Preguiça Inteligente vs Burra

Sabe aquela sensação de orgulho quando você conta pra alguém que trabalhou até 3 da manhã?

Aquele micro-momento de superioridade quando você diz “não almocei hoje, tava muito corrido”?

Em 2017, eu era esse cara todos os dias.

Dormia 4 horas por noite. Respondia WhatsApp às 2h30 da madrugada. Participava de 12 reuniões por dia. 

E sabe o mais patético?

Eu achava que isso me fazia especial, me fazia um hardworker, um workaholic destinado ao sucesso. Que imbecil.

Sabe o que mudou do Alan de 2017 que tinha 5 empresas, trabalhava todos finais de semana para o Alan de 2018 que só tinha uma empresa e faturava 23x mais que o Alan de 2017 com os finais de semana livre?

Ele entendeu que trabalho, que esforço, que ficar madrugadas sem dormir não pagam contas, só admitem que você e burro.

E se você tá fazendo isso você também está sendo tão burro quanto eu era em 2017.

Mas não me entenda mal, não quero ofender os burros, testes mostram que burros têm excelente memória espacial e podem resolver problemas simples melhor que cavalos. Ou seja: o xingamento fala mais dos humanos do que equídeo.

Talvez você esteja pensando:

Então porque não chamamos uma pessoa com preguiça intelectual de cavalo e não de burro? Na real que você provavelmente nem pensou nisso, mas eu sou curioso e fui pesquisar e preciso te contar porque tem tudo a ver com o que vou te contar aqui:

Porque na Grécia Arcaia, cerca de a.c. 600,  enquando o cavalo puxava carro de guerra, o burro carregava carga. O burro foi associado ao trabalho braçal-repetitivo e acabou sendo visto como força bruta sem refinamento intelectual.

E isso tem tudo a ver com a mentira que seus avós ou teus pais te contaram:

Que vale a pena ser esforçado.

Já te adianto, ser esforçado só vai confirmar seu selo de burro de carga.

Mas eles tem um motivo genuíno para terem te falado isso.

A Mentira Que Seu Avô Te Ensinou (E Por Que Ela Vai Te Quebrar)

Nossos avós trabalhavam em fábricas.

Mais horas = mais peças = mais dinheiro.

A matemática era linda. Linear. Justa.

Esse modelo funcionava perfeitamente quando você parafusava peças numa linha de montagem. 

Se Apolinário produzia 100 parafusos em 8 horas, produzia 200 em 16 horas.

Seu chefe podia literalmente ver sua produtividade. Contar as peças. Medir o output. Pagar proporcionalmente.

Fazia sentido em 1950.

Mas a não ser que você trabalhe em uma fábrica cafona e desatualizada que ainda não substituiu seres humanos por robôs, não faz sentido você continuar com esse software mental desatualizado.

Nos últimos 50 anos, aconteceu a maior transformação econômica da história humana. Saímos da economia industrial para a economia do conhecimento.

E hoje então na era da IA onde basicamente tudo relacionado a trabalhadores do conhecimento é potencializado em centenas ou milhares de vezes é uma tremenda burrice, sem ofender os burros, continuar trabalhando pesado.

Na economia industrial:

– Input era óbvio: horas trabalhadas

– Output era mensurável: peças produzidas

– Relação era linear: dobrar esforço = dobrar resultado

– Valor estava no corpo: força física, resistência, presença

Na economia do conhecimento:

– Input é invisível: qualidade do pensamento

– Output é intangível: decisões, insights, soluções

– Relação é exponencial: uma ideia pode valer milhões

– Valor está na mente: criatividade, julgamento, conexões

Deixa eu te fazer entender de uma vez por todas porque pensar dá muito, mais muito mais dinheiro e impacto do que suar.

Hoje, um programador pode:

  • Em 30 minutos: Criar um bug que custa R$ 2 milhões
  • Em 30 minutos: Resolver um problema que economiza R$ 10 milhões

Mesmo tempo. Diferença de R$ 12 milhões.

E sabe qual a diferença entre os dois cenários?

Não foi o esforço. Foi o julgamento.

Naval Ravikant me destruiu com uma frase: “Se você compete em horas trabalhadas, já perdeu. Pessoas inteligentes competem em julgamento.”

Por Que Medimos Tudo Errado (E Quem Ganha Com Isso)

Deixa eu te fazer uma pergunta incômoda:

Quando foi a última vez que seu chefe elogiou alguém por resolver um problema em 10 minutos em vez de 10 horas?

Pois é.

É mais fácil medir presença que inteligência. É mais fácil contar horas que avaliar impacto. É mais fácil ver movimento que resultado.

Então criamos culturas corporativas inteiras baseadas em teatro.

Quantas vezes você ouviu:

– “João chegou primeiro e saiu por último”

– “Maria está sempre online no Slack”

– “Pedro nunca tira férias”

Agora me diz: quantas vezes você ouviu:

– “João teve 3 insights que salvaram R$ 2 milhões”

– “Maria eliminou um processo que economiza 40h/semana do time”

– “Pedro questionou uma premissa e descobrimos que estávamos atacando o problema errado”

A primeira é fácil de ver. A segunda é difícil de rastrear.

Então nossos cérebros primitivos, que evoluíram para sobreviver na savana, não para gerenciar o trabalho moderno que lida com conhecimento, volta ao padrão, para o que conseguem ver: movimento.

