#009 – Essencialismo: A arte de dizer não

Vivemos em um mundo onde praticamente todos buscam por mais, mas os poucos que realmente alcançam o que desejam são aqueles que buscam por menos, mas melhor.

Se você ficar comigo até o final deste episódio, eu vou te mostrar que, na maioria das vezes, dizer não para os outros é dizer sim para si mesmo.

Vamos lá?

Estamos na era da informação e nunca antes, em toda a história da humanidade, o ser humano teve tantas possibilidades.

O conhecimento, que eu acredito ser um dos maiores ativos de transformação, nunca esteve tão acessível.

Neste exato momento, você tem o conhecimento do mundo inteiro literalmente na palma da sua mão. Com apenas alguns toques, você pode ter acesso virtualmente a qualquer informação.

Já parou para pensar que você carrega aí no seu bolso um poder computacional maior do que aquele que levou o homem para a lua?

Cara, isso é muito poder.

Mas como já dizia o Tio Ben do Homem Aranha:

“Com grandes poderes vêm grandes responsabilidades.”

Essa era da informação também pode ser chamada de era da distração.

Afinal, são tantas possibilidades… e não queremos perder nenhuma, não é?

Mas como nosso tempo e energia são limitados, como saber qual é a melhor opção?

Como saber se é isso que eu realmente deveria estar fazendo?

Será que não há um jeito mais fácil, mais rápido, mais inteligente?

Todos os dias somos confrontados com a necessidade de tomar decisões e a verdade cruel é que, na maioria das vezes, só vamos saber se aquela foi a decisão certa após tomá-la. Isso gera incerteza, desconforto e ansiedade.

Acabamos sofrendo do fenômeno que nos paralisa chamado “fadiga da decisão”.

Para escrever este episódio, comecei escrevendo no meu caderno, parei e fui para o Google Docs, porque assim fica mais fácil de editar. Quando comecei a sentir que estava ficando prolixo, comecei a desenhar os tópicos no MindMeister, um site de mapas mentais.

São tantas maneiras de fazer a mesma coisa. Será que estou fazendo da melhor forma?

Será que eu gravo um podcast, um vídeo ou escrevo um artigo com esse conteúdo no meu blog?

Você já deve ter passado por algo assim.

Quantas vezes você já abriu sua Netflix e ficou 30 minutos, ou até mesmo 1 hora, procurando algo para assistir? Olhando trailers, lendo recomendações no Adoro Cinema e, no fim, ficou tão cansado que acabou não assistindo nada ou colocando um episódio de Friends?

Eu confesso que já fiz isso algumas vezes.

E isso não acontece só ao assistir Netflix, isso acontece o tempo todo em várias áreas da nossa vida.

Temos tantas opções hoje. Eu lembro que era tão mais fácil quando eu era novo: ia na locadora (agora entreguei minha idade), e lá tinham poucas opções. Eram 3 ou 4 lançamentos no máximo, e muitas vezes a fita ou o DVD já estavam locados, então pegava o que tinha.

E assistia todo filme, afinal, pagava para ficar apenas 24 horas com ele emprestado.

Não estou sendo nostálgico e dizendo que aquela época era melhor. Eu prefiro muito mais o mundo de hoje.

Mas isso é um fato: hoje, o excesso de opções nos paralisa.

Só na Netflix temos mais de mil títulos e mais de 32 mil episódios de séries.

E eu estou falando só da Netflix. Eu mesmo tenho mais Amazon Prime e Apple TV, e isso que nem falamos do YouTube, a maior plataforma de vídeos do mundo.

A cada minuto, 400 horas de vídeo são enviadas para o YouTube.

Ou seja, é impossível aproveitar todo conhecimento que existe, mesmo se nos limitarmos apenas a consumir conteúdos do YouTube.

Tanta possibilidade nos leva a desenvolver uma coisa chamada FOBO (Fear of better options), o medo de perder opções melhores.

Será que não tem uma série melhor, um filme melhor, um livro melhor, um curso melhor, um emprego melhor, um relacionamento melhor que eu poderia estar nesse momento?

E não me entenda mal, é muito bom buscarmos algo melhor.

