#020 – Modelagem Mental: uma arte esquecida

Absorva o que for útil, descarte o que não for e adicione aquilo que for unicamente seu.

Todos os objetivos que você tem na vida já foram alcançados por alguém em algum lugar. Desconstruir e entender o que levou essa pessoa a chegar onde você deseja e incorporar isso na sua vida é uma arte pouco comentada na internet.

Uma arte chamada modelagem mental.

Uma arte que eu não aprendi com vídeos no YouTube nem com livros, mas sim com um áudio de uma fita cassete em um dos anos mais desesperadores da minha vida.

Se você quer economizar meses, anos ou até mesmo décadas no processo para alcançar o que deseja, então esse episódio é para você…

Em 2015, quando eu estava buscando uma forma de mudar a realidade em que me encontrava – quebrado, sem saber o que fazer para mudar, sem referências e sem perspectiva de futuro -, eu lia livros sem parar buscando uma resposta.

Foi então que um cliente da minha agência de sites, vendo que eu estava tentando o máximo que podia, me deu uma dica: “Escute as fitas do Antony Robbins”. Isso mesmo, as fitas do Antony Robbins.

O negócio era bem antigo, mas ele disse que foi isso que o ajudou em uma fase muito difícil da vida dele, quando estava endividado e trabalhando em dois empregos para pagar as contas de uma empresa que faliu.

Ele não me deu as fitas nem me disse onde encontrá-las, mas ter um norte, ter uma direção para sair do fundo do poço já era o suficiente para mim.

Então, dei um jeito de encontrar essas fitas e, depois de muita procura, achei um site para download com esses áudios em MP3, um site de torrent que nem existe mais.

Foi ali que tive meu primeiro contato com a palavra “modelagem”. Neste áudio, Antony Robbins disse que o sucesso deixa pistas e sugeriu que, se você quer acelerar o ritmo da maestria – ou seja, a habilidade de gerar resultados em uma determinada área -, encontre alguém que já esteja obtendo os resultados que você deseja, descubra como eles fazem e modele.

Porque se alguém tem sucesso não uma vez, não duas vezes, mas consistentemente em qualquer coisa, eles não têm sorte, eles têm uma estratégia. E eles podem nem mesmo saber qual é essa estratégia, mas têm uma.

E se você os estudar, pode descobrir o que é e pode economizar meses, anos ou até décadas de aprendizado de tentativa e erro. Este talvez seja o segredo número um para as coisas na minha vida que funcionaram e que eu dominei.

Porque a verdade é que já fazemos isso, só que inconscientemente.

Você já modela as pessoas, talvez só não saiba disso, e pode ser que esteja modelando as pessoas erradas.

Talvez seus pais ou as pessoas que o criaram, bom, provavelmente eles, porque é no começo da vida até cerca de 5 anos que você está em um estado hipnótico, absorvendo comportamentos, costumes e hábitos das pessoas ao seu redor.

Nos primeiros anos de vida, temos um processo intenso de aprendizado e desenvolvimento e somos mais suscetíveis a influências externas dos pais, familiares e cuidadores.

Mas, mesmo não sendo tão intenso como é quando crianças, a verdade é que seguimos a vida toda sendo um reflexo, um eco de todos os inputs, ou seja, de tudo que consumimos ao longo da nossa vida.

Inclusive, existe uma área no nosso córtex pré-frontal que é especializada na modelagem de comportamento. Essa área do seu cérebro, que fica um pouco acima dos olhos, é responsável por regular funções executivas, como planejamento, tomada de decisão, autocontrole e comportamento social.

E além dessa parte do cérebro, você tem outra recentemente encontrada chamada neurônio-espelho que fica principalmente no seu córtex motor, permitindo que você copie a ação de outra pessoa automaticamente, sem nem perceber.

Os neurônios-espelho são células cerebrais que disparam tanto quando um indivíduo realiza uma ação quanto quando observa outra pessoa realizando a mesma ação.

