#013 – Estoicismo A Arte de Viver

“Um estoico é alguém que transforma medo em prudência, dor em transformação, erros em iniciação, e desejo em empreendimento.” – Nassim Taleb

Essa é uma das citações mais claras e sucintas do mundo moderno sobre o que realmente significa ser um estoico.

As ideias estoicas ajudam a reduzir a ansiedade, o estresse e a lidar com a insegurança e outros sentimentos negativos, através da construção de quatro virtudes: coragem, justiça, autocontrole e sabedoria.

Neste episódio, eu irei compartilhar algumas destas ideias com você, ideias simples e extremamente práticas que, se colocadas em ação, geram melhores resultados com menos esforço, menos estresse e menos sofrimento.

A filosofia que ensina a arte de viver.

Então, vamos começar?

Somos lançados na vida sem instrução, sem preparo. Se vivêssemos num mundo perfeito, ensinar a viver deveria fazer parte do currículo escolar. E se essa disciplina existisse, uma boa sugestão para o primeiro capítulo seria o estoicismo.

Mas talvez, assim como eu no passado, a palavra filosofia já te faça perder total interesse no assunto. Eu te entendo. Normalmente, elas são fundadas em grandes questões da humanidade que são muito difíceis de responder ou não têm uma resposta clara: o que é Deus, por que estamos aqui, qual é o significado da vida?

Por eu ser uma pessoa muito voltada para a execução, a filosofia sempre me soou como uma masturbação mental, algo intangível que só existe no mundo dos pensamentos. Perguntas que geraram debates longos, mas sem uma ação concreta. E nada contra essas perguntas, só que quando a gente ainda não conquistou o que desejamos, queremos algo prático para chegar lá e não perder tempo com perguntas que aparentemente não nos levam a lugar algum.

Só que uma vez, lendo os artigos de Tim Ferriss, eu me deparei com o seguinte título: “Estoicismo: um guia prático para empreendedores”. O ano era 2015, nesta época Tim Ferriss era minha principal referência de sucesso na vida. Ele tinha tudo: experiências incríveis, conhecimento, dinheiro, reconhecimento de grandes autoridades em todos os assuntos que ele abordava, e era um cara extremamente prático.

E ele já começava o artigo escrevendo: “Eu descobri um conjunto de regras simples e extremamente práticas para melhores resultados com menos esforço.”

Nem preciso dizer que devorei todo o artigo e notei que era algo extremamente prático, algo tão diferente que por muito tempo achava errado me referir ao estoicismo como uma filosofia, eu preferia categorizá-lo na minha mente como um manual para a vida.

Eu acredito que o estoicismo é diferente da maioria das escolas filosóficas que já existiram por um motivo importante: seu propósito é a aplicação prática. É uma ferramenta que podemos usar para nos tornarmos melhores empresários, melhores amigos e melhores pessoas. Trata-se, na minha opinião, da mais completa das escolas filosóficas. Serve para tempos de paz e para tempos de guerra; são lições práticas e de fácil digestão. E talvez o melhor de tudo, lições atemporais.

Em outras palavras, uma vez aprendidos, os princípios do estoicismo nunca deixarão de ser atuais e necessários.

Você sabe por que uma escola de filosofia com 2.300 anos de idade ainda é tão procurada hoje?

Você sabe por que existem mais de 5 milhões de resultados no Google e milhares de vídeos no YouTube sobre o estoicismo?

Você sabe por que tantos livros antigos estoicos estão sendo comentados e tantos novos estão sendo escritos sobre o assunto?

A resposta para essas três perguntas é a mesma.

Porque o estoicismo nunca foi tão necessário quanto nos dias de hoje.

No mundo em que tudo muda tão rapidamente e de maneira tão imprevisível, ter um conjunto de regras e princípios baseados em ações é o que cada um de nós precisa para viver uma vida melhor.

Então, se pensar no estoicismo como filosofia o atrapalha, não o veja como uma filosofia, mas como um manual de como ter uma boa vida no mundo moderno.

Porque é exatamente isso que é, um manual prático voltado para a ação.

Desde Zenão de Cítio, o primeiro filósofo estoico que viveu 300 anos antes de Cristo, até Ryan Holiday, um escritor e filósofo estoico contemporâneo, todos os adeptos dessa corrente filosófica valorizam as ações acima das palavras.

Como disse Sêneca: “A filosofia ensina a agir, não a falar.”

Os estoicos também nunca fizeram distinção sobre quem você é ou de onde veio. Tanto que entre três dos grandes nomes estoicos, você encontra Epicteto, um escravo, Sêneca, um intelectual, e Marco Aurélio, um imperador de Roma, o homem mais poderoso do mundo em sua época.

Os três seguiam a mesma filosofia porque ela não foi criada por um obeso intelectual sentado em uma biblioteca imaginando como o mundo seria, mas sim forjada no mundo real, seguindo leis e princípios universais da natureza.

Para você ter uma ideia do que estou falando, grande parte das filosofias nasceram em uma roda de pensadores ou através de profundas reflexões de um grande sábio da época.

Já o estoicismo nasceu na adversidade, ele começou literalmente com um naufrágio, em um momento de caos e pânico.

Zenão de Cítio, o criador do Estoicismo, foi um mercador fenício, ou seja, um empreendedor. Seu trabalho era cruzar as águas gregas transportando mercadorias, até que um dia o navio que o levava da Fenícia até Pireu afundou e levou para o fundo do mar todas as suas mercadorias. O naufrágio foi uma catástrofe em sua vida, já que ele vivia unicamente do comércio.

Ele perdeu tudo o que tinha, o navio e as mercadorias que representavam todo seu patrimônio, por pouco não perdeu a própria vida.

Você diria que isso é algo bom ou ruim?

Acredito que a maioria diria que é algo ruim, mas deixe-me contar um pouco mais essa história.

Depois do naufrágio, Zenão chegou vivo em terra firme. Aquela terra era Atenas, o berço da Filosofia Grega..

Uma suposta desgraça, que poderia mergulhar Zenão em uma profunda tristeza – afinal, perder tudo o que tinha – deu a ele uma oportunidade única de embarcar na filosofia.

De acordo com um biógrafo da época, Zenão ainda brincou dizendo, um tempo depois de seu naufrágio: “Agora que eu naufraguei, enfim embarquei em uma boa jornada”.

Após se estabelecer na cidade e conseguir um meio de ganha-pão, ele começou a frequentar bibliotecas e ler os escritos de Sócrates, o pai da filosofia, e também escritos de Diógenes de Sinope, um mendigo que habitou as ruas de Atenas.

Diógenes era um pensador e filósofo de segunda geração dos discípulos de Sócrates que acreditava que a virtude era melhor revelada na ação e não na teoria.

Diógenes foi o criador de uma filosofia chamada cinismo, filosofia essa que Zenão ficou fascinado.

Tão fascinado que resolveu procurar um cínico vivo, e recomendaram a ele procurar por Crates de Tebas, o mais famoso cínico vivo naquele tempo na Grécia.

Mas por que estou falando tudo isso? Todos esses nomes estranhos?

Porque, apesar dos árabes e judeus possuírem provérbios que dizem que é pelo fruto que se conhece a árvore e não pela raiz, é pela raiz que se sabe o quão forte e sólida é aquela árvore.

Os frutos do estoicismo eu já citei aqui no começo do episódio:

1. Sabedoria para ser prudente em situações da vida;
2. Justiça para entender a razão e os julgamentos aplicados nas relações sociais;
3. Autocontrole para ser moderado;
4. Coragem para saber agir em circunstâncias difíceis.