Afinal, acredito que você está aqui porque quer se tornar uma pessoa melhor. Mas quando estamos no modo FOBO, não conseguimos terminar nada do que começamos, porque continuamente estamos achando que pode ter algo muito melhor do que estamos fazendo ou obtendo.

Então, largamos algo e vamos para o próximo, pulando de uma coisa para outra. Assim, nunca nos tornamos bons em nada e nunca alcançamos nosso potencial, pois estamos sempre turistando. O mesmo estado de paralisia que às vezes eu tenho e talvez você também tenha ao ter que escolher algo simples, como um filme ou uma série para assistir, é o que te impede de crescer.

Conheço pessoas que começaram comigo no Marketing Digital em 2016, mas como nunca achavam que estavam boas o suficiente, nunca colocavam em prática. Até hoje estão em busca da estratégia perfeita. E sinceramente, algumas delas sabem muito mais do que eu, mas o mundo não recompensa aqueles que simplesmente detêm o conhecimento. Ele recompensa aqueles que colocam em prática o conhecimento que detêm. A informação já virou commodity, o que você faz com ela que importa.

Em um mundo tão vasto de informação, aqueles que conseguem filtrar aquilo que realmente importa e colocar em prática são os que conquistam os resultados desejados. Agora, talvez você esteja se perguntando: “Mas Alan, como vou saber o que importa?” É para responder a essa pergunta que criei este episódio, para ensinar uma forma simples de descobrir e atuar no que realmente importa, chamada Essencialismo.

Uma ideia que Aristóteles já defendia em 300 antes de Cristo, mas que nunca foi tão fundamental quanto é hoje. Em 2014, assisti a uma TED Talk chamada Minimalismo e desde então, venho tentando ser mais consciente sobre o que tenho e onde aplico meu tempo. Sempre tive muita dificuldade em dizer “não”, então estava sempre tentando agradar os outros, o que me colocava em situações onde eu virava escravo de compromissos indesejados.

Em 2014, trabalhava umas 18 horas por dia, mas terminava sempre o mês no negativo. Me alimentava extremamente mal, estava 16 quilos acima do peso, com dores frequentes no peito, parecia que ia infartar a qualquer momento. Sempre muito ansioso e preocupado com as contas atrasadas. Quem já passou por isso ou está passando por isso, sabe como isso é uma merda.

Como não tinha tempo de correr atrás de clientes bons, porque já tinha dito “sim” para clientes ruins, tinha que aceitar os clientes que chegavam, e normalmente os que chegavam não eram os melhores. Era um ciclo vicioso de estresse e pouca recompensa. Quando comecei a aplicar alguns princípios de minimalismo e lei de Pareto, as coisas começaram a melhorar. Comecei a estudar cada vez mais sobre isso.

Em 2017, no aeroporto de BH após o evento Fire da Hotmart, estava almoçando com meu sócio na época, Paulo Barros, quando um concorrente chamado Mairo Vergara passou por nós. Ele viu que estávamos almoçando e veio sentar conosco. Mairo, na época, já havia feito um lançamento de 8 dígitos e atuava no mesmo nicho que nós, no nicho de idiomas, ensinando inglês.

Eu queria saber o segredo dele. Tínhamos webinários rodando, funis de lançamento perpétuo, várias iscas digitais diferentes, tínhamos várias coisas, mas nosso faturamento nunca passava dos 250 mil reais por mês. Era como se existisse um teto de vidro, um teto invisível que batíamos e voltávamos.

Eu queria saber qual era o segredo do Mairo Vergara.

Então perguntei: “Você está usando a estratégia de aquisição do Ryan Deiss com tripwire para pagar o tráfego de leads?”

O Mairo me perguntou: “Quem é Ryan Deiss?”

Eu pensei que ele deve seguir outra escola.

Então perguntei: “Você usa alguma estratégia do Frank Kern?”

Ele me perguntou quem era esse cara.

