#010 – A Vida é Contra Intuitiva

Apesar de ser contra intuitivo, a zona de conforto é um lugar perigoso para se estar. – Mary Lou Retton

Se você chegou até este episódio 10 e continua me ouvindo, existem duas opções:

A primeira opção é que você gosta de se torturar, porque aqui eu não acaricio o ego de ninguém. Pelo contrário, eu crio cada episódio pensando exatamente em como ajudá-lo a desarmar o seu ego e isso não costuma ser agradável.

A segunda opção é que você entendeu que a única forma verdadeira de crescimento é se expondo ao doloroso processo de destruir as crenças limitantes que a sociedade e seu próprio cérebro impõem como verdades absolutas.

Verdades impostas que parecem totalmente racionais, lógicas ou intuitivas.

Mas neste episódio, eu vou ajudá-lo a desmistificar algumas dessas verdades que parecem ajudá-lo, mas na verdade, só atrapalham você a conquistar aquilo que realmente deseja.

Vamos lá?

A vida é contraintuitiva.

Esta não é uma citação famosa ou simplesmente uma afirmação.

Este é um princípio de vida compartilhado entre várias pessoas que considero extremamente sábias, como Eban Pegan e Leo Gura.

É algo que venho aprendendo empiricamente desde os meus 12 anos de idade.

Algo que provavelmente continuarei aprendendo até meu último suspiro.

Algo tão profundo que seria insensato tentar explicar em 5 minutos.

Eu poderia tentar resumir em uma frase, mas o efeito não seria o mesmo.

Seria como pegar todo o episódio 7 do podcast Vida Lendária chamado “Uma Mente Milionária” e dizer: “Uma mente milionária é sobre suas crenças e não sobre quanto dinheiro você tem no banco”.

Qual o poder desta frase comparado a todos os exemplos que dei durante o episódio 7?

Uma frase pode sim ser muito poderosa, você pode inclusive utilizá-la como uma âncora para te lembrar de aprendizados profundos que já vivenciou ou quer vivenciar.

Um exemplo disso são mantras, orações e afirmações positivas que muitas pessoas costumam realizar.

Mas para realmente aprender algo novo, você precisa de exemplos reais, de histórias e experiências…

E por isso, eu resolvi neste episódio compactar alguns dos aprendizados que tive sobre a contraintuitividade da vida.

Um episódio onde quero compartilhar os aprendizados contraintuitivos principalmente dos meus últimos 6 anos, onde comecei a ter coragem de desafiar a lógica, a intuição e o senso comum e obtive resultados lendários por conta disso.

Isso não vai te impedir de passar pelos desafios que continuam à frente, mas te fará mais consciente das armadilhas da sua mente para que você caia menos em suas próprias mentiras e ilusões, e também naquelas que a sociedade te conta.

Vou começar devagar, começar por aquilo que acredito que você já sabe que é contraintuitivo, mas que é verdade.

Como sair da Zona de Conforto.

Escutar este episódio é sair da Zona de Conforto e parabéns desde já por isso.

Sair da Zona de Conforto é uma lição contraintuitiva tão disseminada que já é quase senso comum, principalmente entre os empresários.

Ainda assim, em toda mentoria que dou, em toda conversa com grandes empresários que tenho, lá estão eles tentando buscar algo chamado previsibilidade.

Afinal, o que é mais confortável, ter uma empresa que varia drasticamente seu faturamento e sua lucratividade todos os meses ou uma empresa que cresce consistentemente todos os meses, mesmo que seja um crescimento de 2% ao mês?

Claro que uma empresa previsível que cresça 2% ao mês.

Alan, mas é errado buscar previsibilidade?

Se você tem uma indústria, tudo bem.

Mas se você, assim como eu, não produz e vende commodities, então sim, você está errado em buscar previsibilidade.

A busca por previsibilidade é uma ilusão tão grande quanto a busca por estabilidade.

Ambas não existem, ainda mais em nossa época em que as coisas mudam tão rapidamente.

E ambas correspondem à mesma busca: a busca pela Zona de Conforto.

Eu tenho três amigos que faliram suas empresas em busca da sonhada previsibilidade.

Um deles viu sua empresa decolar e seus fornecedores não estavam mais conseguindo atender com a mesma velocidade. Ao invés de aumentar o número de fornecedores, ele viu que poderia lucrar mais se o processo de produção fosse interno, assim internalizou tanto o processo de fabricação quanto o processo de logística.

Apesar de seu core business ser marketing direto, agora ele tinha outras duas empresas, duas empresas que exigiam um tipo de gestão bem diferente uma da outra.

Resultado?

Não deu certo por um simples fator.

Pequenas mudanças no algoritmo do Facebook fizeram grande parte de suas campanhas pararem de rodar e fizeram suas vendas caírem mais de 80%.

Isso não seria problema se não fossem pelas outras duas empresas com um alto custo de manutenção mensal.

Resumindo, ele faliu por cair em duas armadilhas que são intuitivas:

A primeira é que a previsibilidade é essencial em um negócio para ele crescer de forma saudável e sustentável.

Quando, na verdade, estabilidade e previsibilidade são ilusões. Ao buscá-las, na verdade, você está em busca da Zona de Conforto e, como você sabe, nada de extraordinário sai de lá.

A segunda é otimizar o lucro acima de tudo.

Este meu amigo viu que o processo de logística não era um bicho de sete cabeças. Com algumas pessoas rodando a operação, ele já conseguiria economizar 30% no custo para enviar seus pedidos aos clientes e isso aumentaria em 12,5% sua lucratividade final.

Agora, imagine que o laboratório também passe a ser dele, economizando 40% na produção e aumentando mais 9% sua lucratividade final?

Eu também fiz as mesmas contas, pois tive a mesma ideia.

Como nossos números de ticket médio eram próximos, eu sabia que seria mais ou menos isso que aumentaria a lucratividade da empresa, cerca de 21,5%.

Considerando que nossa empresa faturava múltiplos de sete dígitos com uma lucratividade variando entre 20% e 30%, aumentar em cerca de 21,5% a nossa lucratividade parecia algo muito bom.