Mas antes de me aprofundar neles, vamos entender um pouco o porquê, o motivo por trás do estoicismo, que foi fortemente influenciado pela sabedoria dos cínicos e sabe qual era o porquê deles?

Para os cínicos, o propósito da vida era viver em virtude, viver de acordo com a natureza. Cínicos acreditavam que o objetivo da vida é a felicidade, clareza e liberdade. Acreditavam que a sabedoria maior consistia na ação, não apenas no pensar.

Mas, Alan, então por que o estoicismo é tão mais difundido hoje em dia do que o cinismo?

Porque o cinismo pregava contra a fama, a riqueza e o poder.

Para os cínicos, viver de acordo com a natureza significava suprir apenas as necessidades básicas. Tanto é que Diógenes, por desprezar praticamente tudo o que considerava mundano, vivia em trapos e perambulava pelas ruas atenienses carregando uma pequena lamparina acesa. Ele dizia estar procurando por pelo menos um homem de verdade, um que vivesse por si mesmo, que não fosse apenas membro de um rebanho.

Crates de Tebas, discípulo de Diógenes e professor de Zenão, também não era diferente. Ele doou seu dinheiro para viver uma vida de pobreza nas ruas de Atenas.

Essa filosofia parece interessante para você viver? Eu acredito que não, pelo menos não é a que eu gostaria de viver. No entanto, por mais loucos que possam parecer os cínicos, eles possuíam uma sabedoria profunda e prática.

Tanto Diógenes quanto Crates eram descritos como pessoas extremamente felizes, como se estivessem sempre em um festival. Crates, inclusive, era chamado de “abridor de portas”, porque apesar de ser mendigo, era extremamente respeitado entre os cidadãos e tinha as portas das casas abertas para comer e beber. Era uma honra recebê-lo por sua sabedoria. E pensa comigo: ele devia ser muito sábio mesmo, porque aposto que você não deixaria um mendigo entrar na sua casa. Eu mesmo não deixaria.

E olha que já conheci um mendigo extremamente inteligente. Na cidade em que morei até os meus 26 anos, em Canoas, no Rio Grande do Sul, existia um mendigo muito famoso chamado Roque. Ele foi, sem dúvida, uma das figuras mais famosas da minha antiga cidade. Havia uma comunidade no Orkut com mais de 10 mil membros apenas para falar sobre ele e uma Fan Page com fotos e vídeos que está até hoje no ar.

Mas ele ficou famoso mesmo quando descobriram sua inteligência, se você fizesse uma pergunta para o Roque e o recompensasse com um cigarro ele respondia quase qualquer pergunta complexa de matemática ou física.

Alguns diziam que era matemático, outros diziam que ele era químico, outros diziam que ele era um físico e existiam diversas lendas urbanas de como aquela pessoa tão inteligente foi parar nas ruas.

Mas apesar de Roque ser inteligente e talvez até sábio, nunca tive vontade de convidar Roque para jantar lá em casa.

Por isso imagino que Crates e Diógenes devem ter sido um homens muito sábios.

Não é à toa que um mendigo chamou atenção do homem mais poderoso do mundo na época.

Existe uma famosa história sobre Diogenes que você provavelmente já leu ou escutou que vai mostrar bem o tamanho da admiração que ele gerava por viver o que acreditava.

Certa vez Alexandre o Grande, o homem mais poderoso daquela época, ficou sabendo desse maluco chamado Diógenes e resolveu conhecer ele pessoalmente, ver com os próprios olhos aquele homem que era tido como sábio, mas era mendigo.

Ao perguntar onde poderia encontrar o tal sábio, Alexandre escutou que Diógenes morava num barril, nas proximidades de um porto.

Alexandre resolveu procurar o tal sábio, porque ele aprendeu muito jovem a apreciar a sabedoria, seu orientador até os seus 16 anos de idade foi ninguém menos que Aristóteles.

Aristóteles foi aluno de Platão e na minha opinião, ele era um gênio.

Seus escritos abrangem diversos assuntos como: a física, a metafísica, as leis da poesia e do drama, a música, a lógica, a retórica, o governo, a ética, a biologia, a linguística, a economia e a zoologia.

E o cara nasceu quase 400 anos antes de Cristo.

Não é atoa que Aristóteles é visto com Platão e Sócrates como fundador da filosofia moderna. Todo nosso modelo mental hoje, tudo que fazemos na sociedade moderna tem uma tremenda influência desses 3 nomes aí.

Então como Alexandre conviveu por um tempo com Aristóteles acredito que ele pensou, esses gênios são meio tudo meio doido, vai que esse cara fala alguma coisa interessante pra mim.

Ele se dirigiu ao lugar indicado com seus oficiais, um homem de guerra como era Alexandre estava sempre acompanhado de seus oficiais mais renomados.

Ao chegar lá avistou Diógenes sentado no chão ao lado de seu barril, tomando sol, o imperador, empolgado com a possibilidade de ouvir uma palavra de sabedoria, já foi dando logo a cartada, chegou em sua frente, tampando o sol que ele pegava e ele disse:

“Sou Alexandre III da Macedônia, aquele que conquistou todas as terras. O que poderia fazer por você, ó Sábio?”

Diógenes, levantou os olhos e respondeu: “Senhor, apenas não tire de mim o que não pode me dar”.

Alexandre percebeu que Diógenes se referia ao sol, impressionado com a coragem e talvez até um desprezo pela vida por falar assim com um imperador, ele apenas deu um passo para o lado, liberando assim os raios de sol que Diógenes já desfrutava antes de sua chegada.

Diógenes fechou os olhos para curtir aquele calor que por um breve momento foi privado dele e fez a Alexandre a primeira pergunta que qualquer pessoa inteligente deve fazer a si própria.

– Alexandre, estás a tentar conquistar o mundo inteiro. Então e tu? Terás tempo suficiente, depois de conquistares o mundo, para te conheceres a ti próprio? Tens certezas sobre o amanhã ou sobre o próximo momento?

Alexandre nunca tinha conhecido um homem assim. Ele já tinha vencido grandes reis e imperadores, mas percebeu que Diógenes era um homem muito poderoso.

Baixando os olhos, Alexandre respondeu:

– Não te posso dizer que esteja certo sobre o momento seguinte. Mas posso prometer-te uma coisa: quando tiver conquistado o mundo, vou desejar descansar e viver uma vida calma, tal como tu.

Diógenes estava ali, lagarteando como a gente diz lá no Rio Grande do Sul, tomando um banho de sol matinal junto a um rio, rodeado por bonitas árvores.

Ele riu…

Alexandre se sentiu ofendido e perguntou porque que ele estava rindo.

– É muito simples! – respondeu Diógenes. – Se eu posso descansar e viver uma vida calma sem ter conquistado o mundo, o que te impede a ti de fazer o mesmo? O rio é grande e eu não tenho qualquer objeção a fazer. Podes ocupar o lugar que quiseres – mesmo que queiras o meu lugar, eu posso mudar o meu barril de lugar e tu fica aqui se assim quiseres.

Descansa agora, se desejas descansar.

Descansa agora. Agora ou nunca.

O que Diógenes dizia era absolutamente verdade, mas, para um homem que estava em uma viagem do ego, isso era óbvio demais, simples demais.

Ficar descansando na margem do rio não alimenta o ego.

O que é que se consegue conquistar fazendo isso?

Alexandre saiu incomodado da conversa que teve com Diógenes.