Sinceramente, achei que ele estava tirando uma onda com a minha cara, então já resolvi falar vários nomes:

“Você usa alguma estratégia do Todd Brown, Russel Brunson, Andy Jekkins, Jeff Walker…”

E ele me falou: “Eu uso só o que eu aprendi no Fórmula com o Érico e minha estratégia de conteúdo é baseada no que o Gary Vaynerchuk ensina, que é conteúdo massivo, dominar todas as plataformas com muito conteúdo.”

Eu sinceramente não entendi.

Eu pensei: “Eu estudo pra caramba, o cara nem sabe o nome dos fodas da gringa e é ele que faz 10M e não eu.”

Insisti para descobrir alguma estratégia dele, para ver se ele se abria. Eu comecei a falar as minhas, falei do funil de lançamento perpétuo, falei de webinar, passei o meu ouro pra ele. Tudo aquilo que funcionava para nós.

Daí ele começou a passar o dele pra mim, ele disse:

“Vou te contar meu segredo: Eu foco nos primeiros 5 minutos da CPL1, ela é a parte mais importante de todo lançamento.”

E pensei: “WTF!? Ele deve estar de sacanagem comigo, tá escondendo o ouro.”

Decidi entregar mais ouro e comecei a explicar como ele poderia implementar um tripwire e desenhar um funil mais complexo para ele.

No entanto, ele logo me interrompeu e explicou um pouco do que vou compartilhar com vocês hoje.

Ele me disse que leu um livro chamado “Essencialismo” e que fez muito sentido para ele, pois já aplicava essa filosofia de forma inconsciente em sua vida. Ao ler o livro, entendeu que havia uma filosofia por trás disso, uma forma de enxergar e interpretar as coisas.

Ele preferia manter tudo extremamente simples, o que é até hoje a sua forma de trabalhar.

Sinceramente, achei que ele estava falando besteira e que, na verdade, ele não queria me contar o segredo.

Continuei estudando muito em 2017, fiz diversos cursos sobre funil de vendas e conversão, e fui colocando tudo em prática. Criei estruturas lindas e extremamente complexas das quais me orgulhava.

Sempre fazendo diversos testes, percebi que as estruturas mais simples funcionavam melhor do que as mais complexas, o que na época era estranho para mim.

Aos poucos, fui simplificando as coisas e elas foram escalando cada vez mais.

Comecei a pensar: será que aquele magrelo de óculos estava certo?

Resolvi dar uma chance para esse livro, li-o e foi um dos livros que me fez parar para refletir. Ao mesmo tempo, não consegui fazer outra coisa a não ser devorá-lo até o final.

O livro me impactou muito, não consegui parar de pensar nos ensinamentos dele e por semanas estudei tudo que existia na internet sobre essencialismo. Assisti a todas as palestras do Greg McKeown, autor do livro, e todas as resenhas e resumos. Além disso, li o livro mais quatro vezes no mesmo mês e gravei um áudio que escuto até hoje todas as manhãs. Inclusive, coloquei-o no Spotify com o nome “Eu sou essencialista”, um áudio de quatro minutos onde faço afirmações essencialistas.

E talvez você esteja achando que eu virei um fanático do essencialismo.

Mas não, quem dera eu fosse, minha vida seria muito mais simples.

Eu estudei tanto, porque vi como uma solução e queria gravar os ensinamentos em mim.

Até hoje não me considero um essencialista raiz, como o Mairo Vergara é.

Mas os ensinamentos do essencialismo me ajudaram muito e continuam me ajudando.

E quero te ensinar hoje o que eu aplico na minha vida e gera muitos resultados.

Antes de começar, eu preciso te avisar:

Lembra que eu não acreditei que o que o Mairo estava falando era verdade?

Porque para mim era simples demais?

Pois é, era muito simples, mas ele faturava 40x mais do que nós.

Algumas coisas que vou te falar agora, talvez você ache que são muito simples, e por isso eu vou te pedir:

Antes de começarmos, esvazie o seu copo.

Abra sua mente para absorver o que vou falar, porque isso é extremamente importante e pode mudar a forma como você enxerga e faz as coisas… como mudou para mim.

E isso pode gerar muito mais resultado com muito menos esforço.

Mas só será possível se você estiver aberto para ouvir, aberto para absorver e, principalmente, colocar em prática o que eu vou falar.