É por isso que, algumas vezes, quando você cruza os braços, outra pessoa automaticamente cruza também, por isso que quando alguém sorri, nós temos o impulso de sorrir de volta.

Querendo ou não, estamos copiando comportamentos à nossa volta de forma muitas vezes totalmente inconsciente.

Em outras palavras, somos todos papagaios.

Sim, isso mesmo que você ouviu, você é um papagaio, um repetidor, um eco, um eco daquilo que o cerca. E não se sinta mal por isso, eu sou um papagaio também, assim como seus autores, youtubers, influencers e artistas preferidos.

E você pode até achar que não, que você é totalmente 100% original e que inclusive todos somos diferentes, inclusive temos uma digital que é única, um DNA único.

E eu concordo com tudo isso, mas a mesma coisa se aplica aos papagaios, eles têm diferentes plumagens, talvez um verde mais escuro, talvez um verde mais claro, talvez um bico levemente maior, mas no fim do dia continuam sendo papagaios.

Então você pode tentar ser o quão diferente quiser, mas você não vai deixar de ser um papagaio, um repetidor por conta disso.

Nós temos uma tendência natural de romantizar o que somos, é um mecanismo de defesa do nosso ego que inclusive já foi muito estudado. Uma forma de nos proteger dos traumas e de tanta coisa que interpretamos como ruim que acontece em nossa vida.

Então muitas vezes acabamos reforçando memórias que no fundo não são totalmente verdadeiras, como se fosse um espelho distorcido da nossa mente que nos impede de enxergar como realmente somos.

E por isso entender nossas limitações e aceitar que sim, nós somos papagaios, nós somos repetidores já é o primeiro passo para entender como usar isso a nosso favor e não contra nós.

Nossa vida começa através da cópia.

Sua concepção é através de uma cópia de 50% do DNA da sua mãe e 50% do DNA do seu pai.

Isso forma uma única célula chamada zigoto e essa célula então começa a se multiplicar.

Se formos analisar como nos desenvolvemos, somos basicamente a cópia de uma única célula. Já parou para pensar nisso?

Seu corpo físico é originado de uma única célula que nem existe mais, você é um eco de uma única célula que já morreu há muitos anos.

E essa mesma lógica se aplica ao seu processo mental.

Mas Alan, não seríamos todos iguais então se isso fosse 100% verdade?

Não, não seríamos, porque somos incapazes de copiar algo 100%. Toda vez que copiamos algo, copiamos com uma pequena variação, copiamos com pequenas mutações.

E por isso mesmo, pessoas que são gêmeas idênticas, ou seja, são praticamente cópias uma da outra, podem desenvolver personalidades totalmente diferentes.

Porque a exposição a estímulos diferentes, mesmo que sejam mínimos, ao longo do tempo, criou variações que seguem um efeito composto, gerando comportamentos e interesses totalmente diferentes.

Então, o que te diferencia é o ambiente.

Você é um eco do seu ambiente.

Nada do que você faz, diz ou pensa é 100% original, é apenas uma variação de algo que já existe.

Frases que eu achava que eram 100% originais minhas, como:

“Nós precisamos ser mais lembrados do que ensinados.”

Eu acabei descobrindo que outras pessoas que nunca tiveram contato comigo falavam, mas quando comecei a pesquisar a origem, eu encontrei ela repetidas vezes por vários autores ao longo de décadas e até séculos.

Para você ter ideia, minha pesquisa parou em um filósofo francês do século 18, mas certamente foi só perdida a fonte original da frase e ela deve ser muito, mas muito mais antiga do que isso.

Como diz uma frase atribuída ao rei Salomão:

“Não há nada novo debaixo do sol.”

E ele é considerado um dos homens mais sábios que já existiu por diversas linhas religiosas, como judaísmo, cristianismo e islamismo, então alguma coisa esse cara fez para receber esse título. O que eu tenho que concordar quando leio os textos atribuídos a ele.

