na teia que tudo conecta.

Mensagem Final

A curiosidade é uma das forças mais poderosas da natureza humana.

É o que nos impulsiona a aprender, crescer e explorar o mundo ao nosso redor. A curiosidade nos ajuda a ver o mundo de novas maneiras.

Foi a centelha da curiosidade que permitiu nossa espécie prosperar e transcender. Como afirmou Einstein, “é uma chama que deve ser constantemente alimentada”.

A curiosidade nos impulsiona a explorar, crescer e reinventar nossa própria existência. Ela nos permite enxergar o mundo por novas lentes, encontrando possibilidades ilimitadas onde outros viam apenas limitações. Quando deixamos nossa curiosidade arder intensamente, nada está além de nosso alcance.

Por isso, se deseja viver com mais alegria, criatividade e propósito, cultive diariamente sua chama sagrada da curiosidade. Faça perguntas ousadas. Busque interesses inexplorados. Desafie suas suposições mais arraigadas.

Comece ainda hoje a dar os passos para transformar sua vida por meio da curiosidade, assim como indivíduos lendários como Darwin, Curie, da Vinci e Jobs fizeram antes de você.

A curiosidade é a bússola que orienta nossa jornada rumo à grandeza. Quando deixamos de cultivá-la, nosso caminho se torna obscuro e vazio. Mas quando mantemos sua chama brilhando dentro de nós, podemos iluminar o mundo.

Que sua curiosidade permaneça jovem e indomável.

Até nosso próximo encontro!

E como diria Steve Jobs:

Continue bobo, continue faminto.

Escrito por,

Alan Nicolas

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