Combinado?

A primeira lição que eu quero que você entenda é que:

Você não pode fazer tudo.

Uma ideia simples e óbvia, mas que esquecemos constantemente.

Adotar uma mentalidade essencialista é aceitar que não podemos fazer todas as coisas e vamos precisar fazer escolhas.

E como já dizia Charlie Brown: Cada escolha, uma renúncia, isso é a vida.

Vamos precisar tomar decisões que às vezes serão extremamente difíceis, vamos ter que abrir mão, permitir que não conseguimos dar conta de tudo.

Ter clareza de que nosso tempo e nossa energia são limitados.

Eles devem ser alocados naquilo que é extremamente importante.

E aqui já quero te passar a segunda lição:

Você vai precisar abrir mão.

É… não tem jeito.

Se você entendeu que não pode fazer tudo, terá que colocar isso em prática e isso significa abrir mão de algumas coisas para criar espaço e tempo para as que realmente importam.

E não é porque é simples que é fácil.

Esse é um erro comum das pessoas, o simples normalmente é mais difícil, por isso as pessoas não o fazem, elas estão sempre em busca do segredo, de algo que as pessoas de sucesso escondem a sete chaves.

Mas a dura realidade é que as coisas são simples, mas não são fáceis.

Emagrecer, por exemplo, é EXTREMAMENTE simples. Eu vou repetir: extremamente simples. Você só precisa ter um déficit calórico, ou seja, gastar mais do que consome.

Escute de novo, eu não falei que é fácil, eu falei que é extremamente simples, mas a maioria das pessoas não consegue emagrecer.

Elas buscam pílulas mágicas, e eu sei disso porque eu já vendi essas pílulas mágicas milagrosas. Elas vendem pra caramba.

A mesma coisa acontece com aprender um idioma. É extremamente simples: você precisa se expor ao máximo àquele idioma e praticar diariamente o máximo que puder.

A maioria das pessoas sabe disso, mas quem coloca em prática?

Quer fazer 1 milhão de reais?

É simples: venda seu serviço ou produto para 1 pessoa por 1 milhão de reais ou venda-o por R$ 1.000 para 1.000 pessoas diferentes.

A lógica é simples, não é?

Coloque isso na cabeça:

Simples não significa fácil. Steve Jobs já dizia: ”O simples pode ser mais difícil de fazer do que o complexo; você tem que trabalhar duro para clarear seu pensamento a fim de tornar algo simples.”

Pare de confundir a palavra simples com a palavra fácil.

E comece a dar mais valor para as coisas simples, porque no final das contas são elas que importam.

Nós ignoramos várias verdades simples da vida, uma delas é que seus dias estão contados.

Isso mesmo que você ouviu.

A cada respiração, você está mais perto da morte.

Essa pode ser uma verdade simples que ignoramos propositalmente, porque a maioria das pessoas não gosta de falar sobre a morte, muito menos sobre a sua própria morte.

Mas contemplar a própria morte é um ótimo exercício para sabermos se estamos no caminho certo.

O próprio Steve Jobs, que eu citei há pouco, usava a morte como uma ferramenta de decisão:

Tem uma parte da biografia dele em que ele diz:

“Durante os últimos 33 anos, eu tenho olhado no espelho todas as manhãs e me perguntado: Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu iria querer fazer o que estou prestes a fazer hoje?” E sempre que a resposta foi não por muitos dias seguidos, sabia que precisava mudar alguma coisa”.

Como eu disse, refletir sobre a própria morte é um ótimo exercício de clareza.

Quer saber?

Vamos fazer um exercício de imaginação…

Imagina se acima das nossas cabeças tivesse um holograma com um contador regressivo do tempo restante de vida, ou seja, todos nós saberíamos quanto tempo ainda temos de vida.

Não sabemos como vamos morrer, só sabemos que de alguma maneira aquele contador nunca falha.

No seu, está marcando 5 anos, 2 meses, 3 dias, 6 horas, 45 minutos e 50 segundos. 49, 48, 47, 46, 45…

O seu tempo está acabando, a cada segundo você está um pouco mais próximo de o contador chegar a zero.