E os números faziam sentido, era algo matematicamente comprovado, havia lógica nesta ação.

Mas ele não estava fazendo isso para melhorar a qualidade do produto ou da entrega, ele estava fazendo isso meramente para aumentar sua lucratividade.

E focado única e exclusivamente em aumentar seus ganhos, ele foi com tanta sede ao pote que esqueceu uma regra fundamental do nosso mercado: ele é intensamente imprevisível.

Ele vinha há meses faturando muito alto e caiu na armadilha de prever o futuro com base em seu crescimento passado.

Desconsiderando uma grande lição ensinada no mundo dos investimentos: rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura.

E a mesma coisa aconteceu com outros dois amigos meus neste mercado.

Em uma busca desenfreada por aumentar o lucro, eles acabaram perdendo seus negócios.

É contra intuitivo uma empresa não focar em conseguir a maior lucratividade possível.

A maioria delas está atrás disso, mas se você olhar para as maiores marcas que existem hoje, não é atrás disso que elas estão.

A Tesla, por exemplo, alcançou um valor de mercado de US$ 500 bilhões e vale 5x mais do que suas rivais americanas Ford e GM juntas.

Só que a Tesla não chega nem perto de uma de suas concorrentes em números de vendas. Em 2019, a GM vendeu 7 milhões de unidades, enquanto a Tesla vendeu apenas 367 mil, cerca de 5% do que a GM vendeu.

Por que a Tesla vale mais do que a GM, Ford e Toyota juntas? Simplesmente porque ela vale mais do que as três maiores marcas no ranking após ela.

Enquanto as outras montadoras estão na sua zona de conforto tentando entregar um carro que seu público quer e com uma boa margem de lucro, Elon Musk estava fora da zona de conforto, unindo coisas totalmente contra intuitivas, esportividade com sustentabilidade através de carros elétricos com autonomias que todos diziam ser impossíveis de se obter com a tecnologia existente na época.

O que ele fez?

Ele precisou criar novas baterias e novas tecnologias e, para que isso desse certo e fosse eficiente, decidiu que toda a cadeia de produção seria interna.

Alan, mas não foi por isso que seu amigo faliu?

Não, meu amigo faliu porque ele fez isso única e exclusivamente com foco no lucro.

Elon Musk fez isso para tornar viável o propósito da empresa:

A Tesla Motors foi criada para acelerar o advento de transportes sustentáveis.

Em algumas entrevistas, você vai ver o próprio Elon Musk dizendo que o propósito da empresa é mais importante do que o lucro.

O cara é tão doido que abriu mão de muitas patentes, distribuindo livremente grande parte de seus projetos para os concorrentes, afirmando que dificultar as outras empresas de criarem seus próprios carros elétricos iria contra o propósito da empresa.

Concorda comigo que é intuitivo proteger sua empresa?

Proteger sua propriedade intelectual, criar barreiras para que seja mais difícil te copiarem, é isso o que a maioria das empresas faz. Isso é totalmente intuitivo, é lutar pela sua sobrevivência.

Concorda comigo que é intuitivo cortar despesas?

Economizar em tudo o que for possível. Eu já li alguns livros de gestão em que os autores se gabavam de quanto conseguiram economizar sem se importar com a queda na qualidade do serviço ou produto.

Percebe como Elon Musk é contra intuitivo?

A diferença entre meu amigo e Musk, além de alguns bilhões, é que um fez por lucro e o outro fez por propósito.

No curto prazo, empresas focadas no lucro fazem muita grana.

Mas a consequência da busca incessante por mais lucro é exatamente o motivo pelo qual elas quebram.

Focadas em reduzir custos, reduzem salários, reduzem a qualidade do produto, a qualidade do serviço até que pouco a pouco só restam ruínas.

Enquanto isso, empresas construídas em cima de um propósito prosperam, pois estão focadas no processo de construção e legado.

Não estão competindo com ninguém, a não ser com elas mesmas.

Mas até mesmo a busca por propósito é extremamente contra intuitiva.

PROPÓSITO

Sempre damos uma desculpa totalmente lógica e intuitiva pelo qual não podemos dar bola para essa besteira de paixão e propósito.

Eu tenho uma família para alimentar, Alan. Eu tenho contas para pagar e uma empresa para gerenciar. Não tenho tempo para essas besteiras.

Se o exemplo do Elon Musk não é suficiente para você, que tal o exemplo do cara que criou a empresa mais valiosa do mundo?

Steve Jobs era um cara 100% focado em propósito. Ele estava pouco se lixando para o lucro e tinha sua missão extremamente clara: contribuir com o mundo fazendo ferramentas para a mente que fizessem a humanidade avançar.

Sabe por que quem tem um forte propósito prospera mais do que quem está focado em dinheiro? Porque dinheiro só te leva até um certo ponto. Assim que você ganha o suficiente para ter uma vida confortável e livre de privações, isso já se torna suficiente e sua felicidade não se altera tanto com o número de dígitos na sua conta.

E se você quer um exemplo mais simples do Steve Jobs e Elon Musk, vamos pegar um cara simples que veio de um dos bairros mais perigosos e pobres da grande Porto Alegre. Alguém que já teve vergonha de ter sua energia e sua água cortadas na frente dos vizinhos. Alguém que já passou por várias privações financeiras, assim como talvez você também já tenha passado. Sim, se você ainda não notou, estou falando de mim, um guajuvirense do Setor 6, Quadra G. Nem minha rua tinha nome. Meu bairro inteiro era uma Cohab, um bairro construído pelo governo para famílias de baixa renda. Esse bairro demorou para eleger os moradores que passariam pelo processo e ganhariam o direito de morar lá. Governo, sabe como é.

O que aconteceu?

A galera indignou-se e invadiu o bairro inteiro, tanto famílias que estavam no processo quanto outras famílias, tanto famílias de bem e que realmente precisavam quanto pessoas mal-intencionadas. Claro que não haveria casa para todos. Qual foi o resultado? Começaram a invadir as áreas verdes também que existiam ao redor do bairro. Não há como um lugar que iniciou com uma invasão e era cercado de outras invasões não ser uma terra sem lei. Não é à toa que sempre foi manchete local e, em algumas vezes, manchete nacional pelo que acontecia lá dentro.