No caminho de volta ouvindo seus oficiais zombarem do mendigo, ele disse: “Se eu não fosse Alexandre, queria ser Diógenes.”

Essa história eu li em diferentes livros e com diferentes versões, a mesma história recontada ao longo do tempo por diferentes mestres e escritores.

E todas têm uma coisa em comum, Alexandre um dos homens mais poderosos do mundo não tendo nada a oferecer a um mendigo, pelo contrário, o mendigo oferecendo sua sabedoria ao grande conquistador.

Esta história carrega grandes lições, mas eu vou me atentar a somente uma delas aqui que é motivo do cinismo ter perdurado por muito tempo, afinal durou por quase 8 séculos, mas não chegou nos dias atuais, nem mesmo foi uma filosofia adepta por comerciantes e imperadores como o estoicismo em sua própria época.

E sabe por que?

Por que essa filosofia exigia abrir mão da riqueza, da fama e do poder.

Algo que a maioria de nós deseja, mesmo que diga que não.

O que Diógenes disse para Alexandre pode ter deixado ele pensativo, mas se eu te dissesse que uma forma de você encontrar plenitude e felicidade seria abandonar todos seus bens, todo seu dinheiro, toda sua reputação e todo seu poder, você faria isso?

Então imagina se você fosse o homem mais poderoso do mundo como Alexandre?

Difícil né?

Alexandre morreu aos 32 anos, alguns suspeitam que tenha sido envenenado. Mas o que se sabe é que apesar de ter deixado um grande legado por ter sido invicto em batalhas e  ter entrado para a história como um dos comandantes militares mais bem-sucedidos do mundo, Alexandre morreu sem ter tido tempo para parar, para descansar como Dionésio fazia e como disse que faria quando tivesse conquistado o mundo.

Uma pena que Alexandre conheceu Diógenes, e não Zenão.

Porque aquele acontecimento supostamente trágico do naufrágio de Zenão o deu uma oportunidade única de embarcar na filosofia e criar o estoicismo, uma filosofia prática que consegue entregar o que o Cinismo tinha como proposta, sem o lado negativo de ter que abrir mão de tudo que você tem ou deseja.

Uma filosofia que séculos depois serviu a outro grande imperador, Marcos Aurélio, que não só realizou muito como Alexandre III, mas também teve tempo para descansar e aproveitar o lado bom e leve da vida.

E aqui o Estoicismo nos ensina a Arte de Viver.

Não que os antigos estoicos tenham nos deixado testamentos ou regras, na verdade a maioria dos livros estoicos foram perdidos ao longo do tempo, só o filósofo estoico Crísipo escreveu mais de 700 obras sobre estoicismo, mas todas foram perdidas com o tempo restando apenas alguns fragmentos.

O estoicismo como conhecemos hoje não chegou até nós com testamentos e mandamentos, ele chegou através do exemplo, através da ação.

Os livros foram perdidos, mas a ação permaneceu.

Como uma vez disse Epicteto para seus discípulos:

“Não explique sua filosofia. A incorpore”

Em outras palavras Marco Aurélio também escreveu em um de seus diários:

Não perca mais tempo discutindo como um homem bom deveria ser. Seja um.

E como você deve ter ouvido alguém dizer:

A palavra convence, mas o exemplo arrasta.

E é por isso que o estoicismo sobrevive a tanto tempo e muito de suas ideias inclusive foram incorporadas por diversas religiões como o no cristianismo, no budismo e no pensamento de diversos filósofos modernos, além de ter influenciado a técnica contemporânea de psicoterapia chamada Terapia Cognitivo-Comportamental.

Além de ser na minha opinião o que deu origem ao que hoje conhecemos como desenvolvimento pessoal.

E tudo isso surgiu com uma pergunta simples e honesta.

Zenão após ler os escritos de Sócrates, Diógenes e aprender os princípios cínicos diretamente com Crates se perguntou:

Como eu faço para usar esse conhecimento para tornar minha vida melhor?

Ele se perguntou isso em um tempo de caos, de grande instabilidade política, guerras e barbárie. Um tempo de muita instabilidade e que provocava um sentimento constante de insegurança, soa familiar?

Não é à toa que a virtude que mais se destaca quando conhecemos um estoico, seja por livros ou pessoalmente, é a serenidade, uma paz interior, uma calma mesmo cercado de adversidades.

Podemos chamar de uma sabedoria em prol da felicidade que trata sobre questões que sempre tivemos e foram ampliadas nos tempos modernos, como por exemplo lidar com eventos que não temos controles, lidar com emoções negativas, conhecer a si próprio e investir energia no que importa.

E apesar de muita coisa ter mudado nos últimos 2.300 anos, nosso cérebro ainda funciona de forma similar. Lidamos com desafios emocionais parecidos e enfrentamos adversidades diariamente.

Como Naval, um estoico atual diz:

Quanto mais antigo o problema, mais antiga a solução.

E agora que você entendeu minimamente o contexto histórico do surgimento da filosofia Estoica, está na hora de acompanhar Zenão nesse mergulho filosófico.

Como vimos no episódio #012, uma das melhores formas de aprendermos algo novo de forma eficaz é encontrar o 80/20 de determinada coisa.

“Qual o 80/20 do estoicismo?”

E é sobre isso que vou falar para você agora.

Separei as 4 lições estóicas que são de extrema importância pra mim.

Vamos para a primeira:

1/ Encontre um mentor

“Escolha um mestre cuja vida, conversação e rosto de expressão da alma o tenham satisfeito… Pois devemos realmente ter alguém segundo a quem possamos regular nosso caráter; você nunca pode endireitar o que está torto, a menos que use uma régua. ” – Sêneca

Lembra qual foi a primeira coisa que Zenão fez ao ler sobre cinismo, a filosófia criada por Diógenes de Sinope?

Ele se perguntou:

“Onde posso encontrar um homem assim?”

Isto é: onde posso encontrar meu próprio Sócrates?

Onde posso encontrar alguém para estudar?

E foi procurar por Crates, o cínico vivo naquela época que se tornou seu mestre.

Quase todos os antigos estóicos tiveram um mentor formativo, vivo ou morto. Cleanthes tinha Zenão. Cato tinha Sarpedon. Sêneca teve Attalus. Epicteto tinha Musonius Rufus . Marcus Aurelius tinha Rusticus – que o entregou a Epicteto.

Os estóicos sabiam que a vida é difícil e requer ajuda. “Só os animais podem fazer isso sozinhos”, escreveu Marco Aurélio. Precisamos de orientação daqueles que estão mais à frente no caminho. Precisamos de mentores.

Em 2015 ao assistir uma palestra de um dos meus mentores na épica, T. Harv. Eker, ele disse, busque um mentor, um coach.

Eu tenho um coach em cada area da minha vida. Tenho um coach para exercícios, um coach para alimentação saudável, um coach para minhas finanças, um coach para meu emocional, um coach para minhas empresas, um coach para meu relacionamento com minha esposa, eu tenho um coach para cada area da minha vida e devo boa parte do meu sucesso a isso.

Quando eu escutei isso eu comecei a buscar coachs presenciais, pessoas que pudesse trocar ideia.

Sem reputação e sem dinheiro, confesso que foi bem difícil, eu pedi indicações para amigos e mandei mensagens oferecendo uma permuta, uma troca de serviços,  meu serviço na época era criar sites, então ofereceria uma troca dos meus serviços por sessões de coaching e recebi vários nãos até receber o primeiro e único sim.

O nome dele era Marcelo Nobre, um coach de negócios que me ajudou pela primeira vez a olhar para dentro, examinar meus valores, meus princípios.