A Armadilha da Métrica Visível

Greg McKeown, o escritor do livro essencialismo que já indiquei várias vezes aqui, chama isso de “A Armadilha da Métrica Visível”.

Quando algo é fácil de medir, supervalorizamos. Quando é difícil de medir, ignoramos.

Horas trabalhadas = fácil de medir = supervalorizado

Qualidade das decisões = difícil de medir = ignorado

O resultado? Pessoas otimizando para a métrica errada.

É como avaliar um chef de cozinha pela velocidade que ele corta cebola, ignorando o sabor da comida.

Ou medir um escritor pelo número de palavras que escreve por hora, ignorando se alguém quer ler o que ele escreveu.

Um programador pelo número de linhas que escreve ou commits que faz para o git e não problemas resolvidos ou novas features.

É como julgar um cirurgião pela velocidade da operação. “Operei em 15 minutos!” Parabéns. O paciente morreu, mas foi rápido.

Ou julgar startup por quantidade de funcionários. WeWork tinha 12.500 funcionários. Faliu. WhatsApp tinha 55. Vendeu por US$ 19 bilhões.

Bom acho que você entendeu…

O ponto é quantidade de esforço, velocidade, quantidade, nada disso importa se você não estiver medindo e fazendo a coisa certa e elas normalmente são poucas, porque no final das contas, poucas coisas movem o ponteiro, poucas coisas realmente importam.

Warren Buffett toma umas 5 decisões importantes por ano. Cinco. E criou mais riqueza que 99.9% dos workaholics do planeta.

Uma decisão certa pode valer 10.000 horas de trabalho errado.

Só que aqui que fica a armadilha..

A Armadilha do Trabalho do Conhecimento

Quanto mais sofisticado fica o trabalho, menos óbvia fica a produtividade.

Um operário produz 100 peças por dia. Cristalino.

Um desenvolvedor escreve 50 linhas de código por dia. Parece produtivo.

Um arquiteto de software deleta 500 linhas de código e simplifica todo o sistema. Parece que ele trabalhou menos.

Mas quem gerou mais valor?

Cal Newport descobriu algo interessante estudando professores universitários: os que publicam mais papers trabalham MENOS horas que os medianos.

Como isso é possível?

Porque eles entenderam que trabalho intelectual tem limite biológico. Máximo 4 horas por dia de cognição intensa. Depois disso, você não está trabalhando. 

Está performando trabalho. Em outras palavras, fazendo de conta que trabalha.

O Custo Real do Modelo Antigo

Quando você ainda mede valor por presença física e horas trabalhadas, acontece algo devastador:

  1. Atrai as pessoas erradas – quem otimiza aparência, não resultado
  2. Repele as pessoas certas – quem gera valor real foge de ambientes que não reconhecem isso
  3. Cria cultura de teatro – todo mundo fica ocupado, poucos ficam produtivos
  4. Pune eficiência – quem resolve rápido “ganha” mais trabalho
  5. Recompensa ineficiência – quem demora parece mais dedicado

É um ciclo vicioso que transforma organizações inteiras em máquinas de desperdiçar talento.

E aqui está uma verdade que vai doer: ser workaholic é a opção do preguiçoso.

Eu sei que parece contraditório. Como alguém que trabalha 80 horas por semana pode ser preguiçoso?

Simples. Porque é muito mais fácil estar ocupado do que pensar profundamente.

Derek Sivers tem um termo brutal para isso: “Work Theater” – a performance de parecer ocupado.

Mas vou além. Não é só teatro. É fuga intelectual.

A Preguiça Disfarçada de Virtude

Pense comigo por um segundo.

O que é mais difícil:

  • Responder 200 emails por dia OU questionar se 180 deles são necessários?
  • Fazer 8 reuniões OU perguntar se 6 delas poderiam ser um email?
  • Trabalhar 12 horas no projeto OU gastar 2 horas questionando se é o projeto certo?

A primeira opção em cada caso parece mais trabalhosa. Mas é na verdade mais fácil.

Porque não exige que você pense. Só que você execute.

Tem uma frase que li em um livro de modelos mentais que gravou no meu cérebro:
“Pensar é o trabalho mais difícil que existe. Por isso tão poucos fazem.”

Não é a toa que o lema na minha empresa é: Apenas Pense

E já que estou falando umas verdades aqui, vou puxar minha cartada do Nassim Taleb:

“Trabalhar muito é sinal de que você é substituível.”

Esse é um Tweet dele de algo mais profundo que ele escreveu no livro A Cama de Procusto onde ele explica:

Somente na história recente é que ‘trabalhar duro’ passou a simbolizar orgulho, e não vergonha, por falta de talento, sutileza e inteligência.

Por quê? Porque trabalho que exige sua presença constante é trabalho que qualquer um pode fazer. Você só precisa de mais disposição para sofrer.

Mas trabalho que exige julgamento? Insight? Criatividade? Esse é insubstituível.

Só que é muito mais confortável ser substituível.

Quando você é o cara que “sempre está trabalhando”, você nunca precisa explicar por que não está gerando resultado. O esforço vira a desculpa.

“Não consegui bater a meta, mas olha quantas horas eu trabalhei.”

“O projeto atrasou, mas ninguém trabalha mais que eu.”

“A empresa não cresceu, mas eu não paro.”