Quer saber outra coisa contraditória? Um lugar que precisa de uma placa gigante na sua entrada, escrita “território de paz”, não é um lugar de paz.

Mas aqui está o seu exemplo de um cara comum e de origem pobre. Por muito tempo, eu corri atrás da grana, não tinha outra escolha. Como qualquer pessoa de origem pobre, por muito tempo, eu vivi para pagar boletos no final do mês. Corria atrás da grana o tempo todo, mas foi nos poucos momentos em que eu foquei em algo maior, que eu foquei em um propósito que era maior do que apenas encher o meu bolso, que meu bolso realmente encheu. Foi só quando foquei em criar algo que beneficiasse não só a mim, mas principalmente quando foquei em ajudar outras pessoas através dos meus negócios que ganhei muito mais dinheiro. E toda vez que voltei a focar somente em grana, eu perdi grana. Fiz isso incontáveis vezes: propósito, grana, propósito, grana, propósito, grana. Como se fosse uma gangorra. Toda vez que eu via a grana entrar, eu pensava: “Nossa, vamos fazer mais”. E focado na grana eu fazia menos. Estressava-me, ficava triste, mas encontrava refúgio e propósito em minhas paixões.

Seguindo minhas paixões e com elas alimentando meu propósito, eu fazia muita grana. Novamente olhava para a grana e recomeçava a gangorra. Isso porque a grana é algo vazio, você não consegue se conectar emocionalmente com ela. Com suas paixões, você consegue, e se suas paixões estão de alguma forma ligadas a um propósito que gera valor para outras pessoas ao ponto delas quererem te pagar por isso. E se isso tem escala, então você tem uma máquina de criar dinheiro perfeita. Suas paixões te energizam para seguir seu propósito, por mais difícil que alguns dias possam ser. É somente através dessa constância e desse valor gerado que você vai ganhar grana. Mas ela será meramente uma consequência. Steve Jobs não ligava para o número de dígitos na conta dele. Elon Musk também não liga.

E conheço a história de diversos outros bilionários que também não se importam.

Eles estão focados em realizar o maior impacto positivo possível para as pessoas; dinheiro é apenas uma feliz consequência disso.

E se você algum dia pensou: “Nossa, eles já são ricos, por que ainda trabalham?” Ah, se eu fosse rico como eles… Com certeza já estaria em um resort, estaria em férias sem fim, só viajando e aproveitando a vida.

E é por isso, é exatamente por esse tipo de pensamento que você nunca vai ser rico.

Porque você está de olho na meta, você está com um olho no objetivo e, por mais contraintuitivo que isso possa parecer, estar com o olho na meta com um olho no objetivo é exatamente o que te faz ficar distante dele.

Porque não é ficar de olho na meta, no objetivo que te traz para perto dele, e sim focar no processo que pode te levar até ele.

E enquanto você tiver essa mentalidade pobre de que, quando eu tiver dinheiro, eu não vou mais trabalhar, você nunca vai ter dinheiro!

Porque sempre que você ganhar um pouquinho de dinheiro, você vai parar…

Sempre que aparecer alguma coisa que te atrapalhar no caminho, uma coisa que seja desafiadora o suficiente para te provar, vai aparecer… “Só dinheiro não vai ser o suficiente para ti continuar.”

E é por isso que as pessoas que têm muito dinheiro continuam fazendo aquilo que gera dinheiro para elas, porque não é mais sobre o dinheiro.

Pode ter começado, mas não foi o que as manteve no jogo.

Pode ser que tenha sido O QUE FEZ elas começarem até fazer seus primeiros milhões.

Mas não foi aquilo que as manteve no jogo. Um ator de Hollywood famosíssimo não continua fazendo filmes apenas para ganhar mais milhões.

Ele faz aquilo porque é uma paixão dele, assim como todos os outros esportistas gigantescos.

Todos eles se apaixonaram pelo processo e, esquecendo o objetivo, eles alcançaram o objetivo.

Eu nunca sonhei em ter uma PORSCHE na garagem.

Eu nunca gostei tanto de carro, para ser sincero. Nunca fui um apaixonado por carros, e talvez isso inclusive deixe alguns aqui um pouco irritados… rsrs

“Pô, o cara nem gosta tanto assim de carros e tem uma PORSCHE.”

Pois é, eu não foquei na PORSCHE.

Eu foquei no processo que me possibilita ter uma PORSCHE ou qualquer outro carro que eu quiser.

Eu nunca fui muito de jacuzzi, de ter uma banheira. Nunca gostei muito, pois demora muito para encher e eu fico entediado rapidamente…

Mas eu tenho duas aqui em casa, não porque eu quis, mas porque minha casa já tinha.

Uma jacuzzi para seis pessoas que usei apenas uma vez para não ficar com dor na consciência de que nunca usei, e a minha banheira também, usei apenas uma vez.

Possivelmente, alguém que é apaixonado por banheiras ou jacuzzis estará pensando: “Ah, que desgraçado, nem queria aquilo e tem.” Mas eu não foquei na banheira nem na jacuzzi. Eu foquei no processo que possibilitou comprar praticamente qualquer casa e a casa que resolvi ter, porventura, tinha isso.

Assim, muitas coisas que conquistei na minha vida foram conquistadas sinceramente sem nem focar nisso, pois eu não estava focado nisso, mas sim no processo.

Por mais contraintuitivo que isso possa parecer, quando você estabelece uma meta, você precisa esquecê-la.

Quando você estabelece uma meta, você tem que estabelecê-la com um único objetivo em mente: descobrir qual é o processo que te leva até ela.

Depois, você esquece completamente a meta e foca somente nesse processo.

Esquecer a meta é importante, pois pensar nela vai te atrapalhar. Uma vez por mês, ou na janela de tempo que fizer mais sentido, você revisa suas metas e confere se está indo na direção certa. Depois, você volta a esquecê-la.