É bem provável que você reflita melhor sobre onde emprega o seu tempo.

Não vai simplesmente dizer sim para tudo, vai querer usar seu tempo da melhor forma possível, não é?

Agora, imagina que uma pessoa que você gosta muito está marcando 23 dias e 2 horas.

Você vai continuar não tendo tempo para passar com ela ou vai achar alguma forma?

Felizmente ou infelizmente, não temos esse contador regressivo, não sabemos quando nós ou as pessoas que amamos vão morrer.

Mas o problema não é não saber quando. O problema é que ignoramos esse fato como se ele não fosse acontecer e evitamos inclusive falar sobre isso com medo de atrair algum mal ou algo assim.

Mas você sabe o que é realmente um mal?

Viver como se nunca fosse morrer… e morrer como se nunca tivesse vivido.

Isso sim é um mal.

E é assim que a maioria das pessoas vive.

Elas perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para tentar recuperar a saúde. Trabalham incansavelmente para conquistar coisas, muitas vezes só para agradarem alguém que nem elas mesmas gostam, para provarem para os outros que são fodas ou que estão vivendo uma vida boa e deixam de viver o presente, deixam de passar tempo com quem amam.

Grave uma coisa:

Tempo não é dinheiro.

Tempo é vida.

Dinheiro você pode perder e depois ganhar ainda mais depois.

Se o seu tempo acabar, isso significa que chegou a sua hora de partir.

E com isso eu quero te deixar com uma terceira lição que aprendi com o essencialismo.

Seu maior ativo é o seu tempo e se você não estabelecer prioridades na sua vida, alguém o fará por você.

Seus amigos, seus colegas de trabalho, seus filhos, seus pais, seu chefe…

Se você não estabelecer de forma clara as prioridades da sua vida, você sempre será engolido pelo dia a dia.

Sempre vão surgir coisas para fazer e viver apagando incêndios é viver uma vida apagada.

Eu vou repetir: viver apagando incêndios é viver uma vida apagada.

Você termina o dia cansado, por ter trabalhado muito e se pergunta: “Mas o que foi que eu fiz?”

Você não tem o sentimento de estar construindo algo.

Você não tem o sentimento de que seu trabalho importa.

Mas se você tiver de forma clara suas prioridades, aí sim, você vai conseguir chegar todo dia no final do dia sabendo que você teve progresso, que talvez foi só um tijolinho que você colocou no seu castelo, mas é um tijolinho a mais.

E isso você só vai conseguir quando definir:

– Por que você está aqui?
– De que forma você quer viver?
– O que você realmente quer fazer?
– Como você quer fazer?
– Com quem você quer estar?
– Onde você quer chegar?

Quando você tiver clareza das suas respostas sobre essas perguntas, vai ficar muito fácil estabelecer prioridades na sua vida.

E também é muito mais fácil dizer não para o que te afasta da resposta dessas perguntas.

As pessoas acham que foco significa dizer sim para a coisa na qual você está concentrado. Só que na verdade, foco significa dizer não para centenas de outras boas ideias que existem.

Foco não é sobre dizer sim, foco é sobre dizer não.

Para poder criar este episódio, eu tive que dizer não para várias coisas que estão alinhadas com meu propósito, mas ele só ia acontecer se eu sentasse minha bunda na cadeira, fechasse todas as distrações como WhatsApp, Instagram, esquecesse várias tarefas que preciso executar dos meus projetos e me concentrasse 100% aqui, dizendo não para todo o resto.

Não se esqueça disso, foco é sobre dizer NÃO.

Alan, mas eu tenho muita dificuldade para dizer não.

Eu também tinha.

E por isso eu consigo te dar agora mais algumas ferramentas que usei para facilitar a sua vida e tornar um pouco mais simples o seu processo de dizer não.

Uma frase que tirei do livro que virou até quadro na minha parede é a seguinte:

Se não é um sim óbvio, então é um não óbvio.

Ou seja, se está em dúvida, diga NÃO.

Nunca diga “sim” se você estiver em dúvida.

Mas não procrastine uma decisão, empurrar com a barriga também é uma decisão e normalmente a pior delas.