A Fuga das Decisões Difíceis

Aqui está onde fica mais sutil.

Workaholic evita as perguntas que realmente importam:

  • “Estamos resolvendo o problema certo?”
  • “Este cliente vale nosso tempo?”
  • “Esta estratégia faz sentido?”
  • “Deveríamos pivotar?”
  • “Preciso mesmo estar nesta reunião?”

Por quê? Porque essas perguntas não têm resposta óbvia.

É muito mais fácil se esconder atrás de “estou muito ocupado para pensar nisso agora”.

Cal Newport chama isso de “Busy as Proxy for Productive” – usar ocupação como substituto para produtividade.

O Ego por Trás do Esforço

Tem algo ainda mais profundo rolando aqui.

O trabalho compulsivo alimenta o ego de uma forma que pensamento estratégico não alimenta.

Quando você trabalha 80 horas, todo mundo . Você vira o “dedicado”, o “comprometido”, o “que não mede esforços”.

Quando você trabalha 20 horas mas resolve o problema em 2 dias que o time levaria 2 semanas, ninguém vê o processo. Só veem o resultado.

E resultado, paradoxalmente, parece mais fácil de quem está de fora.

“Ah, ele teve sorte.”

“Ah, foi óbvio.”

“Ah, qualquer um pensaria nisso.”

Então o workaholic escolhe a validação imediata do esforço visível em vez da satisfação tardia do resultado inteligente.

No livro essencialismo Greg McKeown fala um pouco sobre isso, ele até menciona que “ser workaholic é o essencialismo do preguiçoso.”

O que ele quer dizer?

É mais fácil fazer 10 coisas mal feitas do que 1 coisa excepcional.

Porque fazer 1 coisa excepcional exige:

  • Escolher (e eliminar 9 opções)
  • Questionar se é a coisa certa
  • Aceitar que pode estar errado
  • Refinar até ficar perfeito
  • Lidar com o desconforto da incerteza

Fazer 10 coisas mal feitas só exige movimento.

Tim Ferriss tem um conceito genial: “Productive Procrastination”.

É quando você usa tarefas menores e mais fáceis para evitar a tarefa grande e difícil.

O workaholic é o mestre disso.

Em vez de enfrentar uma conversa difícil com um colaborador problemático, ele assume o trabalho dessa pessoa e faz por ela, faz vários relatórios de feedback, mas nunca senta para conversar com a pessoa, cria vários empecilhos e atividades para não enfrentar o que poderia ser resolvido em 30min de uma conversa difícil.

Em vez de repensar o produto que não está vendendo, ele dobra o esforço em marketing.

Em vez de questionar se a empresa está indo na direção certa, ele trabalha 16 horas por dia “para fazer dar certo”.

É procrastinação disfarçada de produtividade.

O Pensamento Preguiçoso vs. O Pensamento Difícil

Pensamento Preguiçoso (Workaholic):

  • “Preciso trabalhar mais para ter mais resultado”
  • “Se não está funcionando, é porque não estou me esforçando o suficiente”
  • “Tempo é dinheiro, então mais tempo = mais dinheiro”
  • “Se estou ocupado, estou sendo produtivo”

Pensamento Difícil (Estratégico):

  • “Por que preciso trabalhar tanto para ter tão pouco resultado?”
  • “O que estou fazendo errado que exige tanto esforço?”
  • “Como posso ter o mesmo resultado com 1/10 do esforço?”
  • “O que eu poderia parar de fazer sem ninguém perceber?”

O primeiro é automático. O segundo dói no cérebro.

A Verdade Sobre Eficiência

Aqui está o que descobri observando pessoas realmente eficientes:

Elas são obsessivamente preguiçosas.

Elas odeiam trabalho desnecessário com uma paixão que chega a ser religiosa.

Elas questionam tudo:

  • “Por que fazemos assim?”
  • “Quem decidiu que isso era necessário?”
  • “O que aconteceria se parássemos de fazer isso?”
  • “Tem uma forma mais simples?”

Bill Gates foi categórico: “Sempre escolho uma pessoa preguiçosa para fazer um trabalho difícil, porque ela encontrará um jeito fácil de fazê-lo.”

O Custo Real da Preguiça Intelectual

Quando você escolhe trabalho compulsivo em vez de pensamento estratégico, você paga um preço invisível:

  1. Você para de questionar – aceita processos idiotas como normais
  2. Você para de inovar – não tem tempo para pensar em formas melhores
  3. Você para de crescer – fica preso executando em vez de evoluindo
  4. Você vira máquina – substituível por qualquer um disposto a sofrer mais
  5. Você perde perspectiva – confunde movimento com progresso

E o pior: você ensina isso para sua equipe.

A Escolha Crucial

Todo dia você escolhe entre duas formas de trabalhar:

Hard Work (Fácil):

  • Mais horas
  • Mais esforço
  • Mais movimento
  • Mais teatro
  • Mais ocupação

Smart Work (Difícil):

  • Melhores decisões
  • Menos desperdício
  • Mais resultado
  • Mais impacto
  • Mais valor por hora

A primeira parece mais difícil mas é intelectualmente preguiçosa.

A segunda parece mais fácil mas é intelectualmente exaustiva.

Como Taleb coloca: “A via mais difícil é frequentemente a via mais fácil.”