Pense na meta apenas como um indicador de direção, como se fosse sua bússola, mas foque no caminho que tem pela frente. Coloque todas suas energias no processo e esqueça a meta, pois se lembrar dela o tempo todo não vai te ajudar, só vai te atrapalhar.

Se você escutou o episódio 1 aqui do “vida lendária”, você vai lembrar que eu criei um quadro da visão, onde imprimi várias fotos.

Eu colei aquelas fotos ali e depois foquei no processo.

Eu esqueci do que eu tinha colocado naquele quadro.

Minha mente racional esqueceu, mas minha mente emocional não.

Porque toda vez que eu olhava para aquele quadro, aquilo me gerava sentimentos.

Passou um tempo e foquei no processo que pudesse me levar para próximo daquilo. Um dia, me mudando, eu peguei as fotos, sem querer, que estavam numa caixa tudo grudado com durex lá. E lá estavam todas as fotos com aquilo que eu sempre sonhei em ter, “tudo realizado”.

Mas por que foi realizado? Novamente, porque eu não foquei na meta nem no objetivo, eu foquei no processo que poderia me levar até lá.

E eu não estou dizendo que vai acontecer com você.

Perceba que o tempo todo eu estou dizendo “poderia” me levar até lá.

Porque a verdade é que, quando você foca no processo, ele pode te levar para algo muito maior. E foi o que aconteceu comigo.

Eu não imaginava ter um PORSCHE na garagem, nem morar em uma mansão nos melhores bairros, na melhor cidade do Brasil.

Mas o processo me trouxe até aqui.

Então se você quer um conselho contra intuitivo, escreva suas metas, crie um plano para chegar nelas, agora esqueça completamente o objetivo final e foque 100% no plano, 100% no processo.

E por mais contraintuitivo que isso possa parecer, essa é uma das maiores lições contraintuitivas que eu tive até agora da minha vida.

Você precisa começar com um fim em mente, mas precisa se render logo depois ao processo, é o processo que vai te garantir chegar nesse fim em mente.

E por muito tempo eu não entendi isso, por muito tempo doía em mim ver pessoas conquistarem coisas que elas nem davam tanta atenção assim, quanto eu que gostaria de ter muito aquilo.

Se você sentiu um pouquinho de raiva de mim quando falei que nem gosto tanto assim de carro e tenho uma Porsche ou nem gosto de banheiras e jacuzzi e as tenho era exatamente esse sentimento que eu tinha comigo o tempo todo vendo outras pessoas terem coisas que eu queria ter, mas elas nem ligavam para essas coisas.

A vida parecia tão injusta.

Mas era simplesmente porque naquela época eu não entendia que elas estavam fazendo algo que gerava aqueles resultados, mesmo que fossem resultados que para elas não faziam tanta diferença.

E por não entender isso, eu deixava passar algo super importante, é que para elas se alguém tirasse o processo delas, isso sim faria diferença na vida delas, elas ficaram tristes porque elas se alimentavam do processo e não apenas dos resultados.

Quando você começa a se alimentar do processo, você fica imparável, porque você não está correndo atrás de algo.

Você está só preocupado em fazer o que precisa ser feito e isso você terá todos os dias.

Então todos os dias você está sendo alimentado, todos os dias você acorda com mais disposição ainda, porque todo dia você recebe a recompensa.

Quando você só está focado no objetivo, quando você consegue alcançar o objetivo as coisas começam a perder a graça, porque e agora? O que vem depois?

É normal pessoas que alcançam grandes objetivos ficarem deprimidas, depressivas, porque existe uma razão química para isso.

O seu cérebro libera dopamina quando você está correndo atrás de objetivos e tão rápido quanto você alcança esse objetivo, o seu cérebro cessa essa dopamina.

Ou seja, você deixa de receber esse hormônio da felicidade assim que você alcança algo.

E Qual que é a forma de você voltar a ter dopamina?

É você traçar outro objetivo, dele você começa a receber dopamina de novo.

Só que eu conheci algumas pessoas que fizeram isso e a vida delas é extremamente vazia.

Porque elas estão só vivendo de conquista material em conquista material, mas é a forma que elas conseguiram para não ficarem depressivas, para não ficarem tristes.

Só que existe um caminho muito mais saudável, que é você se apaixonar pelo processo.

Quando você se apaixona pelo processo, você libera dopamina só por estar no processo e se for um processo como eu falei que gera impacto positivo na vida de muitas pessoas ao ponto de você também ganhar dinheiro com isso.

É o processo perfeito.

Você vai ganhar dinheiro, vai ganhar reconhecimento, vai ganhar propósito por estar ajudando pessoas e todos os dias.

Só fazer esse processo já é o suficiente para que você fique feliz, para que você sinta que está progredindo, que está alcançando coisas e é por isso que esses bilionários têm rios de dinheiro, mas continuam trabalhando.

Porque a recompensa deles não esta no dinheiro que eles recebem, a recompensa deles está no processo.

Mas o processo me trouxe até aqui.

Então, se você quer um conselho contraintuitivo, escreva suas metas, crie um plano para alcançá-las e, agora, esqueça completamente o objetivo final e foque 100% no plano, 100% no processo.

E, por mais contraintuitivo que isso possa parecer, essa é uma das maiores lições contraintuitivas que eu tive até agora em minha vida.

Você precisa começar com um fim em mente, mas precisa se render logo depois ao processo. É o processo que vai garantir que você alcance esse fim em mente.

E, por muito tempo, eu não entendi isso. Por muito tempo, doía em mim ver pessoas conquistando coisas que elas nem davam tanta atenção assim, enquanto eu gostaria muito de ter aquilo.

Se você sentiu um pouquinho de raiva de mim quando falei que nem gosto tanto assim de carro e tenho um Porsche ou nem gosto de banheiras e jacuzzi e as tenho, era exatamente esse sentimento que eu tinha comigo o tempo todo vendo outras pessoas terem coisas que eu queria ter, mas elas nem ligavam para essas coisas.

A vida parecia tão injusta.

Mas era simplesmente porque, naquela época, eu não entendia que elas estavam fazendo algo que gerava aqueles resultados, mesmo que fossem resultados que para elas não faziam tanta diferença.