Eu tenho algumas técnicas para tomada de decisão que eu uso e vou compartilhar com você agora.

A primeira delas é:

O que eu tenho a perder se disser “não”?

Eu listo as coisas que posso perder.

Depois me pergunto:

O que eu tenho a ganhar se disser “sim”?

Daí listo todas as coisas que posso ganhar.

E daí faço a terceira e última pergunta:

Do que preciso abrir mão se eu disser “sim”?

Não se esqueça, sempre é uma troca.

Sempre que você disser “sim” para algo, você está dizendo “não” para todas as outras possibilidades.

E quase sempre que você diz “sim” para alguém, você está dizendo “não” para você mesmo.

Então aprenda a dizer mais “nãos” e guarde os “sims” apenas para momentos especiais.

Em quantas coisas você já se meteu simplesmente por não ter conseguido dizer “não”?

Quantas coisas que você fez obrigado, até de mal jeito, porque não era o que queria estar fazendo?

Quantas vezes dizer um “sim” acabou sendo pior do que se tivesse dito “não”?

E você não precisa necessariamente dizer a palavra “não”.

Você pode criar filtros.

Como assim filtros, Alan?

Deixa eu te explicar como eu faço para não precisar ficar dizendo “não” o tempo todo.

Quando alguém me pede algo, eu normalmente peço para essa pessoa formalizar o pedido por e-mail.

Deixa eu te contar um segredo: A maioria das pessoas não me manda esse e-mail.

Outra coisa é que eu já estabeleço limites claros logo que conheço alguém.

Eu digo, normalmente faço isso, isso e isso e não faço essas coisas.

A pessoa já sabe que nem adianta ficar me convidando.

E talvez você pense: Mas Alan, assim você vai perder oportunidades.

Se você acha que ao estabelecer limites vai limitar suas possibilidades e se sente mal por isso, você tem uma síndrome chamada FOMO. F.O.M.O

FOMO, o que é FOMO?

FOMO é Fear Of Missing Out, medo de perder algo.

Tem pessoas que têm suas vidas regidas por FOMO, elas estão sempre dizendo SIM, com medo de perder uma oportunidade.

Eu sei porque já tive isso quando estava começando no marketing digital.

Eu fazia todos os cursos, seguia todo mundo, testava todas as estratégias, parecia uma barata tonta.

Mas se você sabe para onde quer ir, não precisa aproveitar todas as oportunidades, precisa aproveitar apenas as certas.

A melhor forma de dizer não é não dizer, é estabelecer limites.

Por exemplo:

As pessoas que me conhecem sabem que não gosto de lugares barulhentos, logo elas não me convidam para baladas ou bares com música alta.

Eu gosto de ficar sozinho, então quando alguém vem me visitar e até dormir aqui em casa eu aviso, vou ficar algumas horas do dia trabalhando ou estudando em silêncio, mas vou separar um tempo para podermos fazer XYZ.

Sempre que vou fazer uma parceria eu digo até onde estou disposto a me dedicar no projeto e quais responsabilidades posso assumir, assim a pessoa não cria uma expectativa superior ao que vou entregar, e se eu entregar, foi overdelivery e não uma obrigação.

Sempre que posso estabeleço limites, assim não preciso dizer não ou chamar atenção de alguém.

Estabeleça limites claros e você vai ter muito menos dores de cabeça.

Isso vai te ajudar a não precisar dizer alguns nãos.

Se você colocar em prática o que te ensinei até aqui, pode ter certeza que vai te poupar de muita dor de cabeça e estresse.

O essencialismo é muito mais do que aprender a dizer não, é algo que venho estudando e colocando em prática há dois anos e seria impossível colocar todo conhecimento e toda experiência que tenho com essa prática em apenas um episódio.

E eu quero ser essencialista aqui, te passar apenas o essencial para você navegar um pouco melhor nesse mar de decisões que a vida nos possibilita.

Mas quero te deixar com um último ensinamento.

Diga NÃO para o problema dos outros.

Nossa, Alan, que frase mais egoísta.