Isso foi há cerca de 2.900 anos atrás, mas isso também não é original de Salomão, algo similar a essa ideia pode ser encontrada antes da época de Salomão, há 3.300 anos atrás, em um poema babilônico chamado Enuma Elish.

E provavelmente já foi falado antes também, só não temos mais registro disso.

A verdade é que as estimativas apontam que temos apenas 1% dos registros da humanidade.

Isso porque a escrita é algo ainda novo quando comparamos com o tempo que nós humanos existimos no planeta e infelizmente a maior parte dos registros antigos foram perdidos ao longo do tempo, seja devido a guerras, desastres naturais, saques ou incêndios.

Mas se tivéssemos um registro de tudo o que já foi dito e feito, entenderíamos que nada é novo, tudo é basicamente uma cópia do que já existia de uma forma diferente.

Como Sêneca disse há quase 2.000 anos atrás: “Toda novidade é apenas uma imitação.”

Nada é original, tudo é um remix, uma mistura do que já existia antes.

Diversas vezes quando eu vou citar alguém aqui como autor de uma frase, nas pesquisas eu acabo descobrindo diversos autores diferentes e cada vez mais antigos.

Quando você entende isso, você ganha o poder – o poder de escolher conscientemente o que ecoar, que tipo de cópia você quer ser.

Quer ser uma cópia daquilo que dá certo ou uma cópia do que dá errado?

Quer ser uma cópia de alguém que tem liberdade financeira ou de alguém que tem que se preocupar todos os meses se vai ter dinheiro suficiente para pagar as contas?

Quer ser uma cópia de alguém que se sente realizado ou alguém que se sente um perdedor?

Alan, eu não quero ser uma cópia, eu quero ser original, eu quero ser eu mesmo.

Não se preocupe, você é incapaz de copiar algo 100%.

É exatamente por isso que você é uma cópia única.

Um exemplo disso é sua digital. Mesmo gêmeos idênticos que possuem o mesmo DNA têm digitais diferentes porque fatores aleatórios acontecem ainda dentro da barriga da mãe, formando padrões diferentes de cristas e sulcos na pele.

Você já deve ter brincado na sua infância de telefone sem fio, onde uma pessoa fala para outra uma mensagem e no final chega algo totalmente diferente do que foi falado no início.

É essa mutação durante a cópia que nos torna únicos. Foi inclusive o que nos permitiu evoluir como espécie, conforme Darwin descobriu no século 19.

E assim como é na biologia, também é no plano das ideias dentro da sua mente.

Como diz a lei hermética atribuída a Hermes Trismegisto:

Conforme é em cima, é embaixo; conforme é embaixo, é em cima.

Todo universo é conectado e quando você compreende profundamente algo, isso pode ser aplicado a outra área, pois os fundamentos são muito similares.

Essa mesma condição biológica é válida quando vamos para nossa mente.

E a forma como experienciamos o mundo é a forma como interpretamos ele em nossa mente, com base principalmente nos modelos mentais que acumulamos até aqui, esteja você ciente deles ou não.

Todos os seus inputs mentais, ou seja, tudo que você absorve seja através de conversas, seja através do que você assiste, das músicas que você escuta, das pessoas que você segue nas redes sociais, dos vídeos e canais no YouTube que você acompanha, das informações que chegam por outros meios, seja através do tato, olfato ou paladar.

Tudo isso, somado aos processos químicos que acontecem dentro do seu corpo, forma essencialmente aquilo que você é.

E os processos químicos também são altamente influenciados pelos seus inputs no corpo, o que você come, o que você bebe, o ambiente que você tem exposição. Além é claro da herança biológica dos seus pais, mas pesquisas em epigenética mostram que até mesmo a herança biológica dos seus pais também pode ser influenciada para ativar ou desativar certas tendências genéticas no seu DNA.

Em essência, você é produto daquilo que é exposto.

Você é um produto do meio.