E, por não entender isso, eu deixava passar algo super importante: é que, para elas, se alguém tirasse o processo delas, isso sim faria diferença na vida delas. Elas ficavam tristes porque se alimentavam do processo e não apenas dos resultados.

Quando você começa a se alimentar do processo, você fica imparável, porque você não está correndo atrás de algo.

Você está só preocupado em fazer o que precisa ser feito e isso você terá todos os dias.

Então, todos os dias, você está sendo alimentado, todos os dias você acorda com mais disposição ainda, porque todo dia você recebe a recompensa.

Quando você só está focado no objetivo, quando você consegue alcançar o objetivo, as coisas começam a perder a graça, porque e agora? O que vem depois?

É normal pessoas que alcançam grandes objetivos ficarem deprimidas, depressivas, porque existe uma razão química para isso.

O seu cérebro libera dopamina quando você está correndo atrás de objetivos e tão rápido quanto você alcança esse objetivo, o seu cérebro cessa essa dopamina.

Ou seja, você deixa de receber esse hormônio da felicidade assim que você alcança algo.

E qual é a forma de você voltar a ter dopamina?

É você traçar outro objetivo, dele você começa a receber dopamina de novo.

Só que eu conheci algumas pessoas que fizeram isso e a vida delas é extremamente vazia.

Porque elas estão só vivendo de conquista material em conquista material, mas é a forma que elas conseguiram para não ficarem depressivas, para não ficarem tristes.

Só que existe um caminho muito mais saudável, que é você se apaixonar pelo processo.

Quando você se apaixona pelo processo, você libera dopamina só por estar no processo e se for um processo como eu falei que gera impacto positivo na vida de muitas pessoas ao ponto de você também ganhar dinheiro com isso.

É o processo perfeito.

Você vai ganhar dinheiro, vai ganhar reconhecimento, vai ganhar propósito por estar ajudando pessoas e todos os dias.

Só fazer esse processo já é o suficiente para que você fique feliz, para que você sinta que está progredindo, que está alcançando coisas e é por isso que esses bilionários têm rios de dinheiro, mas continuam trabalhando.

Porque a recompensa deles não está no dinheiro que eles recebem, a recompensa deles está no processo.

Só existe uma forma de você ficar rico de uma forma sustentável, é você se apaixonar pelo processo.

Só existe uma forma sustentável de você conseguir ter um corpo massa, de você ter saúde, de você ficar fitness, é você se apaixonar pelo processo.

Quantas vezes eu mesmo já emagreci através de dietas malucas e voltava a ganhar tudo de volta.

Porque quando alcançava o objetivo eu voltava a fazer as coisas que eu fazia antes, voltava para o processo que me gerava o resultado de ficar gordo.

Quando eu me apaixonei por ter uma vida saudável, quando eu comecei a procurar formas diferentes de me alimentar.

Quando comecei a me apaixonar pelos sabores e pelo bem estar que as comidas mais saudáveis me permitiam ter, eu emagreci e mantive isso, porque eu me apaixonei pelo processo.

Hoje eu não consigo mais me alimentar da mesma forma que eu me alimentava antes.

Assim como hoje eu não consigo mais ter minha mente de pobre que eu tinha antes, de ficar focado só em dinheiro.

Hoje o meu foco é no processo que gera o dinheiro e é por isso que eu conquistei as coisas que eu tenho conquistado.

Então essa lição contraintuitiva é extremamente valiosa.

Crie metas, mas apenas para descobrir o processo que te leva até elas e depois foque no processo.

Mas ainda falando em dinheiro, investir é outro exemplo de algo contraintuitivo…

Todos os livros falam a mesma coisa praticamente, compre quando estiver todo mundo desesperado e venda quando estiver todo mundo entusiasmado.

É Simples, mas é contra intuitivo isso…

Existe apenas uma forma sustentável de enriquecer: apaixonar-se pelo processo.

Da mesma forma, existe apenas uma forma sustentável de ter um corpo saudável e em forma: apaixonar-se pelo processo.

Quantas vezes eu mesmo perdi peso com dietas malucas apenas para ganhar tudo de volta? Isso acontecia porque, quando eu alcançava meu objetivo, voltava a fazer as mesmas coisas que fazia antes e voltava ao processo que me fazia engordar.

Quando me apaixonei por ter uma vida saudável e comecei a procurar maneiras diferentes de me alimentar, descobri sabores e bem-estar que as comidas mais saudáveis me proporcionavam. Foi assim que perdi peso e mantive isso, porque me apaixonei pelo processo.

Hoje, não consigo mais me alimentar da mesma forma que antes, assim como não consigo mais ter a mesma mentalidade de antes, focada apenas em dinheiro. Agora, meu foco está no processo que gera dinheiro, e é por isso que conquistei o que tenho hoje.

Essa lição contraintuitiva é extremamente valiosa: crie metas, mas apenas para descobrir o processo que leva a elas e, em seguida, concentre-se no processo.

Falando em dinheiro, investir é outro exemplo de algo contraintuitivo. Todos os livros praticamente dizem a mesma coisa: compre quando todo mundo estiver desesperado e venda quando todo mundo estiver entusiasmado. É simples, mas é contra-intuitivo.

Porque todo mundo está ganhando dinheiro e falando bem, todo mundo dizendo que o negócio vai decolar, vai explodir, é natural que você siga a onda. Quando tudo começa a ruir e todo mundo diz que o mundo vai acabar, que você tem que tirar o dinheiro de lá, é natural que você o retire.

Em 2020, passamos por uma das maiores crises que já aconteceram desde que a bolsa de valores existe. Foi uma oportunidade gigantesca de comprar na baixa, de comprar ações de boas empresas a preços baixos, a preços que eram praticados há anos atrás. Mas quem teve estômago para fazer isso?

Eu mesmo entrei no mercado de ações no final de 2019, ou seja, quando tudo estava em alta. Muitos amigos meus que são da escola austríaca já me disseram: “Não Alan, vai cair, isso não é sustentável”. Só que eles também estão dizendo isso há dez anos.