Desde lá nunca deixei de ter algum mentor, alguém que pudesse me espelhar.

Confesso que a maioria dos meus mentores não me conhecem, eles estão mortos ou são praticamente intocáveis a não ser pelos seus livros, podcasts e entrevistas.

Contudo, sempre busco ter um mentor próximo a mim, alguém que tenha mais experiência de vida do que eu em uma determinada área que poderá me aconselhar.

Atualmente tenho 5 mentores próximos a mim, no qual sempre busco conselhos para tomadas de decisões e quando estou enfrentando algum dilema sobre minha vida.

E espero aumentar este número para pelo menos 12, um para cada área específica que eu determinei para minha vida.

Eu sei que você deve estar se perguntando agora, quais são essas 12 áreas, mas eu vou te deixar na curiosidade, porque você tem que identificar por você mesmo essas áreas, se não você não dará a devida importância para elas.

Elas foram uma descoberta gradual para mim e também serão para você.

O importante é você ter um ponto de partida, em quais áreas da vida você gostaria de melhorar? Em que áreas você precisa de um mentor?

Talvez você deseja ter sucesso como empresário, quem será seu mentor sobre empreendedorismo?

Talvez você deseja sucesso como líder na sua empresa.

Talvez nas finanças, na saúde, na espiritualidade, nos relacionamentos?

Seja qual for a área da sua vida que você for desenvolver o mentor certo sempre será bem-vindo.

Mas Alan, como escolher o mentor certo?

Eu já quebrei a cara algumas vezes escolhendo o mentor errado, então eu me sentiria irresponsável se eu não te desse algumas ferramentas para escapar das armadilhas dos falsos mentores.

Deixa eu te contar 3 regras que uso para escolher meus mentores:

1/ Quais os resultados desta pessoa?

Essa primeira regra na verdade é um conjunto de perguntas sobre sua capacidade técnica, analítica e de gerar resultados.

Me pergunto também:

Seus resultados são estrondosamente maiores que o meu nesta área específica?

Quão boa ela é em dar direcionamentos e diagnosticar minhas falhas e pontos a melhorar?

Quem poderia me dar referências sobre seu trabalho e quais resultados ela gerou na vida de seus clientes?

Eu gosto de ter pelo menos duas indicações quentes, ou seja, indicações de pessoas que eu confio.

A primeira coisa que analiso são seus resultados e sua capacidade de ajudar seus mentorados a gerarem resultados.

A segunda é:

2/ Ela está alinhada com meus valores?

Por exemplo, se for um mentor de grandes realizações, mas possui ego inflado eu prefiro não tê-lo como meu mentor, pois valorizo a humildade e sei que em algum ponto posso me frustrar por alguma ação dessa pessoa.

Verificando se ela está alinhada com meus valores eu consigo identificar se é um charlatão ou não, e olha, existem muitos.

Uma dica de Naval, que é um mentor de mais de 2.000 empresas no Vale do Silício é que:

Se a pessoa fala muito sobre suas virtudes, sobre como ela é honesta, verdadeira etc e explica coisas simples de forma complexas, fuja, é um charlatão, e como conheci alguns já no meu caminho eu concordo 100% com essa frase dele.

E a terceira e mais importante para mim:

3/ Eu admiro essa pessoa?

Essa pessoa será como Sêneca disse uma régua para mim.

Eu preciso admirá-la pelo que ela conquistou nesta área, que desejo melhorar e também pelo como ela conquistou, ou seja, por suas virtudes.

Você precisa sentir que é a pessoa certa, não use apenas a razão nesta escolha, use seu instinto também.

Além destas 3 perguntas existem algumas características também que percebi que tornam a pessoa um bom mentor, algumas delas são:

1. Ser um bom ouvinte.
2. Ser radicalmente honesto
3. Respeitar as diferenças e não impor suas verdades
4. Ter curiosidade extrema e profundo conhecimento sobre seu campo de atuação
5. Valorizar perspectivas diferentes sobre o mesmo assunto.

E essas 5 características eu consigo identificar hoje em uma conversa em poucos minutos com uma pessoa.

Mas não pare nessas 3 perguntas, após escutar esse episódio digite: “Como escolher um mentor?” no Google e leia o máximo possível, pois assim como escolher o mentor certo te fará avançar mais rápido e de maneira mais certeira, o mentor errado pode te atrasar e te levar exatamente para o caminho contrário que você deseja.

Então escolha com sabedoria seus mentores.

Essa é uma das poucas coisas que estão no seu controle.

Falando nisso, vamos à segunda lição, a principal tarefa da vida segundo Epicteto, ele disse:

2/ A Principal Tarefa da Vida segundo Epicteto

“A principal tarefa na vida é simplesmente esta: identificar e separar as coisas para que eu possa dizer claramente a mim mesmo quais são as coisas externas que não estão sob meu controle e quais têm a ver com as escolhas que eu realmente controlo. Onde então procuro o bem e o mal? Não às coisas externas incontroláveis, mas dentro de mim às escolhas que são minhas … ”

Todos nós temos desejos, anseios, sonhos, e mais vários etcs. Mas precisamos entender uma coisa muito importante sobre a vida:

Existem coisas que simplesmente não dependem de nós, e nós não temos poder algum sobre elas.

Focar no que foge do nosso controle além de desperdício de energia também é autodestrutivo.

Essa distinção fundamental, que tem sido denominada “dicotomia do controle” pelos filósofos estóicos atuais, nos levar a perceber, que existem coisas sobre as quais exercemos controle.

Se você escutou o episódio #012 você deve lembrar da pergunta 16.

16. O que está no meu controle e o que não está nessa situação?

Você refletiu sobre esta pergunta?

O que está sob seu controle?

Tem uma frase que Epicteto repetia para seus discípulos:

ta eph’hemin, ta ouk eph’hemi

TÁ ÉFS EM MIM, TÁ OUKH ÉFS EM MIM

“O que depende de nós, o que não depende de nós”

Epicteto dizia que nosso juízo, impulso, desejo, repulsa em resumo tudo tudo quanto seja ação nossa é o que depende de nós.

Todo resto foge do nosso controle como a fama, a riqueza, o poder…

Esse exercício da dicotomia do controle, que eu gosto de chamar de Zona de Controle, nos possibilita identificar o que é real e o que é ilusório.

Você acredita que é real ou ilusório cumprir uma meta específica de faturamento na sua empresa?

Ela é ilusória, pois por mais que você coloque toda sua energia para isso acontecer, seu negócio depende de muitas variáveis que fogem do seu controle.

Pode acontecer uma pandemia, seu fornecedor pode ter um problema, seus principais colaboradores podem pedir desligamento, seu mercado pode ser atingido por uma grande mudança.

Não estou dizendo que você não deva ter metas.

Todas minhas empresas têm metas de faturamento e lucratividade, mas por eu saber que isso não está no nosso controle, meus principais indicadores nas minhas empresas são os que eu tenho controle.

Como: O quanto vamos investir em marketing, quantas campanhas novas vamos colocar no ar, quantos produtos novos vamos lançar, quais ajustes vamos fazer para buscar as metas estabelecidas.

Houve meses na empresa que eu coloquei muita energia só para bater o faturamento que vínhamos batendo e outros meses que levei toda equipe para um cruzeiro para comemorarmos o ano e vendemos muito mais mesmo a equipe tendo ficado 7 dias longe do escritório.

Simplesmente porque era um mês onde os grandes players anunciavam menos e nossos anúncios ficaram mais baratos.