Em resumo, você é um papagaio e como minha vó dizia:

“Papagaio que acompanha joão-de-barro vira ajudante de pedreiro.”

Quer mudar seus resultados? Mude seus inputs.

Como o filósofo romano Sêneca escreveu no século 1:

“Não há nada que a mente humana possa conceber que não possa ser conseguido pelo homem. A mente é capaz de tudo, desde que esteja devidamente treinada e preparada por meio da leitura”.

Daqui há 5 anos você vai ser a mesma pessoa que hoje, exceto pelas pessoas que conhecer e os livros que você ler. Ou seja, os inputs que você tiver.

E tudo começa na mente.

Pensamentos conduzem a sentimentos.

Sentimentos conduzem a ações.

Ações conduzem a resultados.

Nossos pensamentos que dão origem a toda essa cadeia de processo.
Mas de onde vem nossos pensamentos?

Biologicamente, nossos pensamentos são influenciados pelo funcionamento de nosso cérebro e sistema nervoso. Os neurônios em nosso cérebro se comunicam por meio de impulsos elétricos e químicos, o que permite que tenhamos pensamentos, emoções e comportamentos.

Psicologicamente, nossos pensamentos são influenciados por nossas experiências de vida, crenças, valores e atitudes. Esses fatores podem moldar nossas percepções e interpretações do mundo ao nosso redor, e influenciar nossos pensamentos em uma direção ou outra.

Ambientalmente, nossos pensamentos são influenciados pelo ambiente em que vivemos, incluindo as pessoas, culturas e sociedades em que estamos inseridos. As experiências sociais, políticas e econômicas que vivenciamos podem influenciar nossos pensamentos e comportamentos.

Qualquer um desses que você alterar você altera seus pensamentos.

Mas qual é mais fácil de alterar?

Para alterar biologicamente você terá que talvez fazer uso de medicamentos, talvez até mesmo uma cirurgia, mas também consegue mudar através da alimentação uma vez que seu sistema digestivo é o laboratório que produz o alimento do seu cérebro e também alguns neurotransmisorres importantes como a seratonina.

Normalmente para alterar nossa psique precisamos de muito tempo através de terapias, ou um impacto emocional muito grande, um trauma.

Agora o ambiente na minha opinião é o mais fácil e imediato de se mudar.

Porque mesmo que você viva em um lugar sem acesso a pessoas que você gostaria de modelar, hoje através da internet você tem acesso a conteúdos como esse aqui que você está escutando.

E a partir desses conteúdos como esse aqui seu modelo mental já está expandindo. Mesmos e você hoje não tem amigos ou familiares para poder se espelhar, você tem acesso a biografias, podcasts, canais no youtube onde você pode se aprofundar na mente da pessoa que você deseja modelar.

Então, com base em tudo o que eu falei, eu pergunto a você:

Quais resultados você deseja obter?

E depois de responder a essa pergunta, pergunte a si mesmo:
Quem já obteve esses resultados?

Mas não qualquer pessoa, quem já obteve esses resultados em diferentes cenários e momentos, porque assim sabemos que existe um processo por trás disso.

Agora, qual é esse processo? Esse processo é aplicável à minha realidade?

Como posso aplicar esse processo no meu dia a dia?

Qual é o princípio 80/20 desse processo?

Quais são os fundamentos?

Essas são algumas das perguntas que me faço quando quero modelar alguém.

E lembra que falei que mesmo se você tentar copiar, você ainda assim vai, na maioria dos casos, criar algo novo? Porque dificilmente aquele processo vai se encaixar 100% a você. Você é outra pessoa, então vai precisar descobrir os fundamentos por trás dos resultados da pessoa que você quer modelar e, então, adaptá-los a você. E aqui você já está criando algo novo.

E quando digo “novo”, refiro-me a uma variação daquilo que já existe, porque fundamentalmente nada é novo. As células que existem no seu corpo são formadas por átomos que foram forjados dentro de estrelas bilhões de anos atrás.