Eu entrei no mercado, não com os dois pés, mas fui olhando e pus o dedinho. Quando começou a cair, comecei a comprar. Quando começou a cair muito, comecei a comprar menos e quando chegou ao fundo do poço, nem comprei mais e pensei em vender o que eu tinha, porque o negócio foi pro brejo. Realmente não ia ter mais jeito.

Conheço várias pessoas que venderam o que tinham comprado. Elas tinham comprado quando estava em 100 mil pontos e começou a cair. Chegou a 70 mil pontos e elas venderam. Quando chegou a 60 mil e poucos pontos, elas ficaram felizes por terem vendido e não terem perdido tanto dinheiro.

Eu não vendi, mas também não comprei. Comprei a maior quantidade quando estava em 90 ou 80 mil pontos. Quando chegou a 60 mil, o que fiz? Não comprei. A bolsa subiu de novo e eu poderia ter ganho muito dinheiro se tivesse comprado lá em baixo. Já tinha lido vários livros sobre investimentos.

Essa é uma decisão extremamente contraintuitiva: compre quando o mundo estiver acabando, venda quando o mundo estiver bem. Venda quando todo mundo, principalmente os especialistas, apontando fatos mostrando que vai aumentar ainda mais. Isso é extremamente contra intuitivo e não é porque eu sabia dessa lição contraintuitiva, na minha mente racional, que minha mente emocional ia conseguir lidar com isso. Tanto que não conseguiu.

Não consegui comprar. A única coisa que consegui fazer foi segurar e não vender aquilo que eu tinha comprado, que já foi alguma coisa, mas poderia ter sido muito melhor. Investimentos são algo contra intuitivo. Vender quando as coisas estão bem é extremamente contra intuitivo, tão contra intuitivo quanto comprar quando as coisas estão mal.

Falando sobre investimentos e dinheiro, quantas pessoas você conhece que estão sempre correndo atrás de promessas de dinheiro fácil? Pessoas que pulam de pirâmide em pirâmide ou de curso em curso de marketing digital que prometem rios de dinheiro. Elas gastam suas economias nessas pirâmides ou comprando cursos, mas nunca conseguem o resultado prometido. Estão sempre correndo atrás do rabo e nunca construindo uma verdadeira riqueza, simplesmente porque estão focadas no objetivo e nunca param para focar no processo.

Uma coisa que essas pessoas que buscam dinheiro rápido e fácil têm em comum é que elas estão sempre evitando processos, sempre evitando o que vai gerar trabalho. Ao evitar aquilo que gera trabalho, elas acabam gerando ainda mais trabalho. Quantas pessoas você conhece que ficam sempre tentando dar aquele jeitinho, tentando fazer as coisas de uma forma superficial, para ser mais rápido ou para dar menos trabalho? E acabam tendo que fazer tudo de novo, às vezes, uma vez ou às vezes mais de duas vezes. Eu já contratei várias pessoas assim nas minhas empresas e é incrível o quanto de trabalho elas tinham a mais comparado às pessoas que faziam bem feito uma vez só. Eu já contratei vários pedreiros e várias pessoas que trabalharam na minha casa aqui, fazendo alguma reforma ou conserto que tiveram que fazer o negócio três, quatro, cinco vezes. Gastaram inclusive mais material e mais tempo. Eu gastei mais dinheiro por ter contratado essas pessoas, porque elas não fizeram da primeira vez bem feito. Ao evitar trabalho, você tem mais trabalho. Essa é uma lição que você precisa estar atento. Não evite trabalho. Evite retrabalho fazendo um trabalho bem feito.

A mesma lógica se aplica para tentar pegar atalhos. As pessoas vivem tentando pegar atalhos e, intuitivamente, quando você pensa em atalho, você pensa em encurtar o caminho para conseguir chegar no mesmo lugar com menos esforço e em menos tempo. Mas, contraintuitivamente, na maioria das vezes é o oposto que ocorre. Você fica perdendo tempo de atalho em atalho e acaba colocando muito mais esforço e demorando muito mais tempo para chegar lá do que se tivesse seguido o processo, por mais trabalhoso que ele fosse.

O que acontece quando você compra um produto que está absurdamente mais barato que todas as outras opções? É uma merda, não é? Quantas vezes você já comprou porcarias? Mas por que a gente compra em primeiro lugar? Porque isso também é um atalho, é uma forma de conseguir algo com menos energia, menos esforço. Mas o que nós temos em troca? Normalmente, uma porcaria. E além de gastar nesta porcaria, ainda vamos ter que depois comprar a coisa de boa qualidade e assim acabamos gastando mais e perdendo mais tempo do que se tivéssemos comprado o item de mais qualidade primeiro, que normalmente é mais caro.

Não existe almoço grátis, mas a gente insiste em pegar atalhos. Eu já cansei de perder dinheiro contratando prestadores de serviços que eram mais baratos. Uma vez, eu contratei três prestadores de serviço diferentes para tentarem arrumar o aquecedor do apartamento em que eu morava. Os dois primeiros demoraram bastante tempo e não conseguiram deixar funcionando, mas como se esforçaram bastante e não era tão caro, eu paguei sem problemas. O terceiro prestador que foi lá me cobrou o dobro que o prestador mais barato tinha cobrado e resolveu o problema em 5 minutos. Ao tentar economizar, eu gastei pelo menos duas vezes o valor que o cara mais caro cobrou e perdi muito mais tempo.

Mas ainda assim, eu tinha achado justo pagar pelos dois primeiros. Agora, o último, o cara que realmente consertou e consertou mais rápido que os outros, eu achei injusto pagar.

Eu confesso que fiquei pensando, mas ele fez tão rápido, pareceu tão simples.

Os outros ficaram tanto tempo tentando.

Percebe como nossa mente é mesquinha e burra?

É contra intuitivo isso que vou dizer, mas não acredite no que sua mente conta para você.

Na verdade, não acredite em quase nada do que ela fala para você.

Assim como o meu exemplo que acabei de dar, onde minha mente fez o julgamento errado.