Ou seja, algo totalmente fora do nosso controle.

Eu poderia olhar para isso e pensar, neste mês nós fizemos algo diferente que deu muito certo, deixa eu replicar, agora todo mês vamos ficar 7 dias em cruzeiro.

Isto foi em Dezembro de 2018, em Jan de 2019 fui para um evento com meus sócios em Las Vegas e ficamos 12 dias viajando.

Foi o mês de maior faturamento de toda história da empresa, faturamos 4x acima da nossa média que já era muito alta.

Novamente um resultado totalmente desatrelado ao esforço que estávamos colocando, algumas situações que estavam totalmente fora do nosso controle favoreceram esse aumento no faturamento.

E como estavamos preparados nós conseguimos aproveitar este momento.

Mas se eu tivesse achado que tinha sido algo que tínhamos feito diferente, eu teria ficado deprimido 2 meses depois, quando em março batemos apenas 50% do nosso faturamento médio.

Mas em Março daquele ano o mercado mudou drasticamente para pior em nosso segmento.

Por entender isso eu não me preocupei com o resultado, eu continuei focado naquilo que estava sob meu controle.

Minhas ações.

Você não tem poder direto sobre o quanto você ganha.

Você não tem poder direto sobre o cargo que ocupa.

Você não tem poder direto sobre sua saúde.

Você tem poder direto sobre suas ações que podem influenciar essas coisas.

Porque mesmo trabalhando pesado, você pode acabar desemprego ou faturando muito menos na sua empresa por uma mudança do mercado.

Mesmo se você fizer todos os cursos possíveis e se dedicar, seu chefe pode não te promover, ele pode simplesmente não gostar de você.

Mesmo se você se alimentar bem, fazer exercícios, ainda sim alguma doença genética pode se manifestar, ou você pode ser acometido por alguma nova doença.

A verdade é que são poucas coisas que estão sob nosso controle.

E enquanto desperdiçarmos energia naquilo que não temos controle, vamos alimentar a frustração e o descontentamento por não ter as mudanças que acreditamos que conseguimos gerar.

Não é à toa que uma forma que os antigos estóicos mediam o quanto a pessoa era sábia, era exatamente capacidade de concentrar-se mais nas coisas interiores e menos nas exteriores.

Concentrar-se nas coisas que dependem de nós, que estão sob nosso controle, pode nos parecer um objetivo extravagante ou próprio de gente pouco ambiciosa.

Com intensidade jamais vista, nossa sociedade está semeada de mensagens que estimulam os indivíduos a procurar satisfação em coisas que lhes são exteriores: na beleza, no dinheiro, na fama, na posição social.

Desde pequenos, somos habituados a considerar felizes quem quer que exiba qualquer um desses atributos. A publicidade, por exemplo, propaga a noção de que a aquisição de produtos ou serviços nos dará um prazer novo e desconhecido, nos tornará mais atraentes, nos multiplicará o status, nos deixará ricos, nos tornará melhores.

Contudo, quando refletimos sobre estas promessas elas se revelam frágeis e temporais: a beleza se esvai com os anos; o dinheiro pode ser consumido ou roubado; a fama não resiste ao esquecimento ou à calúnia; a posição social depende de uma teia instável de favores.

Estamos lidando então com fatores circunstanciais, com concessões da Fortuna ― a deusa romana que personificava a força cega do acaso ou da sorte, distribuindo os bens exteriores entre os humanos com o mesmo capricho e facilidade com que os retirava.

Como as coisas que a Fortuna concede não são de posse segura, o aspirante à sabedoria, no entender de Epicteto, terá de mudar seu modo de pensar a fim de valorizar as coisas que em suas palavras são “livres, desobstruídas, sem entraves” simplesmente porque a própria natureza as fez assim.

Isso que eu acabei de falar é de uma profundidade que mesmo quando eu falo eu percebo que apesar de refletir e viver isso já há alguns anos eu ainda não a vivo em toda sua plenitude.

Não é fácil, mas é libertador aceitar que não temos controle sobre quase nada.

E o empoderamento de entender o que realmente temos controle é igualmente satisfatório.

Se todas as pessoas conseguissem desenvolver a faculdade do juízo, ou seja, a capacidade de refletir e distinguir o que é uma coisa e o que é outra, o que temos controle e o que não temos, tenho certeza que boa parte do sofrimento seria extinguido.

Pois é na mente que sofremos e como diz Sêneca:

Sofremos mais na imaginação do que na realidade.

Por isso o julgamento é uma das quatro virtudes que os estóicos mais valorizam.

E aqui, a palavra julgamento significa convicção, opinião.

Julgamento no sentido de comparar e ter uma opinião formada sobre alguém, algo ou um acontecimento.

E infelizmente somos programados socialmente para fazer isso o tempo todo como um mecanismo de defesa.

Tem uma história que minha sócia Camila Zen contou em seu canal no YouTube que ilustra bem isso.

Eu não tenho o talento dela para contar histórias, mas como é uma história de poucas linhas deixa eu contar essa história para vocês terem uma visão melhor do que quero dizer.

É uma antiga história chinesa que diz que existia um fazendeiro que tinha apenas um cavalo, e que o perdeu, ele fugiu.

Toda a vizinhança foi até a casa dele naquele dia o consolar: Ohh, seu único cavalo, quanta tristeza, que coisa horrível que aconteceu com você!

E ele disse: Talvez.

No próximo dia o cavalo voltou, e trouxe 7 outros cavalos selvagens junto com ele.

E aí toda a vizinhança voltou à sua casa e disseram: Uau, que boa sorte, isso é maravilhoso!

E ele disse: Talvez.

No próximo dia seu filho, muito levado, tentou montar em um desses cavalos selvagens, que o derrubou violentamente, fazendo com que seu filho quebrasse sua perna em 3 partes…

Todos os vizinhos voltaram à noite e disseram: Isso foi PÉSSIMO! Seu filho não vai poder te ajudar por um bom tempo!

Você vai ter que trabalhar muito, que coisa ruim!

E ele disse: Talvez.

E no próximo dia, oficiais recrutadores do exército chegaram na região procurando jovens que poderiam lutar na guerra, e obviamente rejeitaram o filho do fazendeiro porque ele ficaria muito tempo inútil.

E naquela noite, todos os vizinhos foram até a casa dele novamente e pela última vez, dizendo: Isso é INCRÍVEL, como Deus é bom!

Fez tudo isso para que seu filho não tivesse que ir à guerra.

E ele disse: Talvez.

Essa história nos faz perceber que não podemos classificar os acontecimentos como bons ou ruins, simplesmente porque não sabemos os desdobramentos de cada situação.

Por mais angustiante que possa parecer, o fato é que não temos controle sobre o que irá acontecer conosco e nem mesmo sobre o resultado das nossas ações, especialmente a longo prazo.

Não faz sentido, então, comparar nossa história com uma outra história ideal, pq ela simplesmente não existe.

Nos resta apenas entender que nossa história é única e aquilo que chamamos de “erro” é apenas uma avaliação muito rasa das nossas atitudes passadas.

Podemos, em vez disso, ser humildes o suficiente para entender que não estamos no comando do universo e escolher valores que guiem nossas ações em vez de sermos guiados por resultados, porque os resultados não dependem de nós, a ação sim.

Marco Aurélio já dizia:

“Você tem controle sobre sua mente – não sobre eventos externos”.

Epicteto como escravo, Sêneca uma das pessoas mais ricas de Roma, e Marco Aurélio o imperador e homem mais poderoso de sua época, ambos sabiam que tinham poder apenas sobre suas ações, o resto é ilusório.