Como falei no episódio #002, seu corpo é um fluxo. Ele não é algo permanente, é um fluxo de átomos que já existiam bilhões de anos antes de você estar aqui e continuarão existindo bilhões de anos após sua morte.

A mesma coisa é com sua mente: ela é um fluxo de pensamentos que já existiam antes de você chegar aqui. Assim como nenhum problema da humanidade é novo.

Alan, mas agora temos Inteligência Artificial, agora temos internet.

E eu repito: nenhum problema é novo.

Novas tecnologias apenas podem potencializar problemas que sempre existiram.

Mas esses problemas que enfrentamos sempre existiram. Não é à toa que a filosofia estóica ficou tão famosa nos dias atuais. Ela tem mais de 2.400 anos.

E como o médico e escritor Kapil Gupta disse, o estoicismo é fruto de uma mente sábia e não simplesmente uma filosofia que pode ser incorporada por qualquer um. O estoicismo já existia antes de Zenão, antes de Marco Aurélio, Epicteto ou Sêneca.

Só não tinha esse nome.

Assim como a gravidade já existia antes da maçã cair na cabeça de Newton.

Novamente, eu repito as palavras de Salomão:

Não há nada novo debaixo do sol.

O segredo está em conectar aquilo que já existe de uma forma diferente do que tem sido apresentada. A criatividade é basicamente isso, conectar coisas que já existiam.

Steve Jobs dizia que esse era o segredo dele, ser capaz de conectar experiências que teve e sintetizar isso em coisas inovadoras.

Você percebe como eu normalmente cito vários nomes de filósofos, pensadores, empresários e pesquisadores aqui nos meus episódios?

Porque eu não estou criando nada do zero, estou apenas juntando de uma forma diferente diversas ideias que se conectam para poder apresentar uma ideia com uma nova roupagem para você que me escuta, uma ideia que você provavelmente já escutou antes, mas de uma forma diferente e que não coube ou combinou com você.

O que faço aqui não é tão diferente do que Dom Cobb, interpretado por Leonardo DiCaprio, fez no filme A Origem. Esses episódios têm tanta prova lógica e científica, mas também emocional através das minhas histórias por um motivo.

Dessa forma, eu consigo inserir uma nova ideia na sua mente. Quando eu trago dados científicos comprovados pelas mais de 30 referências que pesquisei quando estudava antes de criar esse episódio, eu consigo ter permissão da sua mente racional para entrar e consigo, com cuidado e responsabilidade, inserir novas programações no seu subconsciente.

Mas não se engane, nada daqui é novo.

Eu só consigo fazer isso porque estou no ombro de gigantes.

E o que faço aqui é continuar transmitindo a chama do conhecimento, porque diferente de um recurso escasso, o conhecimento, assim como as coisas mais puras e valiosas da vida, se multiplica à medida que você distribui.

Quanto mais conhecimento eu compartilho, mais conhecimento eu ganho.

Mas tudo isso eu só consegui começar a entender quando escutei aquelas fitas do Anthony Robbins. Eu escutei umas 10 vezes seguidas a fita um, que tinha umas 8 horas de áudio. Se eu estava fazendo qualquer coisa mecânica, como arrumar a casa, caminhar ou ir à academia, eu estava escutando esses áudios.

E à medida que eu ia colocando em prática a modelagem, eu ia absorvendo cada vez mais esse conceito. Me aprofundei estudando PNL, hipnose e diversas técnicas diferentes.

Todos os resultados expressivos na minha vida foram alcançados por meio da modelagem.

Hoje, também estou praticando a modelagem mental nessa nova fase da minha vida, em que basicamente sou um escritor. Escrevo aqui para o podcast, escrevo roteiros para os vídeos do YouTube, escrevo resumos de livros, escrevo tweets para resumir e encapsular minhas ideias e escrevo no Instagram. Basicamente, estou dominando a arte da escrita e da comunicação.