Porque quando você faz o trabalho mental difícil de questionar, priorizar e decidir, o trabalho físico fica ridiculamente mais fácil.

Você para de nadar contra a corrente e começa a nadar a favor dela.

Mas isso exige coragem para parar de se esconder atrás do esforço e começar a se responsabilizar pelo resultado.

E essa, meu amigo, é a diferença entre quem trabalha muito e quem trabalha bem.

Os Sinais de que Você Caiu no Culto

Vamos aos sintomas que eu observo em quem ainda acredita na mentira, e que sendo bem honesto, eu também me pego sinalizando como virtude quando na verdade é burrice.

Sintoma #1: Você Compete em Sofrimento

“Dormi 3 horas ontem.”

“Não almocei hoje, estava muito ocupado.”

“Faz 6 meses que não tiro um fim de semana.”

Quando sofrimento vira medalha de honra, você caiu.

Warren Buffett é categórico: “Busy is the new stupid.”

Mas tem algo mais sutil aqui. Você compete inconscientemente.

Alguém fala que trabalhou até tarde, você automaticamente responde que trabalhou mais tarde ainda. Como se fosse poker de miséria.

É como aqueles caras na academia que competem pra ver quem consegue treinar com mais dor. Perdem o foco no resultado e focam no processo de sofrimento.

Sintoma #2: Você Confunde Presença com Valor

“João sempre está online no Slack.”

“Maria nunca sai antes das 19h.”

“Pedro responde email de madrugada.”

E daí?

Presença não gera resultado. Às vezes é justamente o contrário.

Cal Newport descobriu algo perturbador: os acadêmicos mais produtivos são os que menos ficam no escritório.

Por quê? Porque entenderam que trabalho profundo exige isolamento, não performance social.

Se você mede seu valor pela quantidade de horas que fica visível para os outros, você virou ator, não profissional.

Sintoma #3: Você Orgulha de Não Ter Vida

“Não tirei férias em 2 anos.”

“Trabalho até nos fins de semana.”

“Minha família já acostumou que eu não estou presente.”

Parabéns. Você virou um funcionário de si mesmo.

E provavelmente um funcionário ruim.

Porque funcionário ruim precisa de supervisão constante. Não consegue entregar resultado sem alguém vigiando.

Profissional de verdade entrega resultado independente de onde está ou que horas são.

Derek Sivers construiu uma empresa de $100 milhões trabalhando 4 horas por dia. E tirava férias sempre que queria.

Não porque era privilegiado. Porque era eficiente.

Sintoma #4: Você Usa “Não Tenho Tempo” Como Desculpa Universal

“Não tenho tempo para pensar nisso.”

“Não tenho tempo para automatizar.”

“Não tenho tempo para questionar se isso faz sentido.”

Tradução: “Tenho medo de descobrir que estou fazendo tudo errado.”

Greg McKeown tem uma frase brutal: “Se você não tem tempo para fazer certo, quando vai ter tempo para fazer de novo?”

Toda vez que você diz “não tenho tempo para pensar”, você está escolhendo ser reativo em vez de estratégico.

E reativo sempre demora mais no longo prazo.

Sintoma #5: Você Mede Sucesso por Input, Não por Output

“Mandei 150 emails hoje.”

“Participei de 8 reuniões.”

“Trabalhei 12 horas.”

Nenhuma dessas métricas diz se você gerou valor.

É como medir um restaurante pela quantidade de ingredientes que usa, não pela qualidade da comida.

Ou medir um escritor pelo número de palavras que escreve, não por quantas pessoas querem ler.

Pergunta incômoda: Se você sumisse por uma semana, que resultado concreto deixaria de acontecer?

Se a resposta é “muitos emails não seriam respondidos” ou “algumas reuniões não teriam acontecido”, você não é indispensável. Você é ruído.

Sintoma #6: Você Evita Automatização

“É mais rápido fazer na mão.”

“Não vale a pena automatizar uma coisa tão simples.”

“Já sei fazer, por que complicar?”

Porque você tem medo de ficar “sem trabalho”.

Se a tarefa que você faz pode ser automatizada, deveria ser automatizada.

E se 90% do seu trabalho pode ser automatizado, você não deveria estar fazendo esse trabalho.

Naval é claro: “Se você está competindo com máquinas em tarefas repetitivas, você já perdeu.”

Sintoma #7: Você Vicia em Urgência

Tudo é urgente. Tudo é para ontem. Tudo é “alta prioridade”.

Quando tudo é urgente, nada é urgente.

Essa é a forma mais sutil de procrastinação: usar urgências fabricadas para evitar as prioridades reais.

Stephen Covey tinha razão: a maioria das pessoas vive no quadrante “urgente e não importante” porque é mais fácil reagir que decidir.

Sintoma #8: Você Romantiza o Sacrifício

“Empreendedorismo exige sacrifício.”

“Sucesso tem preço.”

“Nada de valor vem fácil.”

Essas frases viraram desculpa para decisões ruins.

Se você está sacrificando saúde, relacionamentos e sanidade mental pelo trabalho, não está sendo “dedicado”. Está sendo burro PONTO!

Porque está otimizando para o curto prazo e ignorando o longo prazo.

Taleb chama isso de “Via Negativa”: é mais importante não fazer besteira que fazer coisas certas.

Sintoma #9: Você Tem Alergia a Simplificação

“Não pode ser tão simples assim.”