As únicas coisas que controlamos são:

Nossas atitudes. Nossas emoções. Nossos desejos. Nossas decisões. Nossas opiniões sobre o que aconteceu conosco. Essas escolhas dependem de nós.

E digo mais, nem isso nos pertence completamente.

Somos influenciados fortemente por nosso meio, pelo ambiente que vivemos.

Você não verá um índio que nunca teve contato com a civilização desejando uma mansão com uma ferrari estacionada na garagem.

Ele deseja uma lança maior, um arco mais potente como o seu amigo tem.

Assim suas atitudes, suas emoções, seus desejos, suas escolhas, suas opiniões e tudo que julgamos estar no seu poder de controle também são fortemente influenciados pelo seu meio.

Então se eu pudesse te dar um conselho, apenas um sobre a principal tarefa da vida de Epicteto que é separar aquilo que você controla daquilo que você não controla é a de colocar toda sua energia e atenção possível em moldar o seu ambiente de acordo com seu desejo.

Isso serve para qualquer coisa que desejar, se quer ficar em forma, se quer ser mais feliz, se quer se tornar sábio, se quer se tornar rico.

Vamos pegar este último para você entender um exemplo completo.

O exemplo de quem quer ficar rico.

Se é isso o que você deseja, você precisa cercar-se de pessoas ricas e ambientes ricos.

Mas Alan, como eu vou fazer isso sendo pobre, sem dinheiro para frequentar ambientes ricos e sem amigos ricos?

Vamos lá.

Sobre ambientes:

Você não precisa frequentar fisicamente, se conseguir melhor, custa só uma passagem de ônibus ir até um bairro nobre e dar uma volta olhando as casas e imaginando como seria morar ali.

Isso sem dúvida irá ajudar.

Uma vez por mês você pode frequentar um restaurante ou um bar mais fino.

Mas na minha opinião o grande poder está em um quadro de visualizações.

Foi o que eu fiz, eu imprimi fotos daquilo que eu queria e colei em um quadro na minha sala.

Lá tinha foto da minha moto, do meu carro, da minha casa, da minha vista linda pro mar e montanhas. Quase todos os dias que eu passava por aquele quadro eu parava por alguns segundos para ficar imaginando como seria ter aquilo.

Diversos estudos científicos demonstraram que se você conseguir visualizar seu cérebro às vezes não consegue distinguir a diferença entre o que é real e o que não é.

Isso é programar sua mente, como eu expliquei no episódio #011 é dar comandos para o supercomputador que existe aí entre suas orelhas.

Mas tem uma coisa que programa mais sua mente do que visualizações, as pessoas.

Sobre pessoas:

Existe um discurso de Epicteto que concordo plenamento:

“Acima de tudo, preste atenção nisso – para que você nunca fique tão ligado aos seus antigos conhecidos e amigos, de forma a ser puxado para o nível deles. Caso contrário, você será arruinado. … Você deve optar entre ser amado por esses amigos e permanecer a mesma pessoa, ou se tornar uma melhor, em detrimento deles… se você tentar os dois, não fará progresso nem manterá o que já teve.”

Considere conscientemente quem você permite em sua vida – não como um elitista esnobe, mas como alguém que está tentando cultivar a melhor vida possível.

Você deve se afastar de forma consciente das pessoas que não te fazem bem ou não estão de alguma forma em uma posição que você almeja estar.

Pergunte a si mesmo sobre as pessoas que você conhece e passa o tempo: elas estão me deixando melhor? Eles me incentivam a avançar e me impulsionam ou me arrastam para o nível deles?

Porque como Epicteto mesmo disse há mais de 2.000 anos atrás, se você tentar evoluir, mas manter seus antigos relacionamentos. Ou você será puxado por eles, ou os afastará de qualquer forma.

O ego coletivo, assim como o ego individual, não gosta de mudanças.

Seu sucesso, sua sabedoria, sua evolução será uma ofensa para seus amigos se eles não desejam evoluir como você deseja.

E talvez por um tempo seja difícil encontrar pessoas com esse desejo, por muito tempo foi para mim.

Mas deixa eu te mostrar porque você não precisa se preocupar com isso agora.

No nosso exemplo da busca pela riqueza, você não precisa de amigos ou pessoas ricas próximas a você, se conseguir ótimo, mas através da internet e livros você pode passar quanto tempo quiser com essas pessoas.

Eu por exemplo não conseguiria agendar uma mentoria individual de Naval ou de Tim Ferriss, mas todos os dias eu escuto mais eles do que provavelmente a mulher deles.

Eu escuto eles de 2h a 4h todo santo dia e não é eles falando sobre coisas triviais.

Eu escuto eles na essência.

Tem algumas pessoas que me mandam mensagens dizendo que gostariam muito de conversar comigo, mas sinceramente, escutar esses episódios como você está escutando no sentido de ambientação tem muito mais valor.

Porque aqui eu condenso meu conhecimento e passo horas refletindo sobre ele para quebrar ele em pedaços e organizar essas ideias de forma que fique fácil para você entender.

Em uma conversa eu não tenho como fazer isso.

Aqui é a essência, uma essência que talvez em uma conversa comigo você dificilmente teria.

E eu descobri que isso é universal, eu já contratei consultorias caríssimas de pessoas famosas e renomadas em suas áreas de atuação e pude comprovar isso empiricamente.

Aprendi em todas as vezes mais lendo o livro delas ou escutando seus podcasts do que nas consultorias que eu paguei.

As consultorias foram uma ótima forma de acesso a essas pessoas, mas é gratuito e mais eficiente para ambientação você estar presente com elas diariamente através do trabalho delas que já está disponível gratuitamente na internet ou pelos seus livros.

E se você se cercar de pessoas que estão onde você gostaria de estar, ou são o que você gostaria de ser é só questão de tempo até você estar ou se tornar.

Eu venho de origem bem humilde, eu construí minha própria casa com 14mil reais olhando vídeos no YouTube.

Eu ficava em jejum entre o meio dia e as 11h da noite de Segunda à Sexta por não ter dinheiro para um lanche depois do serviço e fazia curso técnico com a barriga vazia.

Algumas vezes ficava dinheiro para a passagem e precisava passar por debaixo da roleta.

E mesmo assim, depois que mudei minha ambiência para riqueza, levou cerca de 3 anos para que eu alcançasse meu primeiro milhão.

Dia 30 de Dezembro de 2014 eu li Trabalhe 4 hora por semana e percebi que existia um mundo de possibilidades que eu desconhecia.

Em Março de 2018 eu teria meu primeiro milhão no banco.

O que eu fiz?

Eu assumi responsabilidade pelo que eu controlava.

Então assuma compromisso com o que pode mudar e esqueça o resto.

Sabe o que eu não fiz durante estes 3 anos?

Não assisti TV, não assisti séries de TV, exceto nos finais de semana que passava com minha namorada, durante estes 3 anos não saí uma única vez com amigos, pq eu resolvi me afastar deles, uma vez que eles só falavam sobre coisas triviais, não me envolvi em nenhuma conversa que não fosse sobre meus objetivos de vida, não dei a mínima para política ou o que estava acontecendo no mundo.

Foco total, como escreveu Epiteto:

“Não ponha seu coração em tantas coisas”.

Em outras palavras, priorize.

Treine sua mente para perguntar:

Eu realmente preciso disso?

O que acontecerá se eu não conseguir isso?

As respostas irão ajudá-lo a cortar coisas desnecessárias que o fazem ocupado — ocupado demais para viver feliz e em equilíbrio.