E por que começar do zero?

Existem pessoas que eu modelo.

Eu modelo Naval Ravikant e Kapil Gupta na clareza de pensamentos.

Eu modelo Leo Gura na profundidade com que aborda os assuntos.

Eu modelo Alex Hormozi, Dan Koe e Sahil Bloom na forma de entregar gratuitamente tudo o que sei, usando diversas redes sociais com diferentes estratégias para isso.

Eu modelo escritores como Ryan Holiday, Mark Mason e James Clear, que têm uma escrita racional e argumentativa com base científica.

Mas também modelo uma abordagem mais holística, como a de Joe Dispenza, Gregg Braden e Vishen.

E aqui estou falando basicamente de conteúdo, nem mencionei outras áreas da minha vida.

Mas quando você tem clareza sobre o que deseja modelar, fica muito mais fácil.

Por isso, novamente, o detalhe e o segredo são a clareza.

Muitas pessoas têm falado ultimamente sobre IA e modelos de linguagem natural, como o ChatGPT.

Mas isso não é nada novo, é uma imitação da nossa mente humana, potencializada por redes neurais e processamento, mas ainda longe de todo o potencial que existe dentro do seu cérebro.

A máquina biológica que você tem aí é extremamente potente e eficiente.

Mas assim como o ChatGPT, se você não souber fazer as perguntas certas, fazer os prompts certos, as respostas, ou seja, os resultados da sua vida, não serão bons.

Criei dois episódios focados nisso, o episódio #011 e o #012, chamados “O Poder de Fazer Perguntas”.

Aqui, nesses episódios, minha missão era inserir uma pergunta em sua cabeça:

Como faço para modelar?

Ou

Qual é a maneira mais eficiente de modelar?

Ou

Qual é o passo a passo disso?

Você está se perguntando isso?

Se está, minha missão com este episódio foi cumprida, porque não são as respostas que nos movem, e sim as perguntas.

E foi isso que eu te ofereci.

Na verdade, é isso que eu te ofereço em todos os meus conteúdos.

Eu não estou aqui para te dar respostas, eu estou aqui para te provocar a sair do piloto automático, para deixar de ser apenas um robô biológico e voltar a ser um humano.

Ser a cópia única que só você pode ser.

Vivemos em um mundo onde os robôs irão se parecer cada vez mais com humanos e humanos cada vez mais com robôs.

Isso não é um simples conteúdo, isso não é um simples podcast.

O podcast é apenas um formato, um veículo para uma mensagem.

A mensagem que diz: acorde.

Quando desperto, o mundo vira seu parque de diversões, porque você descobre que as pessoas que têm resultados não são necessariamente mais inteligentes ou melhores que você, elas apenas têm um conhecimento, um processo que você ainda desconhece.

Este episódio vai ficando por aqui, mas não se preocupe, voltarei a falar sobre esse assunto novamente. Inclusive, vou criar um vídeo lá no Canal do YouTube mostrando alguns modelos mentais que uso. Se você ainda não é inscrito lá, então já sabe o que fazer.

E não se esqueça, use as perguntas que falei aqui, as respostas que você busca estão nelas.

Até mais.

Referências:

1. Iacoboni, M. (2009). Imitação, empatia e neurônios-espelho. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, 67(2B), 525-534. DOI: 10.1590/S0004-282X2009000300027
2. Futuyma, D. J. (2009). Biologia Evolutiva. Ribeirão Preto: Sociedade Brasileira de Genética.
3. Polderman, T. J., Benyamin, B., de Leeuw, C. A., Sullivan, P. F., van Bochoven, A., Visscher, P. M., & Posthuma, D. (2015). Meta-analysis of the heritability of human traits based on fifty years of twin studies. Nature Genetics, 47(7), 702-709. DOI: 10.1038/ng.3285
4. Bíblia Sagrada. Eclesiastes 1:9.
5. Dalley, S. (2008). Myths from Mesopotamia: Creation, the Flood, Gilgamesh, and Others. Oxford: Oxford University Press.
6. Freud, S. (1923). The ego and the id. The Standard Edition of the Complete Psychological Works of Sigmund Freud, 19, 3-66.
7. Loftus, E. F. (2005). Planting misinformation in the human mind: A 30-year investigation of the malleability of memory. Learning & Memory, 12(4), 361-366. DOI: 10.1101/lm.94705
8. Johnson-Laird, P. N. (1983). Mental Models: Towards a Cognitive Science of Language, Inference, and Consciousness. Cambridge: Cambridge University Press.
9. Fiske, S. T., & Taylor, S. E. (2013). Social Cognition: From Brains to Culture. London: Sage Publications.
10. Medina, J. (2008). Brain Rules: 12 Principles for Surviving and Thriving at Work, Home, and School. Seattle: Pear Press.
11. Sapolsky, R. M. (2004). Why Zebras Don’t Get Ulcers. New York: Holt Paperbacks.
12. Tucker, R. M., & Mattes, R. D. (2019). Influences of repeated testing, object complexity, and exposure frequency on short-term taste memory. Physiology & Behavior, 204, 61-70.
13. Jablonka, E., & Raz, G. (2009). Transgenerational Epigenetic Inheritance: Prevalence, Mechanisms, and Implications for the Study of Heredity and Evolution. The Quarterly Review of Biology, 84(2), 131-176.
14. Kandel, E. R., Schwartz, J. H., Jessell, T. M., Siegelbaum, S. A., & Hudspeth, A. J. (2012). Princípios da Neurociência. Porto Alegre: Artmed.
15. Fiske, S. T., & Taylor, S. E. (2013). Social Cognition: From Brains to Culture. London: Sage Publications.
16. Kollmuss, A., & Agyeman, J. (2002). Mind the Gap: Why do people act environmentally and what are the barriers to pro-environmental behavior? Environmental Education Research, 8(3), 239-260.
17. Sapolsky, R. M. (2004). Why Zebras Don’t Get Ulcers. New York: Holt Paperbacks.
18. Kazdin, A. E. (2007). Mediators and Mechanisms of Change in Psychotherapy Research. Annual Review of Clinical Psychology, 3, 1-27.
19. Yatham, L. N., Kennedy, S. H., Parikh, S. V., Schaffer, A., Bond, D. J., Frey, B. N., … & Beaulieu, S. (2018). Canadian Network for Mood and Anxiety Treatments (CANMAT) and International Society for Bipolar Disorders (ISBD) 2018 guidelines for the management of patients with bipolar disorder. Bipolar Disorders, 20(2), 97-170.
20. (Krauss, L. M. (2012). A Universe from Nothing: Why There Is Something Rather than Nothing. Atria Books).
21. (National Institutes of Health. (2014). The Life of a Skin Cell). No entanto, algumas células, como os neurônios, podem durar por toda a vida de uma pessoa.

Escrito por,

Alan Nicolas

Compartilhe

Últimos artigos

#023 – Siga Sua Curiosidade

Uma chama, ardente e viva, é isso que cada um de nós carrega dentro de si desde o momento em que nascemos. Essa chama é a curiosidade, a força motriz por trás de cada descoberta, cada inovação, cada conexão humana.

Leia mais

#022 – Elimine o Rúido

Ruído, é isso o que basicamente sua mente está sendo exposta todos os dias, ouso a dizer que é praticamente a todo momento. Na era digital da informação, nossa mente está sendo inundada por um ruído incessante. Um ruído que

Leia mais

#021 – Otimista Racional

Vivemos em um mundo em constante mudança, onde somos bombardeados por notícias que nos levam a desacreditar em um futuro melhor e até mesmo olhar pro passado acreditando que eram tempos mais simples e melhores.  E eu falo isso por

Leia mais

Alan Nicolas © 2023

All rights reserved