“Se fosse fácil, todo mundo faria.”

“Tem que ter algum truque.”

Complexidade virou símbolo de status intelectual.

Quanto mais complicado o processo, mais “profissional” parece.

Mas Einstein discorda: “Se você não consegue explicar de forma simples, não entende bem o suficiente.”

As melhores soluções são elegantemente simples. Não estupidamente complexas.

Sintoma #10: Você Compete por Reconhecimento do Esforço

“Ninguém vê o quanto eu trabalho.”

“Não reconhecem minha dedicação.”

“Faço tudo aqui e ninguém valoriza.”

Se você precisa que vejam seu esforço para se sentir valorizado, você está medindo a coisa errada.

Resultado fala por si só. Esforço precisa de propaganda.

Como Naval disse em uma entrevista recente que escutei:
“Busque riqueza, não dinheiro ou status.”

Só para ficar claro, riqueza não significa necessariamente dinheiro.

Deixa eu te explicar a diferença, porque 99% das pessoas confundem isso e acabam perseguindo a coisa errada a vida inteira.

Os 3 Tipos de “Rico” (E Por Que 2 Deles São Armadilhas)

RIQUEZA: O Que Se Multiplica Enquanto Você Dorme

Riqueza são ativos que multiplicam valor ao longo do tempo.

Meu relacionamento com meu filho e minha esposa, por exemplo, são minha maior riqueza. O amor só se multiplica. Cada momento investido hoje rende dividendos emocionais pelos próximos 50 anos.

Outros exemplos de riqueza real:

  • Conhecimento aplicado: Em 2014, investi R$ 3k num curso de funis. Já gerou mais de R$ 10 milhões em receita. ROI de 333.233%.
  • Reputação construída: Leva 20 anos pra construir, 5 minutos pra destruir, mas quando sólida, abre portas que dinheiro nenhum compra.
  • Saúde otimizada: Cada treino hoje é menos remédio amanhã. Cada meditação hoje é menos ansiolítico depois.
  • Sistemas que funcionam sem você: Aquele funil que vende enquanto você dorme. Aquela equipe que resolve problemas sem te perguntar.
  • Network de alto nível: Não é quantidade de contatos. É ter 5 pessoas que atendem seu WhatsApp às 2h da manhã.
  • Habilidades compostas: Saber vender + programar + persuadir = você vira imbatível. Habilidades se multiplicam, não se somam.

DINHEIRO: O Intermediário Que Todo Mundo Confunde Com o Final

Dinheiro é só meio de troca. Ferramenta. Não é o fim, é o meio.

É como confundir o martelo com a casa.

Exemplos de fixação em dinheiro:

  • O cara que tem R$ 10 milhões no banco mas não consegue dormir com medo de perder
  • O empresário que fatura R$ 500k/mês mas trabalha 90 horas por semana
  • O investidor que olha a cotação 47 vezes por dia
  • O workaholic que troca tempo com filho por hora extra

No final 2018, eu tinha R$ 2 milhões líquidos na minha conta. Sabe o que mudou na minha vida?

Porra nenhuma.

Continuava ansioso. Continuava correndo atrás. Continuava medindo meu valor pelo saldo.

Foi quando entendi: dinheiro sem propósito é só número na tela.

STATUS: A Droga Mais Cara Que Existe

Status é o que os outros pensam de você.

É a cocaína social. Vicia rápido, precisa de doses cada vez maiores, e te deixa vazio quando acaba.

Exemplos patéticos de busca por status:

  • Postar foto trabalhando domingo pra mostrar que é “dedicado”
  • Comprar carro de R$ 500k ganhando R$ 30k/mês
  • Fazer MBA em faculdade cara pra colocar no LinkedIn
  • Responder email de madrugada pra parecer workaholic
  • Contar vantagem sobre quantas horas trabalhou

Em 2017, eu postava story às 23h mostrando que tava “no corre”.

Sabe quem via? Outros otários que também tavam fingindo ser produtivos às 23h.

Os caras que conhecia que realmente tavam ganhando dinheiro? Dormindo desde às 21h.

Quando você busca riqueza, dinheiro vem como consequência. Quando você busca dinheiro, fica correndo atrás a vida toda. Quando você busca status, perde os três.

É como relacionamento: quem busca desesperadamente, afasta. Quem constrói valor, atrai.

A Realidade Cruel

Em outro momento posso continuar com esse assunto sobre os tipos de riqueza e o que você acha que é riqueza, mas não é, agora voltando para os 10 sintomas que eu falei:

Se você se reconheceu em mais de 3 sintomas, tenho uma notícia: você não está trabalhando muito.

Você está fugindo do trabalho de verdade.

O trabalho de questionar. De priorizar. De decidir. De simplificar. De automatizar. De delegar. De dizer não.

Porque esse trabalho é invisível, não gera likes no LinkedIn, e exige coragem para admitir que você pode estar fazendo tudo errado.

Mas é esse trabalho invisível que separa quem trabalha muito de quem trabalha bem.

A verdade é que todos nós somos preguiçosos, tanto quem trabalha bem quanto quem trabalha muito é, mas a diferença entre os dois pode ser a diferença entre burnout aos 30 e aposentado aos 35.