Escute o episódio #009 para aprender a arte de dizer não.

Depois de ler dezenas de livros de produtividade e fazer alguns processos de coaching eu descobri que nada é tão eficiente quanto um não.

E assim como Steve Jobs se orgulhava tantos do que fez, quanto do que Não fez, eu também tenho cada vez mais conseguido desfrutar dos nãos, algumas vezes dolorosos, que venho dizendo para grandes projetos e grandes players do meu mercado.

E digo não, simplesmente porque tenho clareza que não posso ter todas as coisas.

Mesmo se eu tivesse a chance de recomeçar 1.000 vezes a minha vida, eu não conseguiria viver todos os desdobramentos possíveis dela, eles são praticamente infinitos.

Quando entendemos isso uma serenidade começa a repousar sobre nós.

Uma serenidade chamada Amor Fati, nossa próxima e terceira lição estóica..

3/ Amor Fati.

“Não busques que os acontecimentos aconteçam como queres, mas quere que aconteçam como acontecem, e tua vida terá um curso sereno”. — Epicteto

Digamos que aconteceu algo que não desejamos. Agora, o que é mais fácil de mudar: nossa opinião ou o próprio evento? A resposta é óbvia.

O evento está no passado e não pode ser alterado. Mas nossa opinião pode. Podemos aceitar o que aconteceu e mudar o nosso desejo de não ter acontecido.

O grande filósofo alemão Friedrich Nietzsche, muitos séculos depois, criou a expressão perfeita para capturar essa idéia: amor fati (amor ao destino):

“Minha fórmula para a grandeza em um ser humano é amor fati: aquele não quer que nada seja diferente, nem para frente, nem para trás, nem em toda a eternidade. Não apenas suportar o que é necessário, menos ainda esconder, mas amar o acontecido”.

Aqui está o antídoto para todo descontentamento e toda ansiedade.

A preocupação com aquilo que foge do nosso controle é exatamente o que gera a preocupação que antecede a ansiedade e a angústia para que as coisas fossem diferentes.

Nós controlamos apenas como agimos, pensamos e julgamos o que acontece com nós.

Os estóicos usavam uma metáfora poderosa, o cão atrelado a uma carroça:

Imagine um cão preso a uma carroça em movimento. A coleira é longa o suficiente para que o cão tenha duas opções: 1)ele pode seguir suavemente a direção da carroça, sobre a qual ele não tem controle e ao mesmo tempo aproveitar o passeio; ou 2)ele pode obstinadamente resistir a carroça com toda sua força e acabar sendo arrastado pela viagem.

Nós somos esse cachorro. Ou fazemos o melhor da viagem ou lutamos contra cada pequena decisão que o condutor faz. Nos escolhemos.

A carroça sempre se move. A mudança é inevitável. Nas palavras de Ryan Holiday, “ficar chateado com as coisas é assumir erroneamente que elas vão durar … ressentir-se da mudança é assumir erroneamente que você tem uma escolha no assunto“

Seja um cão sábio e aproveite o passeio. Mesmo que o condutor escolha uma estrada rica em obstáculos.

Aceita a vida como ela é, não deseje que ela fosse diferente.

Porque será um desejo em vão, um desejo vazio que não você mudará o que já passou.

Como já falei na segunda lição, você só tem controle sobre suas ações.

O passado não pode ser mudado e o futuro é incerto.

Lembre-se que a vida é contra intuitiva, no episódio #008 eu disse.

Crie uma meta.

Descubra o que você precisa fazer para cumprir essa meta.

Agora esqueça a meta.

Foque no que você precisa fazer.

É exatamente isto.

O resultado não está sob seu controle.

Suas ações para alcançá-lo sim.

Sacie-se com isso, com um dia bem vivido, um dia que você pode chegar a noite e dizer.

Combati um bom combate, hoje fiz o que precisava ter feito.

Agora entrego nas mãos do destino, da sorte ou se preferir de Deus o que estiver por vir.

E ame o que vier, ame seu destino, ame o que te acontecer.

Como Marco Aurélio escreveu em uma das suas meditações:

Aceite as coisas que o destino lhe trás, e ame as pessoas que o destino te aproxima, mas faça isso de todo o seu coração“.

E talvez você pense, há muito fácil para ele escrever isso, ele era o imperador Romano, o homem mais poderoso do mundo na sua época.

O governo de Marco Aurélio, que se estendeu por quase duas décadas (até sua morte, em campanha militar), foi marcado por guerras sangrentas e prolongadas, ele não era um presidente que fica mandando seus soldados morrerem por suas dispostas de poder como acontece hoje.

Ele colocava sua vida em risco constante por estar presente no campo de batalha.

Como se não bastasse uma forte epidemia tomou conta de Roma durante seu governo, não havia vacinas naquela época.

Nem sistemas de comunicação rápidos e eficientes como existem hoje.

Então você pode imaginar o caos que foi.

O mundo antigo era assolado por dolorosas doenças, como sarampo, varíola, malária, tuberculose, tétano, poliomielite, além das pestes pneumônica e bubônica.

Contra essas doenças, a medicina romana nada podia fazer. E as epidemias aconteciam uma atrás da outra.

O reino de Marco, aliás, foi caracterizado por dificuldades e calamidades: terremotos, grandes enchentes, além das já terríveis guerras e epidemias.

Além disso, era comum a tentativa de golpes e assassinatos aos imperadores naquela época.

Imagina como é viver o tempo todo com alguém querendo te matar.

Não só os inimigos no campo de batalha, mas traidores dentro de seu próprio círculo de conhecidos.

Imagina como deve ser difícil frequentemente perder amigos e pessoas próximas em campo de batalha.

Então não, a vida de Marco Aurélio não era mais fácil que a sua.

Se ele pode ter aceitado seu destino e ter vivido uma vida focada em suas virtudes e ações, você também pode.

Diferente de você Marco Aurélio enfrentava situações de vida ou morte praticamente todos os dias.

E por mais que isso possa parecer algo extremamente ruim, talvez tenha sido o que mais tenha dado clareza para ele.

O que nos leva para nossa quarta e última lição deste episódio.

4/ Memento Mori

Sêneca

“Podes me indicar alguém que dê valor ao seu tempo, valorize o seu dia, entenda que se morre diariamente? Nisso, pois, falhamos: pensamos que a morte é coisa do futuro, mas parte dela já é coisa do passado. Qualquer tempo que já passou pertence à morte.”

Memento mori é a expressão latina que significa “lembre-se da sua mortalidade”, um tema recorrente em Meditações e nos textos de Sêneca.

Num primeiro momento, essa ideia parece estranha para a maioria das pessoas, talvez até depressiva. Contudo, ela é libertadora e existe um benefício prático contido nela.

Muito pelo contrário: *memento mori* é um incentivo para aproveitarmos a vida como um presente único, sem desperdiçar nosso tempo com coisas banais.

O imperador romando Marco Aurélio praticava o Memento Mori afim de guiar suas próprias ações. Nesse sentido, ele escreveu:

“Você poderia deixar a vida agora. Deixe essa ideia determinar o que se deve fazer, dizer e pensar”.

Sêneca, em suas cartas para Lucílio, fala sobre a arte de viver bem. E ela começa justamente com memento mori — com a contemplação da própria mortalidade, com a compreensão de quão curto nosso tempo é.

Como eu falei no episódio anterior, essa também era uma prática diária de Steve Jobs.