Não me entenda mal, não estou dizendo para você doar dinheiro para instituições ou ajudar o próximo que está passando por necessidades. O que quero dizer é que você não deve roubar os problemas dos outros. Não tome para si uma situação ou um problema que não é seu. Você acha que está ajudando, mas na verdade está atrapalhando o progresso de alguém.

Eu falei um pouco sobre isso no episódio “Uma Mente Milionária”. Se eu não tivesse superado todos os problemas que tive na vida, não estaria aqui podendo ajudá-los através deste podcast. Foram os problemas, as noites em claro, os meses no vermelho e as decisões emocionalmente difíceis que tomei que me tornaram quem sou. Se alguém tivesse roubado isso de mim, eu seria mais fraco e mais frágil.

Você já ouviu falar sobre antifragilidade? Frágil é algo que se quebra facilmente, certo? Logo, antifrágil é algo que…?

Você provavelmente deve ter pensado em algo que não quebra, mas isso é algo robusto.

Uma taça que cai no chão quebra, um peso de academia que cai no chão não quebra, no máximo ele quebra o chão, mas o peso de academia é robusto e não é antifrágil.

Se a taça fosse antifrágil, cada vez que ela caísse no chão, ela ficaria mais forte e mais resistente do que já era.

O antifrágil se beneficia do caos.

E as pessoas de sucesso adotam uma mentalidade antifrágil.

Se você resolver o problema de alguém, você estará deixando essa pessoa mais fraca.

Se ela está tendo aquele problema, é provavelmente por alguma ação que ela fez ou deixou de fazer e precisa aprender com isso.

Eu não estou dizendo que você não deve ajudá-la.

Se uma pessoa está passando fome, necessidade ou precisa de ajuda de emergência, é claro que você deve ajudá-la.

Mas a ajuda é quando você dá o primeiro pão, talvez o segundo, o terceiro, mas quando você dá o décimo, você está criando um parasita.

Ajuda é quando você estende a mão, mas quando a pessoa quer agarrar o braço todo, isso já é abuso.

Quantas vezes você já tentou ajudar alguém que não quer ser ajudado?

Você vai lá, resolve tudo para a pessoa, dá conselhos, coloca energia e ela volta a fazer tudo como fazia antes.

Lembre-se: sua energia é limitada e, no momento em que você resolve o problema dos outros, você está atrapalhando duas pessoas: você e quem você acha que está ajudando.

Faça as seguintes perguntas sempre que pensar em ajudar alguém:

– Essa pessoa realmente quer ajuda?

Eu já perdi muito tempo tentando ajudar pessoas que, na verdade, não queriam ajuda. E é impossível ajudar alguém que não se ajuda. O primeiro passo precisa vir da pessoa.

– Se eu ajudá-la, será que não estou impedindo-a de crescer?

E para você entender melhor essa pergunta, deixe-me citar uma parte do livro “Mais Esperto que o Diabo” de Napoleon Hill:

“Dois importantes fatos nesta vida saltam aos olhos: primeiro, que cada um de nós sofre inevitavelmente derrotas temporárias, de formas diferentes, nas ocasiões mais diversas. Segundo, que cada adversidade traz consigo a semente de um benefício equivalente. Ainda não encontrei homem algum bem-sucedido na vida que não tenha antes sofrido derrotas temporárias. Toda vez que um homem supera os revezes, torna-se mental e espiritualmente mais forte… É assim que aprendemos o que devemos à grande lição da adversidade”.

Toda pessoa de sucesso que eu conheço tem uma história de superação. Não tire a chance de alguém poder contar essa história no futuro.

Além de ajudá-la, você estará se ajudando também, tendo um problema a menos para resolver.

Aprenda a dizer não e você terá tempo e energia para viver a vida que anseia.

Este episódio vai ficando por aqui e se você acredita que ele contribuiu de alguma forma para você, então compartilhe-o com alguém que você acredita que também precisa escutar este conteúdo.

Obrigado por mais uma vez estar aqui comigo e não se esqueça: uma vida lendária é formada por pequenas ações e decisões. Coloque em prática o que você aprendeu aqui hoje.

Até o próximo episódio!

Escrito por,

Alan Nicolas

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