Os Dois Tipos de Preguiçoso (E Por Que Um Deles é Gênio)

Assim como eu acabei de explicar sobre riqueza, você precisa entender que existem dois tipos de preguiçosos. E 99% das pessoas são o tipo um o mais comum.

Tipo 1: O Preguiçoso Burro (99% das Pessoas)

É o cara que tem preguiça de pensar.

Prefere fazer a mesma merda 1000 vezes do que gastar 2 horas criando um sistema, um processo. 

Ele não afia o machado, ele simplesmente tem a mão calejada de bater sem parar.

Em 2017, eu tinha um funcionário que todo dia gastava 2 horas organizando planilha de vendas.

TODO. SANTO. DIA.

Perguntei: “Por que não automatiza?”

Resposta: “Ah, é complicado. Mais fácil fazer na mão.”

730 horas por ano. Jogadas no lixo. Por preguiça de pensar 2 horas.

Demiti. Não pela ineficiência. Pela burrice voluntária. Algo que procuro evitar, pois já perdi mais dinheiro na empresa com pessoas esforçadas do que você pode imaginar.

Mas chega de falar do tipo um, já falei muito até aqui, é só identificar ele pelos sintomas que já citei.

Vamos falar agora do:

Tipo 2: O Preguiçoso Inteligente (1% que Domina o Mundo)

É o cara que tem alergia patológica a trabalho desnecessário.

Gasta 20 horas automatizando tarefa de 5 minutos porque a ideia de fazer isso TODO DIA pelo resto da vida dá náusea.

Exemplos que mudaram minha vida:

Em 2018, gastei 3 semanas criando um sistema de vendas automatizado.

Meus sócios acharam que eu tava louco.

Mas esse sistema automático inteligente de upsell conforme o tipo de produto que a pessoa comprava aumentou nossa margem de lucro entre 20 a 30% de uma empresa que faturava milhões por mês.

Resultado? Alguns milhões a mais no caixa da empresa.

Eu tenho muitos exemplos pessoais para falar como prova, mas deixa eu te dar alguns exemplos de pessoas bem mais relevantes do que eu:

Marco Aurélio, imperador de Roma, escrevia em seu diário toda manhã porque tinha preguiça de lidar com o caos mental do dia. Suas “Meditações” viraram um dos livros mais influentes da história.

Kennedy durante a Crise dos Mísseis de Cuba, tirava sonecas e nadava porque tinha preguiça de tomar decisões no calor do momento. Evitou a guerra nuclear sendo “preguiçoso”.

Napoleon esperava 3 semanas pra abrir cartas porque tinha preguiça de resolver problemas que se resolveriam sozinhos. 90% dos “urgentes” sumiam sem ele fazer nada.

Steve Jobs cortou 70 % da linha da Apple ao voltar em 1997, ele enxugou o portfólio porque a empresa estava “fora de foco” e queimando caixa; queria concentrar talentos em poucos produtos excelentes, e eliminar esforço que não gerava vantagem (aquilo que chamamos hoje de “trabalho sem alavancagem”).

Jeff Bezos criou a AWS “por preguiça de configurar servidor”. Ele apresentou em 2016 a tecnologia da AWS como uma forma de eliminar o trabalho de base que todos os devs repetiam e que não gerava vantagem competitiva.

Bill Gates tira “Think Weeks” – semanas inteiras só lendo – porque tem preguiça de liderar sem visão clara. Foi numa dessas que decidiu focar na internet em 1995.

Naval Ravikant não tem agenda, não marca reuniões, não tem horário. “Calendário cheio é mente vazia.” Preguiça que gerou fortuna e sabedoria.

O princípio:

Preguiça do desnecessário. Obsessão pelo essencial.

Parece loucura? Ótimo. 

Porque o que vou te mostrar vai contra tudo que te ensinaram sobre sucesso.

Depois de consumir literalmente centenas de livros e milhares de horas de entrevistas nos últimos 10 anos estudando os 0.1% que criam valor absurdo (e só como consequência, riqueza absurda), eu descobri alguns princípios que eles operam que são completamente opostos aos nossos.

Eu descobri vários princípios, mas vou compartilhar 10 deles que considero mais importantes com você agora.

Quando você entender esses 10 princípios, vai perceber que passou a vida inteira correndo na direção errada.

Vamos lá:

1. Eles Perguntam “Por Que?” Antes de “Como?”

Preguiçoso burro: “Como fazer isso mais rápido?”
Preguiçoso inteligente: “Isso precisa existir?”

80% das tarefas desaparecem quando você questiona sua necessidade.

Derek Sivers conta que passou 12 horas automatizando uma tarefa de 5 minutos que fazia diariamente. ROI? 12 horas investidas vs 30 horas por ano economizadas.

Mas ele primeiro perguntou: “Preciso mesmo fazer isso todo dia?”

A resposta era sim. Aí ele perguntou: “Como nunca mais precisar fazer isso?”

É uma pergunta que eu particularmente estou sempre me perguntando, o que eu posso fazer para nunca mais precisar fazer isso novamente, por isso eu documento, crio procedimentos operacionais padrão, crio automações e comecei inclusive a estudar IA em 2022 por conta disso.

2. Fanatismo por Alavancagem

Se demora 5+ minutos e é recorrente = automatize. 

“Mas Alan vai levar 20 horas pra automatizar!” 

Exato. 20 horas hoje vs 260 horas em 5 anos.