Em um discurso na Universidade de Stanford em 2005 ele disse:

Se hoje fosse o último dia da minha vida, eu desejaria fazer o que estou prestes a fazer hoje?” E se a resposta for “Não” por muitos dias seguidos, eu sei que preciso mudar alguma coisa.

Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais importante que já encontrei para me ajudar nas grandes escolhas da vida

Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder. Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.

Este discurso de Steve Jobs resume bem o que é Momento Mori.

Viver bem não depende de quantos anos teremos aqui na Terra, depende de quão bem esses anos foram (e serão) aproveitados, porque uma vida longa não significa uma vida vivida.

Nas palavras de Sêneca, alguém que tem 80 anos não viveu muito, apenas existiu por muito tempo.

Vivemos acreditando que temos todo o tempo do mundo, quando, na verdade, podemos deixar esse plano nos próximos 10 minutos — sem qualquer aviso prévio.

Então, dado que só temos essa vida, devemos aproveitá-la como acharmos melhor.

Como você vai aproveitar o resto dos seus dias?

Como o tempo não pesa no bolso, acabamos gastando indiscriminadamente. Então, como reverter esse hábito?

Citando Sócrates : “uma vida não examinada não vale a pena ser vivida”.

Em outras palavras: identificando como você faz uso do tempo e analisando se foi bem ou mal utilizado de acordo com seus valores.

Os dias que não examino meus dias, sinto como se aquele dia tivesse sido desperdiçado.

Todos os dias examino meus dias, sendo escrevendo no meu diário ou refletindo sobre os acontecimentos do dia antes de dormir.

Todos os dias eu me pergunto, valeu a pena viver hoje?

Como eu aproveitei esse breve momento de vida que tenho?

E eu sou muito grato por ter me deparado com um vídeo há uns 5 anos atrás quando assisti um vídeo chamado Lições de Vida de pessoas com mais de 100 anos.

Lá eles falam sobre suas alegrias e seus arrependimentos.

São pessoas que estão próximas da sua morte e sabem disso.

Pessoas que tiveram tempo para refletir sobre suas vidas.

Eu não me prendi apenas a este vídeo, eu comecei a ler artigos sobre o que as cuidadoras de lar de idosos e enfermeiras nos hospitais  escutavam de seus pacientes antes de morrer, isso me ajudou a ganhar clareza e eu anotei as 5 coisas que eles mais repetiram para jamais esquecer, elas foram:

1. Eu gostaria de ter tido a coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, não a vida que os outros esperavam de mim.

Esse foi o arrependimento mais comum de todos. Quando as pessoas percebem que sua vida está quase no fim e olham para trás com clareza, é fácil ver quantos sonhos não foram realizados. A maioria das pessoas não honrou nem a metade de seus sonhos e teve que morrer sabendo que foi por escolhas que eles fizeram, ou não fizeram. A saúde traz uma liberdade que poucos percebem, até que não a têm mais.

2. Eu gostaria de não ter trabalhado tanto.

Nunca li ou escutei sobre nenhuma pessoa em seu leito de morte ter falado que deveria ter passado mais horas no escritório, é sempre o contrário.

3. Eu gostaria de ter tido a coragem de expressar meus sentimentos.

Muitas pessoas suprimiram seus sentimentos para manter a paz com os outros. Como resultado, elas se contentaram com uma existência medíocre e nunca se tornaram quem elas eram realmente capazes de se tornar. Muitas desenvolveram doenças relacionadas à amargura e ressentimento que carregavam como resultado.

4. Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos.

Freqüentemente, eles não percebiam de verdade todos os benefícios dos velhos amigos até as semanas de morte e nem sempre era possível localizá-los.

Muitos se tornaram tão envolvidos em suas próprias vidas que deixaram amizades de ouro passarem ao longo dos anos. Havia muitos arrependimentos profundos por não dar às amizades o tempo e o esforço que elas mereciam.

Todo mundo sente falta dos amigos quando estão morrendo.

Sêneca uma vez escreveu:

Nada, entretanto, encanta tanto a mente quanto a amizade amorosa e leal.

Em outra carta ele escreveu:

“Nada jamais me agradará, não importa o quão excelente ou benéfico seja, se eu tiver que reter o conhecimento disso para mim mesmo. E se a sabedoria me fosse dada sob a condição expressa de que deva ser mantida oculta e não proferida, eu deveria recusá-la. Nenhuma coisa boa é agradável de possuir, sem amigos para compartilhá-la. ” – Sêneca

Nós somos seres sociais e é bem provável que seus melhores momentos na vida foram ao lado de amigos.

Amigo pode ser seu irmão de sangue, pode ser seu esposo, namorada, pode ser seu pai, sua mãe, seu sócio, seu funcionário.

Amigo é muito mais do que uma relação de sangue ou de contrato.

Amigo é alguém que você pode confiar, que você tem alegria de sorrir junto, que te quer o bem independente das circunstâncias.

Não é a toa que Cícero escreveu:

Com exceção da sabedoria, estou inclinado a acreditar que os deuses imortais não deram nada melhor para a humanidade do que a amizade.

Aristóteles dizia que amigos são a mesma alma vivendo em dois corpos diferentes.

Agora o quanto você nutri suas amizades verdadeiras, aquelas que te tornam melhor e mais felizes?

5. Eu gostaria de ter me preocupado menos e ter me permitido ser mais feliz.

Esse é um fato surpreendentemente comum. Muitos não perceberam até o fim que a felicidade é uma escolha. Eles permaneceram presos a velhos padrões e hábitos.

O medo da mudança fez com que fingissem para os outros, e para si mesmos, que estavam contentes, quando no fundo ansiavam pela felicidade.

Essas foram apenas algumas das anotações que fiz.

Também se arrependiam de:

Não ter viajado mais.

Não ter arriscado mais.

Não viver no momento presente.

Não ter seguido suas paixões.

Não ter feito mais pelas outras pessoas.

Não ter cuidado mais da saúde.

Entre vários outros arrependimentos, mas espero que os que eu citei já tragam clareza para você como trouxeram para mim sobre o que é importante.

Qual é o seu maior arrependimento até agora e o que você fará sobre isso antes de morrer?

Lembre-se: Momento Mori.

Use a morte como uma ferramenta de transformação para sua vida.

Essas foram as 5 lições estoicas.

Existem muitas outras, só no último livro de Ryan Holiday que eu li chamado A Quietude é a Chave eu anotei 68 lições práticas para reforçar o que já sabia ou colocar novas em prática.

No livro 365 meditações estóicas também de Ryan Holiday tem praticamente uma lição nova todo dia.

Então são muitas lições, o que eu trouxe aqui para você é apenas um gostinho para que você queira mais.

Outras lições que eu aprendi com estoicismo que acho fundamentais são:

6/ Viver de acordo com a natureza

7/ Ter a Virtude como um norte a se viver

8/ Praticar o Infortúnio para encontrar a serenidade

9/ Saber distinguir o bem, o mal e o indiferente

10/ Como encontrar o grupo certo de pessoas

11/ Como ter clareza nas intenções

12/ Como acordar motivado

E muitas outras, mas essas ficam para um outro momento.

A ideia desse episódio era apenas ser uma introdução, apenas uma provinha para você desejar mais.

Espero que tenha te instigado a querer conhecer mais e principalmente colocar em práticas as lições estóicas.

Obrigado por estar aqui comigo até o final e não se esqueça: Uma vida lendária é formada por pequenas ações e decisões, coloque em prática o que você aprendeu aqui hoje.

Até o próximo episódio!

Referências:

Escrito por,

Alan Nicolas

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