Afinal, o cara que mais merecia foi o que resolveu o meu problema, e ele provavelmente só resolveu tão rápido por ter muito mais experiência do que os outros prestadores de serviço.

Fora que ele me economizou muito tempo. Não precisei ficar ali testando coisas com ele, perguntando como estava, olhando o que ele estava fazendo.

Ele chegou ali, resolveu e pronto.

Na verdade, é o melhor tipo de serviço, mas mesmo assim minha mente mesquinha e burra não conseguiu entender isso de imediato. Precisei convencê-la de algo lógico e simples.

E isso acontece porque nosso cérebro não evoluiu para o tipo de mundo em que vivemos hoje.

Nosso cérebro, ao longo de milhões de anos, evoluiu para sobreviver em um ambiente hostil e com fontes de energia escassas.

O conceito de abundância é recente demais e ainda não fomos programados biologicamente para lidar com isso.

Na verdade, não fomos programados biologicamente para quase nada do que fazemos hoje e, por isso, é tão contraintuitivo lidar com o mundo.

É contraintuitivo pensar que menos pode ser mais.

Mas, em um mundo abundante de variedades, prazeres, distrações e oportunidades, menos é o único caminho para a verdadeira liberdade.

E, por mais estranho que isso possa soar, a única forma verdadeira de liberdade é por meio da autolimitação.

Não se trata do privilégio de escolher tudo o que se quer na vida, mas sim o de escolher do que se vai abrir mão.

A variedade perde o sentido. O prazer nunca dura. Distrações vêm e vão. As oportunidades você não consegue abraçar todas.

Mas você sempre poderá escolher o que está disposto a sacrificar, do que está disposto a desistir.

Essa espécie de autonegação é, paradoxalmente, a única coisa que expande de fato a liberdade na vida.

A dor do exercício físico regular acaba por amplificar sua liberdade física: sua força, sua mobilidade, sua resistência, sua energia.

O sacrifício de manter uma ética profissional sólida te dá a liberdade de perseguir mais oportunidades de trabalho, de direcionar a trajetória de sua carreira, de ganhar mais dinheiro, de ter mais portas abertas pela confiança que você gerou e desfrutar desses benefícios.

A disposição de entrar em conflito com outros o libertará para falar com qualquer um.

A coragem de dizer não a alguém é exatamente o que vai te possibilitar ter liberdade de usar o seu tempo como você realmente quer.

Você pode se tornar mais livre neste minuto simplesmente ao escolher quais as limitações que pretende impor a si. Pode escolher acordar mais cedo todas as manhãs, limitar seu tempo no Instagram, deixar seu telefone em modo avião mais vezes para poder focar mais no momento presente.

Essas limitações o libertarão porque vão descomprometer seu tempo, sua atenção e seu poder de escolha. Elas tratam sua consciência como um fim em si.

Se você tem dificuldade em tomar água, como eu, coloque uma garrafa de água ao seu lado durante o dia.

Se você tem dificuldade para implementar uma rotina de exercícios físicos, assim como eu tinha, imponha algo que torne impossível não fazer. No meu caso, só posso começar a trabalhar depois de me exercitar, já que gosto de trabalhar e não posso deixar minha equipe na mão. Essa limitação me obriga a malhar.

Se você perde muito tempo escolhendo roupas, limite o número de peças que possui.

Cansava-me ouvir minha mãe dizer que não tinha roupas para sair, mesmo tendo cerca de 10 sapatos e 20 vestidos. Já meu pai tinha apenas 3 camisetas, uma calça e um sapato, mas nunca reclamou de não ter roupas para sair. Isso porque, quanto mais opções temos, maior é a dor da decisão. Até existe um livro sobre isso chamado “O Paradoxo da Escolha”.

Há duas semanas, minha esposa disse a mesma coisa depois de vestir umas 10 roupas diferentes: “Eu não tenho roupa para sair”. Eu, por outro lado, tenho 10 camisetas pretas iguais, 2 bermudas beges e 2 tênis pretos. Sempre tenho roupa para sair, mas ela, que tem muito mais variedade que eu, não aparenta ter.

Se você também tem esse problema, como minha esposa e minha mãe, a solução é muito simples: tenha menos roupas. Com menos peças, você se obriga a ter roupas que realmente gosta e que ficam bem em qualquer ocasião. O paradoxo da escolha acontece porque, à medida que a variedade de escolhas aumenta, também aumenta a dificuldade de processar todas as opções e o custo de escolher a opção errada gera ansiedade e estresse. Ao evitar uma decisão, muitas vezes você pode ser levado à paralisação, simplesmente não conseguindo escolher.

No exemplo do guarda-roupa que dei, o que ouvi de minha esposa foi: “Ah, eu não vou mais, não tenho roupa para sair”, mesmo com um guarda-roupa com 10 vezes mais roupas do que o meu. Perceba que impor limitações e diminuir suas opções te dão mais liberdade. Consegue entender por que, apesar de contra-intuitivo, menos é mais?

E como eu já disse, a verdadeira liberdade tem tudo a ver com isso.

É abrir mão de um grande número de opções e se comprometer com poucas ou apenas uma opção.

O casamento é se comprometer com apenas uma opção e eu me comprometi com minha esposa quando eu tinha apenas 17 anos.

Muitos podem pensar que eu abri mão da minha liberdade quando eu fiz isso.

Mas existe uma liberdade emocional em meu relacionamento com ela que jamais seria capaz de reproduzir mesmo que saísse com mil outras mulheres.

Já estamos há 13 anos juntos e a cada ano que passa nós nos sentimos cada vez mais livres para sermos nós mesmos um com o outro.

Maior comprometimento permite maior profundidade. Falta de compromisso exige superficialidade.

A falsa liberdade nos faz perseguir algo sobre uma esteira, enquanto a liberdade verdadeira é a decisão consciente de viver com menos.

A falsa liberdade é viciante: não importa o quanto se tenha, nunca vai ser suficiente. A verdadeira liberdade é repetitiva, previsível e suficiente.

A falsa liberdade traz cada vez menos recompensas: exige mais e mais energia para obter a mesma alegria e o mesmo significado.