Seu tempo futuro vale mais que seu esforço presente. Sempre.

Automação é alavancagem, existem muitas outras formas de alavancas como capital (dinheiro gerando dinheiro), pessoas (uma equipe executando sua visão), código (software trabalhando 24/7), mídia (um vídeo sendo assistido milhares de vezes), reputação (seu nome abrindo portas sem você estar presente) e conhecimento (uma habilidade rara que multiplica seu valor/hora), mas deixamos para falar mais delas em outro momento.

3. Eles tem o “Não” Resposta Padrão

Tudo é não até provar que merece ser sim.

Tem uma frase do Essencialismo que virou quadro no meu escritório: “Se não é um claro sim, é um claro não.”

Warren Buffett foi ainda mais brutal: “A diferença entre pessoas bem-sucedidas e pessoas REALMENTE bem-sucedidas é que as realmente bem-sucedidas dizem não para quase tudo.”

Isso significa dizer não para reuniões sem agenda clara, projetos sem deadline definido, clientes que não valorizam seu tempo, oportunidades fora do seu lane, pessoas que sugam energia sem retorno.

Steve Jobs, no final da vida, confessou: “Estou mais orgulhoso do que NÃO fizemos do que do que fizemos.”

Pense nisso. O cara que criou o iPhone está mais orgulhoso do que matou.

O sucesso não é sobre ser o “Sim Senhor” (aquele filme do Jim Carrey te enganou).

É sobre proteger seu sim com um exército de nãos.

4. Eles Criam Sistemas, Não Dependências

“Se precisa de heróis, o sistema tá quebrado.” – Jason Fried

Heróis não escalam. Sistemas escalam. 

Se só você sabe fazer = você falhou. 

Cansaço não é medalha. É incompetência operacional.

Em vez de ser indispensável, eles tornam seu valor:

  • Replicável (através de processos)
  • Escalável (através de sistemas)
  • Transferível (através de documentação)
  • Melhorável (através de feedback loops)

Cansaço não é medalha. É falha de design.

5. A Obsessão Por Multiplicação (Não Adição)

A pergunta deles nunca é “como fazer mais?”

É sempre “como fazer isso se fazer sozinho?”

Naval quebrou o código em 4 tipos de alavancagem: capital (dinheiro gerando dinheiro), pessoas (time executando sua visão), código (software trabalhando enquanto você dorme), e mídia (um vídeo seu sendo assistido 10.000 vezes).

A sacada? Eles nunca somam esforço. Sempre multiplicam.

6. O Poder do Trabalho em Lote (Ou Como Ser Eficiente Por Preguiça)

Sabe por que seu dia parece improdutivo mesmo trabalhando 10 horas?

Porque você provavelmente muda mais de contexto em uma hora do que troca de cueca ou calcinha em uma semana.

Cada vez que você muda de tarefa, seu cérebro leva até 25 minutos pra recuperar o foco total.

Por isso os “preguiçosos inteligentes” agrupam emails? Todos de uma vez. Ligações? 10 em sequência. Posts? Escrevem 30 em uma tarde.

Cal Newport chama de “Deep Work Batching”. Eu chamo de óbvio que ninguém faz.

Cria momentum. Elimina fadiga de decisão. Maximiza flow.

Simples assim.

É no trabalho profundo que a mágica acontece. Não na correria superficial que você chama de “dia produtivo”.

7. Eles Delegam Decisões, Não Apenas Tarefas

A maioria delega errado e nem percebe.

Preguiçoso burro: “Faça exatamente isso, desse jeito, nesse tempo.” 

Preguiçoso inteligente: “Resolva esse problema. Me surpreenda.”

Um cria robôs. O outro desenvolve cérebros.

Se você precisa aprovar tudo, revisar tudo, conferir tudo… parabéns, você não tem uma equipe. Você tem extensões caras do seu corpo.

A fórmula é simples: “Objetivo é X. Restrições são Y. O resto é com você.”

Vai dar errado às vezes? Sim.
Vai ser diferente do seu jeito? Quase sempre.
Vai te liberar pra fazer o que realmente importa? Absolutamente.

8. A Pergunta de 2 Horas Que Destrói 2 Semanas de Enrolação

Ferriss popularizou uma pergunta que é puro veneno pra procrastinação:

“Se você tivesse só 2 horas pra fazer o que normalmente leva 2 semanas, o que faria?”

Sua mente imediatamente grita: “Impossível!”

Perfeito. É pra ser impossível mesmo.

Sabe o que acontece quando você força essa resposta?

  • 80% do que você achava essencial… desaparece
  • Os 20% que sobram são o que sempre importou
  • Você descobre atalhos que sempre existiram

Restrições não limitam. Revelam.

9. Eles Têm “Sabáticos” Forçados

Naval some por 1 mês todo ano. Sem agenda. Sem objetivos. Sem culpa.

“Desperdício”, você pensa.

As melhores ideias da AngelList vieram nesses períodos.

Por quê? Insight é como gato – não vem quando você chama. Vem quando você ignora.

Quando eu estava escalando uma das maiores empresas de marketing direto do Brasil eu tomava de 5 a 10 banhos por dia.

Meus sócios achava loucura. Até ver que volto com soluções para problemas que nem sabíamos que tínhamos.

Durante o banho eu não podia pegar o celular, o barulho da água e sentir ela escorrendo no corpo fazia eu me concentrar, eu não tinha como ficar naquela época um dia se quer longe da empresa, pois estávamos crescendo e ainda não entendia de gestão, eu era o faz tudo, mas sabia que precisava de “mini” férias para o meu cérebro deixar as ideias se conectarem.

Era no chuveiro que eu tinha ideias milionárias, não na frente do computador, esse texto que escrevo aqui agora mesmo, foi durante um banho refletindo sobre porque alguns colaboradores meus ainda acham que trabalhar mais é a resposta.

Darwin tinha caminhadas diárias de 3 horas foi numa delas que conectou os pontos da evolução. 

Einstein tocava violino quando empacava em problemas  a relatividade veio durante um devaneio musical. 

Steve Jobs fazia retiros de meditação no Japão. 

Mark Zuckerberg tira “anos pessoais” com desafios específicos. 

Jeff Bezos tem a regra das “manhãs lentas”, nada de reuniões antes das 10h.

Churchill pintava. Mandela jardinava. Obama jogava basquete todo dia.

“Que desperdício”, você talvez pensa do seu cubículo.

10. Eles Documentam Tudo (Para Nunca Fazer Duas Vezes)

A última obsessão dos preguiçosos inteligentes? Documentação fanática.

Não por amor à burocracia. Por ódio à repetição.

Resolveu um problema? Documenta o processo. Descobriu um atalho? Grava um vídeo. Criou uma solução? Transforma em template.

Ray Dalio construiu a Bridgewater (maior fundo de hedge do mundo) transformando cada decisão em princípio documentado. Hoje a empresa roda com “livro de receitas” de 1.500 páginas.

Sam Altman da OpenAI: “Se você não documenta, você não aprendeu – apenas sobreviveu.”

O burro resolve o mesmo problema 50 vezes e se orgulha da “experiência”.

O inteligente resolve uma vez, documenta, e nunca mais pensa nisso.

Eles entendem: A melhor forma de ser preguiçoso no futuro é ser obsessivo com documentação no presente.

A Verdade Que Você Não Quer Ouvir

Você acabou de ler 10 princípios.

E provavelmente está pensando: “Interessante, vou implementar isso… depois.”

Não. Você não vai.

Sabe por quê?

Porque amanhã você vai acordar com 47 notificações. Vai ter aquela reunião “urgente”. Vai ter que resolver aquela pendência que está atrasada há semanas. E vai se convencer que está “ocupado demais pra mudar agora”.

A verdade brutal: Você já sabe tudo que precisa saber. O problema nunca foi informação. É coragem. Provavelmente você já ouviu ou leu sobre os princípios que falei aqui, eles estão por aí espalhados e na boca de muitas pessoas.


Mas você tem coragem para honrar o conhecimento com a prática?

Coragem pra dizer não pra reunião sem sentido.
Coragem pra automatizar mesmo que leve 20 horas.
Coragem pra delegar decisões, não só tarefas.
Coragem pra tirar um dia de “nada” por mês.

Mas principalmente: 

Você tem coragem pra admitir que sua definição de sucesso está quebrada?

O Relógio Que Não Para

Enquanto você leu este texto:

  • A IA evoluiu
  • Alguém automatizou seu trabalho
  • Um “preguiçoso inteligente” faturou trabalhando 4 horas
  • Um workaholic teve outro micro-infarto que ignorou

E em 18 meses, quando a separação entre os que são potencializados com IA e os usuários de IA estiver completa, você vai estar de que lado?

Dica: os simples usuários serão todos substituídos, eles já abriram mão da sua soberania cognitiva para as máquinas, quem é potencializado não, esse é insubstituível e raro.

Você tem exatamente duas opções agora:

Continuar medindo sucesso por sofrimento.
Competir com máquinas em esforço.
Chegar aos 80 anos rico em arrependimentos.

Escolher UMA coisa pra mudar hoje. Só uma. Pode ser automatizar uma tarefa de 5 minutos. Pode ser dizer não pra uma reunião. Pode ser questionar “por que faço isso?” antes de fazer.

Uma escolha. Alguns segundos ou minutos. Mas anos de diferença nos resultados.

Naval, Buffett, Gates, Jobs, Bezos… todos fizeram a mesma escolha.

Não porque eram gênios. Porque entenderam uma verdade simples:

Numa corrida entre você e uma máquina pra ver quem trabalha mais, a máquina sempre ganha.

Numa competição entre você e você mesmo pra ver quem pensa melhor, você sempre evolui.

A pergunta não é SE você vai escolher ser um estrategista eficiente.

A pergunta é: você vai escolher antes ou depois de ser substituído?

Porque tem uma diferença fundamental entre surfar a onda e ser engolido por ela.

E a onda da IA não está chegando.

Ela já quebrou.

Você está em cima da prancha ou embaixo d’água?

A resposta está no que você vai fazer nos próximos 5 minutos.

Não amanhã. Não segunda. Não “quando tiver tempo”.

Agora.

Porque preguiçoso inteligente não é quem evita trabalho.

É quem entende que a vida é curta demais pra desperdiçar em esforço desnecessário.

E se você ainda não entendeu isso…

Bom, sempre vai ter uma máquina precisando de alguém pra competir em horas trabalhadas.

A escolha é sua.

O futuro também.

Escrito por,

Alan Nicolas

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