A verdadeira liberdade traz cada vez mais recompensas: a mesma alegria e o mesmo significado são obtidos com cada vez menos esforço.

Em última análise, a superabundância de distrações e a falsa liberdade que elas produzem limitam nossa capacidade de experimentar a liberdade verdadeira. Quanto mais opções, mais variedade, mais difícil se torna escolher, sacrificar, se concentrar.

A verdadeira liberdade só existe quando entendemos que, apesar de ser contra intuitivo, menos é mais.

Faça um exercício comigo…

Se você só pudesse usar uma roupa por 1 ano, que roupa seria essa?

Você pode ter várias peças, mas elas seriam todas iguais.

Por exemplo, 10 camisetas iguais, 10 calças iguais, 3 tênis iguais.

E você teria que usá-los sempre que sair de casa, não importa a ocasião.

Um casamento, ir trabalhar, ir na padaria, ir passear.

Que roupa seria essa?

Definitivamente seria uma roupa confortável, mas que também ficasse bonita.

Seria uma roupa provavelmente na cor que você mais gosta e que combina com qualquer momento.

Vamos deixar este exercício um pouco mais difícil.

Se você tivesse que escolher apenas um amigo, um amigo com quem você se relacionaria por 10 anos.

Você não tem mais nenhum amigo, é só essa pessoa.

Você com certeza não escolheria qualquer um, né?

Quais seriam as qualidades desta pessoa?

Quais os valores que ela precisa carregar consigo?

O que você espera desta pessoa?

Você espera que ela seja um ombro amigo para os seus dias ruins?

Você espera que ela guarde seus segredos e que você possa contar coisas pessoais suas para poder desabafar, coisas que não contaria para mais ninguém?

Com certeza não seria qualquer pessoa.

Vamos evoluir um pouco mais, e se você tivesse que escolher uma pessoa para passar o resto da vida com você?

Não existe opção de divórcio ou separação.

Este é um mundo imaginário e, neste momento, sou eu quem manda neste mundo imaginário. A regra é que, ao escolher essa pessoa, ela acordará todos os dias da sua vida ao seu lado.

Você pode até tentar fugir dela, pegar um avião e tentar ir para o outro lado do mundo, mas ao dormir você sempre irá acordar ao lado dela.

É melhor que não seja qualquer pessoa, não é mesmo?

Uma pessoa que vai dividir a vida toda com você, é melhor que seja uma pessoa muito especial.

Uma pessoa que você não vai enjoar, uma pessoa cuja companhia você adora, uma pessoa que sempre vai te encantar.

E definitivamente não pode ser qualquer pessoa.

Se você já está comprometido com alguém, seja namorando ou casado, existe uma boa chance de você já estar com essa pessoa.

Afinal, você não escolheu qualquer pessoa para ficar ao seu lado, você escolheu aquela que acredita ser a ideal, aquela que te completa.

Vamos elevar esse exercício uma última vez?

Este acho que vai ser o mais difícil, vamos lá.

Imagine que você só tenha uma vida. Só uma.

Você não tem duas, três, é só uma.

Como você vai escolher viver a única vida que você possui?

De forma superficial ou profunda?

Correndo intuitivamente atrás de mais, ou contra intuitivamente atrás de menos?

Uma Vida Lendária é uma vida contra intuitiva, uma vida que foge do senso comum e, por isso, ela deixa uma marca, um legado.

Se você quer ter uma vida lendária, eu espero que este episódio tenha te ajudado a entender que nem tudo na vida é lógico e intuitivo.

As melhores coisas da vida vão contra aquilo que a sociedade, nossos pais e até mesmo nós mesmos contamos como verdade.

E apesar de ter falado apenas sobre 11 dos 27 exemplos contra intuitivos que eu separei, este episódio vai ficando por aqui, porque lembre-se, limite é liberdade.

Liberdade para eu aproveitar as últimas horas de 2020 antes da virada e comemorar com minha esposa nosso aniversário de 13 anos. E também liberdade para você, para extrair com profundidade estes 11 exemplos.

Alan e os outros 16 exemplos?

Não se preocupe, o Vida Lendária é praticamente todo sobre este tema.

Este podcast existe para cutucar sua mente e ainda vai ter muito conteúdo contra intuitivo por aqui.

No episódio dois você aprendeu que você não é nem seu corpo e nem o seu cérebro.

No episódio três você aprendeu que precisa morrer para verdadeiramente viver.

No episódio quatro você aprendeu que uma vida lendária é simplesmente sobre uma vida extraordinária e sim sobre uma vida que deixa um legado.

No episódio cinco, você descobriu que nem sempre é o herói, por mais que nós sejamos sempre os heróis em nossas próprias histórias, nós também podemos ser o vilão na história de outras pessoas.

No episódio 6, você entendeu que é impossível enxergarmos o mundo como ele realmente é, pois enxergamos ele através de lentes ideológicas e você entendeu que praticamente tudo o que você acredita é apenas um software instalado na sua cabeça, uma crença, não necessariamente a realidade.

No episódio 7, você entendeu que ser milionário não é sobre quanto dinheiro você tem na conta do banco, mas sim sobre como você lida com o dinheiro.

No episódio 8, você descobriu que existe um gênio dentro de você.

No episódio 9 aprendeu a dizer não e como dizer não pode abrir muito mais portas do que um sim.

E este é o 10º episódio chegando ao fim…

Mas se você quer um novo episódio dedicado a esses 16 exemplos que ficaram de fora hoje, então compartilhe este episódio com mais pessoas que possam se beneficiar destas informações e caso este episódio se destaque por ter mais ouvintes do que a média, eu com toda certeza terei um imenso prazer de me aprofundar ainda mais no lado contra intuitivo da vida.

Lá eu vou deixar um artigo chamado “A Vida é Contra Intuitiva”, onde vou sempre adicionar novos exemplos. Combinado?

Então, obrigado por mais uma vez estar aqui comigo e não se esqueça: uma vida lendária é formada por pequenas ações e decisões, coloque em prática o que você aprendeu aqui hoje.

Até o próximo episódio!

Escrito por,

Alan Nicolas

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